“Falar é uma necessidade, escutar é uma arte” Johann Wolfgang von Goethe – escritor alemão (1749-1832)
Dentre todas as habilidades requeridas no mundo corporativo, uma das mais importantes é, com certeza, a comunicação, palavra que em sua origem do latim significa “tornar comum”.
Porém, no dia a dia do mundo corporativo ideias, planos, projetos, ações, etc., na maioria das vezes, não são “tornadas comuns” e esta é, na maioria das situações, a fonte de baixo desempenho e resultados aquém do esperado.
De acordo com o livro “Comunicação Interpessoal” (Ronald Adler/Neil Towne), as pessoas passam 70% de seu tempo comunicando. E no que consiste a comunicação diária? Este mesmo estudo indica que 45% do tempo dispendido com a comunicação é ouvindo, 30% é falando, 16% é lendo e 9% é escrevendo.
Comunicação deveria ser uma via de duas mãos; no entanto, muitos insistem em achar que é via de mão única onde o que realmente importa é falar, ou seja a prática do monólogo – monos(um) + logus(palavra) segundo a origem grega da palavra – quando a expressão popular “abra os ouvidos e feche a boca” deveria estar sempre presente em atividades de comunicação.
Conforme dito acima, a maior parte do tempo em que nos comunicamos é para ouvir; mas será que sabemos realmente ouvir? Infelizmente, poucos sabem realmente ouvir, limitando-se a escutar sem prestar atenção naquilo que lhes é dito.
Existem três níveis de escuta: (a- escuta automática onde a pessoa enquanto escuta, pensa e julga como se sente sobre o que está sendo dito, avançando seus pensamentos no sentido de poder falar; (b- escuta de estrutura quando o ouvinte não permite que a mente desencadeie automaticamente as próprias ideias e fixa sua atenção no contexto, na estrutura e nos processos do que está sendo dito e, finalmente o nível mais avançado de escuta que é (c- escuta global onde além das palavras o ouvinte acompanha as distinções de tonalidade de voz, as variações de humor, o ritmo, a energia e a emoção (as palavras dentro das palavras). Como disse Peter Drucker, “o mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito” pois estudos demonstram que apenas 7% do que é comunicado entre pessoas é transmitido por meio de palavras, 38% por meio do tom de voz e 55% é transmitido pela linguagem corporal. A questão é: sabemos realmente ouvir? Ou quantas vezes praticar apenas o primeiro nível de escuta (automática) nos levou a cometer erros de interpretação e suas consequências? Para refletir…
Uma vez entendida a importância do processo de ouvir, a outra mão de direção no processo de interação com pessoas é o da comunicação propriamente dita; e fazemos isto em grande parte de nosso tempo e o objetivo maior é o de efetivamente transmitir ideias, pensamentos ou para requerer algo; bons comunicadores sabem sempre qual o objetivo do que comunicam, onde querem chegar e transmitem de forma tal que o ouvinte entenda claramente o que pensam e o que desejam.
O processo de comunicar deve obedecer a algumas regras básicas:
- A primeira delas, e esta é uma regra de valor, é a do respeito pela outra pessoa; deve-se estar atento aos pontos de vista do outro e entender (não necessariamente concordar) para elevar o nível da comunicação.
- Outra regra básica é falar a linguagem do outro; é necessário a quem comunica uma ideia ou pensamento, conhecer “o outro lado” para fazer-se entender; convém observar que bons comunicadores procuram sempre adequar o seu estilo e forma de acordo com o(s) ouvinte(s).
- Não adianta ter conhecimento se não o comunicar de forma eficaz. Esta é uma regra de ouro para profissionais com profundo conhecimento de sua área de atuação – engenheiros, médicos, advogados e contadores entre outros – nas suas atividades diárias de comunicação.
- A atividade de comunicar, em qualquer situação, deve ser clara, objetiva e sucinta.
- Quando afirmamos que a linguagem corporal representa 55% do que é comunicado, o perfeito equilíbrio e a colocação correta e adequada para cada situação de corpo, energia e voz é essencial para o bom comunicador.
- Por fim, quando pretendemos transmitir uma ideia, pensamento ou um chamado para ação, demonstrar confiança é extremamente importante. (Você compraria um produto de um vendedor que não transmite confiança quando fala das qualidades do produto que está oferecendo?)
As habilidades de comunicação – ouvir e falar – são essenciais, quer seja na vida pessoal, quer seja na vida profissional de todos nós. As aptidões para comunicar de maneira eficaz devem ser continuadamente desenvolvidas e aprimoradas pois os ganhos serão enormes: economia de tempo, compreensão de causas e efeitos de problemas aparentemente sem solução, ações adequadas e corretas, melhoria de desempenho, relacionamentos melhores o que leva muitas vezes à transformação de vidas.
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