Crenças Enraizadas: O que podemos aprender com os gatos?
Certa vez, vi uma postagem de uma amiga com uma foto do seu gatinho brincando com o tênis dela. No comentário ela escreveu algo assim: “quase não tem brinquedo essa criança, e resolve brincar com meu tênis”.
Eu também tenho gatos. Três gatos, a Nina, o Lao e o Zuzu. Tenho contato com animais desde a infância. Minha mãe sempre teve gatos e cachorros, mas especialmente os gatos sempre me chamaram mais atenção.
Gato é assim, você vai no petshop se encanta com o brinquedo mais top que tem lá, compra, paga caro, e eles brincam com caixas de papelão, saquinhos, cadarços, bolinhas de papel feitas com papel de pão e/ou alumínio, seu tênis, mas aquele brinquedo caríssimo ele nem dá bola.
A postagem dessa amiga me levou a refletir sobre nós humanos e então me inspirou a escrever.
Já reparou quantas oportunidades nós deixamos passar na vida por conta das crenças enraizadas em nós sobre o que devemos ser e ter? Já parou para se perguntar se as escolhas que você faz e fez, são escolhas norteadas pela sua essência? Você sabe quem você é em essência?
Somos o tempo todo bombardeados pela cultura do ter. Somos estimulados a ter. O carro do ano, o melhor celular, uma casa maravilhosa em um bairro maravilhoso, um cargo executivo, um salário mais alto, e mais alto, e mais alto…uma faculdade, uma pós, um MBA e por aí vai…
Esses são os “brinquedos” que nós, seres humanos, estamos acostumados a brincar e valorizar. Mas será que é isso que vai nos trazer, de fato, felicidade e plenitude?
Tenho cá minhas dúvidas, e a cada dia fico mais convencida que não. Então busco meios de me aquietar e entrar em contato com minha essência, com aquilo que é natural em mim.
Observe a natureza. Uma árvore frutífera, independentemente de onde ela estiver, se num lindo e ostensivo jardim ou no meio de uma mata, ela dará seus frutos. Ninguém convenceu a árvore de que ela precisa estar nesse ou naquele ambiente para ser árvore. Ela simplesmente é o que veio pra ser.
Quando deixamos a infância e começamos a ter consciência de nossa individualidade, já estamos muito contaminados com a cultura do ter, e do que se deve ou não se deve ser, e aí, nos perdemos de quem somos de verdade, e construímos nosso eu com base em tudo que aprendemos até então, e em tudo que aprenderemos ao longo de nossas vidas. Só que muito desse aprendizado vem de fora para dentro, e não o contrário.
Essa é só uma de minhas reflexões sobre uma sociedade que está doente, e que ficará cada vez mais enquanto não acordar desse pesadelo que nos diz que, para sermos alguém precisamos ter, e precisamos seguir as regras e o passo a passo do que significa ser uma pessoa de sucesso.
E nesse movimento de buscar e buscar e buscar, vamos nos esquecendo de curtir o que acontece no caminho. E se não alcançamos o que somos estimulados a alcançar, então vivemos com a sensação de que fracassamos na vida.
Acredito que é preciso um exercício interno de questionar cada escolha, cada caminho. Acredito, que é necessário descontruir tudo que nos foi ensinado e passar então a fazer escolhas mais conscientes, mais baseadas na essência de cada um e menos nos desejos ou nos padrões impostos.
Sigo observando o caminho dos gatos.
Que nossa jornada seja iluminada pelo espírito da riqueza que não pode ser comprada.
E você, tem deixado passar oportunidades na vida por conta das crenças enraizadas?
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre crenças enraizadas e como mudar isso? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Silvia Cavalaro
https://www.silviacavalaro.com.br/
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