Hoje eu quero tratar de algo que, muito provavelmente, tem estado bem presente no cotidiano dos Coaches, que é a gestão de conflitos pessoais por conta de uma redução drástica no poder de compra (e gastos) do cliente (principalmente se for de nível executivo). Em momentos de crises, os choques de interesses e a pouca paciência das pessoas formam a química fantástica para estimular situações de estresse e embates. O Coach sofre enormes desafios em sua capacidade de harmonizar com o cliente.
Pois bem, a consultoria Korn Ferry é uma empresa global, com cerca de 7 mil funcionários, e tem liderança quando se trata de estudos organizacionais. Por meio da divisão Hay Group, ela realizou uma pesquisa sobre os salários de executivos em cerca de 20 países. No Brasil, especialmente, os executivos de níveis gerenciais recebem hoje o equivalente a 50,3% dos salários pagos a esses mesmos profissionais nos Estados Unidos, conforme revelou a pesquisa.
Ganhando mais que os executivos americanos estão apenas os profissionais da Austrália (105,9%), Catar (111,5%) e Suíça (137,4%). Na América Latina, o país que mais se destaca quando se trata de salários de executivos é o Chile, os quais recebem cerca de 97,5% dos salários pagos nos EUA. Abaixo do Brasil, ainda, estão África do Sul (47,8%), Rússia (43,9%) e Índia (24,2%). Como se pode ver, o tão aclamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) acabou não conseguindo emplacar a liderança mundial como se esperava, anos atrás.
Os dados da pesquisa foram desenhados a partir de uma base de dados de salários da Korn Ferry Hay Group, que contém informações de 20 milhões de profissionais, pertencentes a mais de 25 mil organizações, em 110 países. A Korn Ferry analisou a média de salários-base para gerentes sêniores (por exemplo, Gerente de TI, Gerente de Vendas ou Chefes em funções semelhantes). Os países que participaram do Estudo foram (em ordem alfabética): África do Sul; Alemanha; Austrália; Brasil; Canadá; Catar; Chile; China; Coréia; Estados Unidos; França; Índia; Indonésia; Itália; Japão; México; Reino Unido; Rússia; Suíça e Turquia.
Não há dúvidas de que o Coaching é uma ferramenta que pode auxiliar a gerenciar crises, inclusive quando envolver salários. O que este artigo de hoje deixa como fundamental é a necessidade de o Coach entender até que ponto a questão é efetivamente relevante ao cliente ou ela está apenas sendo camuflada por desafios diversos. Um exemplo é o cliente declarar interesse em aprender algo novo para se destacar na carreira quando, de fato, o que ele quer mesmo é ganhar mais. Se isso não estiver claro, muito da metodologia e do processo pode ficar mascarado e os resultados acabam por não atingir as expectativas. Atenção é o melhor remédio!
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