Muito tem se falado a respeito da criatividade. O conceito tem sido amplamente difundido, tanto em livros quanto em artigos e reportagens. Mesmo assim, a criatividade ainda é concebida como um dom. Algo que só pode ser utilizado por alguns poucos indivíduos, agraciados de maneira inata por esta habilidade. No livro Mentes Brilhantes, o autor relata uma lista feita por Teresa Amabile uma atenta pesquisadora de Harvard, que estudou e pesquisou os mitos sobre a criatividade.
1. Criatividade é fruto de indivíduos criativos
Na verdade, qualquer pessoa com inteligência normal é capaz de feitos criativos.
Dinheiro é um motivador para a criatividade.
Diversas pesquisas experimentais feitas no campo da criatividade sugerem que “dinheiro não é tudo” – ao menos no que tange à criatividade. Indivíduos criativos geralmente se envolvem com seus projetos de maneira intrínseca, motivados pela atividade propriamente dita, não dependendo de recompensas ou algo que valha.
2. Falta de tempo é combustível para a criatividade
As pessoas costumam ser menos criativas quando estão “lutando contra o tempo” ou quando insistem em fazer diversas atividades simultaneamente. Esse tipo de pressão geralmente não funciona porque ela coíbe que os indivíduos mergulhem fundo no problema. Além disso, a criatividade requer um período de incubação das ideias: as pessoas precisam realizar uma imersão em todo o conhecimento relativo ao problema e, sem pressão, deixar que as ideias simplesmente surjam.
3. Medo e tristeza incentivam a criatividade
Atualmente, o senso comum possui a ideia de que tristeza e medo são estímulos para a criatividade. Realmente, alguns artigos de psicologia sugerem que índices de depressão sejam maiores em escritores e artistas criativos – os “gênios” depressivos e românticos. Em contrapartida, quando as pessoas estão felizes e motivadas com o seu projeto, existe uma chance maior que permaneçam pensando em seu problema o dia inteiro, ainda de que maneira inconsciente. Isso favoreceria a incubação das novas ideias, que poderão surgir nos momentos menos esperados. Se hoje você está feliz e envolvido com o seu projeto, provavelmente amanhã você terá um dia extremamente criativo.
4. Competição vence a colaboração
Em dias competitivos como os de hoje, não é de se admirar que esse mito prevaleça. No entanto, as equipes mais criativas têm suas relações interpessoais alicerçadas em confiança, o que permite que os grupos compartilhem informações e debatam ideias. Em contrapartida, quando as pessoas competem por algum tipo de reconhecimento, elas param de compartilhar informações. Isso é altamente destrutivo para o processo criativo, porque ninguém da empresa terá todas as peças necessárias para montar o quebra-cabeça do problema em voga.
5. Empresas com grande rotatividade de funcionários são mais criativas
Em seus estudos, a professora Teresa Amabile analisou 6.000 funcionários de uma subdivisão de uma multinacional de eletrônicos que estava no processo de demissão de 25% de seus funcionários. A possibilidade de serem demitidos foi o suficiente para que os funcionários largassem por completo o processo criativo. O sofrimento por antecipação foi ainda mais determinante para isso do que as demissões propriamente ditas: o medo do futuro profissional na empresa levou os funcionários a se alienarem de seu trabalho, tornando-se pouquíssimos criativos. Durante esse processo, a comunicação e a colaboração entre os funcionários também diminuíram drasticamente. Assim, quando inseridos em um ambiente desse tipo, cabe aos líderes estabilizarem as condições de trabalho e as relações interpessoais, para que as ideias voltem a surgir.
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