
Conflitos Humanos: Como a Interpretação Influencia a Resolução de Disputas
O que é maior: o significado de um objeto ou o significado da interpretação daquele que o interpreta? (Luísa Santo)
Theodore Kheel, em “The Keys to Conflict Resolution” afirma que:
“Nós todos somos míopes e necessariamente vemos as coisas do nosso ponto de vista”.
Disso, podemos perceber que o ponto de vista de cada um é a posição onde o suposto interessado se coloca em relação ao fato e, por isso, exclui o seu real interesse, que é o fator determinante para a sua satisfação.
A partir disso, vemos que o terceiro neutro, o mediador em um litígio, é um elemento de grande valor, pois é o vínculo de conexão entre os litigantes, eis que aceita o modo de ser de cada qual tal como se apresenta.
A construção do diálogo na mediação torna-se viável à medida em que acontece a ruptura do significado para os litigantes.
As posições, antes determinadas pelos princípios de cada litigante, transformam-se em um novo significado.
A confrontação, que antes era vista como opção para a solução do conflito, é afastada com a ruptura da primeira identidade.
Identidade esta em que as posições dos interessados se mantinham com argumentos sobre a história.
História que, certamente, não mais será a mesma após a ruptura da identidade em que os conflitantes se espelhavam.
As posições dos envolvidos no conflito são o real motivo do embate, pois estavam embasadas na visão de cada um sobre o fato. E o que desencadeou o embate foram as posições fincadas em visões diferentes.
As causas motivadoras de conflitos são inúmeras. Dentre elas, podemos citar as disputas por poder, bens imóveis, dinheiro, entre outros.
Porém, o que se percebe nos confrontos litigiosos é que existem símbolos por trás dos objetos das disputas, que são os interesses subjacentes.
Quando os conflitantes se encontram em uma mediação, compreende-se, então, o verdadeiro significado do valor que os querelantes atribuem ao que pretendem.
Os interesses subjacentes embutidos nos valores são causados pelas diferentes percepções de um para com o outro.
Ao se diluir a confrontação pela construção de um diálogo positivo, os valores subjetivos pré-estabelecidos pelas partes são transformados em uma nova posição, que será satisfatória para os conflitantes.
A consonância entre os querelantes é fruto de uma nova visão sobre o fato em que se estabeleceu a disputa.
O mediador foi, para ambos, aquele que os ajudou a enxergar o objeto da disputa com um novo olhar.
Olhar este em que os envolvidos percebem que o significado do objeto tem o mesmo valor para aquele que e o significa com sua interpretação.
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Quer saber mais sobre como compreender e transformar conflitos humanos por meio da mudança de perspectiva e do diálogo construtivo? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Luísa Santo
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