Coronavírus, crise sanitária, ética e resiliência
Estou no final de março de 2020 e o Coronavírus colocou a mim e a todos em uma situação de xeque: Nossas transações, estratégias e relações de negócios precisavam ser duramente questionadas!
A natureza, por meio de um vírus, gerou uma crise sanitária planetária e promoveu tal questionamento.
Esta data irá ficar marcada em minha vida.
Este março de 2020 vem consolidar, com clareza, o estilo de viver somente para aquilo que tem significado, e que eu vinha esboçando desde 2016.
Viver, trabalhar somente em projetos e contextos em que haja forte significado de vida.
2019 foi um ano sobremaneira difícil para mim. Estive à frente de lideranças que me fizeram interagir com pessoas extremamente avarentas, oportunistas, nada transparentes e com uma fragilidade absurda na ética diante dos interesses e na tomada das decisões.
Fiquei em constante estado de alerta para me manter dentro da ética.
Também tive a surpresa (será que foi surpresa, mesmo?) de ver liderados simplesmente evitando os assuntos sobre o que estava ocorrendo e acreditando ingenuamente que “tudo iria acabar bem! Outros me diziam: o mundo corporativo é assim mesmo! Explicitando um posicionamento de que: a ética fica para depois, agora vamos abafar tudo isso.
Sabemos que, embora alguns defendam a ética situacional, a realidade é que não existe meia ética, uma ética mais fraca ou outra ética mais forte. Ou eu sou ético, ou não sou.
Foi aí que me lembrei de um dos meus mentores dizendo: O triunfo está em você ter ciência do que acredita, e porque você acredita.
Ao ouvi-lo aprendi que este é o caminho do ser humano autônomo e livre.
Então a reflexão que resta é: Em tempos de inquirições devido às circunstâncias impostas pelo Coronavírus, quantos de nós, que somos líderes, sabemos no que acreditamos e por que acreditamos?
Março de 2020 e o isolamento social que nos foi imposto pela natureza e Coronavírus, também é uma enorme oportunidade para nos perguntarmos: Quanto somos coerentes em explicar e esclarecer a natureza de nossa ética em nossas relações e transações de negócios?
Se olharmos pela ótica da resiliência podemos dizer que é pensar de forma estratégica em como enfrentar e lidar com o estresse, promovendo mudanças significativas no comportamento (veja o artigo de Cris Munhoz).
Quando cultivamos a clareza quanto à natureza de nossa ética em nossas relações profissionais alimentamos a motivação e o engajamento em nossos liderados. Em um outro artigo expliquei que a permanência na empresa e motivação para a realização do trabalho, está em quanto percebemos de reconhecimento verdadeiro, em outras palavras, um reconhecimento ético. (veja outro artigo sobre Ética).
Concluindo, grandes crises trazem enormes oportunidades de aprendizagem. Em março de 2020, provavelmente, é de que o significado de vida necessita ser a principal alavanca para estarmos envolvidos em projetos de trabalho. Estes, nunca, nunca devem estar divorciados da ética, caso contrário, fabricaremos um ambiente favorável para um coronavírus.
George Barbosa
http://sobrare.com.br/
Confira também: A produtividade, a entrega e a ética
Participe da Conversa