Conflitos são inerentes aos seres humanos: Conflitos de Gerações
O conflito de gerações sempre é um tema atual, corriqueiro e estimulante.
É do conhecimento da maioria que o embate entre as gerações, umas após as outras, sempre se dá em maior ou menor grau.
Quem já não teve diversos questionamentos sobre o comportamento dos jovens e também sobre os que são considerados passado, eis que já chegaram aos quarenta anos ou mais?
A frequência desses embates ocorre não só entre familiares, mas também em toda a sociedade.
Os mais novos sempre querem impor sua forma de viver, como se essa fosse a ideal, e certamente no futuro se depararão com as mesmas questões.
O ideal nessas situações é manter-se flexível sem ferir os próprios princípios. A flexibilidade é a arte de viver em grupo e com o grupo, e estar aberto às mudanças.
Há que se compreender que a flexibilidade nos permite não confundir e não permitir que os meios justifiquem os fins, nem tão pouco considerar a parte como o todo. Ao justificar este princípio pode-se reconsiderar as regras pré-estabelecidas para que nos ajudem a organizar o fim proposto com o qual está relacionado.
Vejam que em nome da flexibilidade também se pode abandonar um fato determinante por outro mais importante em certos momentos.
A flexibilidade em pauta não significa agir de forma intermitente com relação às situações conflituosas, nem também equalizar o conflito, como se esse fosse tão palpável quanto qualquer objeto. Conflitos são concretos, mas subjetivos.
A flexibilidade deve figurar como a capacidade de mudança que deve ser qualitativa e não quantitativa, ou seja, o respeito deve vir acompanhado pela importância do tema e do indivíduo, e não pela quantidade dos envolvidos. Percebam que a subjetividade se torna mais importante do que o quantum.
Ao respeitarmos o indivíduo estamos também respeitando o todo, eis que cada qual tem o seu modo de ser e agir.
A importância de se analisar caso a caso para que o resultado da mudança se adstrinja tão somente à situação em questão, serve para demonstrar a importância de todos os grupos ou segmentos da sociedade, e o respeito a cada um deles. Sejam esses de novas ou antigas gerações.
A imposição de uma geração para com a outra resulta em incompreensão, desrespeito e dores emocionais.
Faz-se necessário que a comunicação entre as gerações seja prioridade, e esta deve se configurar como um valor, tanto quanto a dignidade desejada bem como a justiça exercida com humanidade, esta que deve figurar como necessária para o equilíbrio entre os que debatem.
A flexibilidade por sua vez, requer um critério de referencia para atuar dentro de grupos ou entre os adversos individuais.
A origem da referencia se faz necessária para que haja um suporte que ampare os debatedores. Estes passam a enxergar a luz para seus argumentos e tornam o debate sobre o conflito mais inteligente e palpável.
A referencia permite que o diálogo seja menos impulsivo e dá à palavra o sentido que ajuda a organizar o debate.
Ao tratar as diferenças entre os grupos aponta-se a igualdade, esta não está relacionada com a uniformização das regras, dos costumes e das ideias. Refiro me àquela igualdade que permite a integração dos grupos, tal como o sentimento positivo do amor.
A diferença torna-se fundamental para tornar um grupo de iguais um fator de mudança, porém respeitando-se todas as diferenças sem a imposição geradora de conflitos.
Por isso, para que os grupos se integrem há uma necessidade profunda de diálogo, de ideias controversas e maneiras diferentes de ver a vida e os acontecimentos. Isto é para que o pluralismo do debate seja a real sociedade democrática que pretendemos construir.
Para que o princípio da diferença aconteça de fato e de direito, temos que entender a necessidade das estruturas de apoio nesta linha, sem que isto figure como imposição de uns para com os outros.
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Luísa Santo
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