Em 2012, um trabalho científico foi especialmente selecionado para apresentação na International Conference on Health, Safety, and Environment in Oil and Gas Exploration and Production, na Austrália. A autora, Nada Wentzel, deu um título sugestivo: From Zombie to Zorro – A Neuroscience-based approach to Safety Leadership. Revendo minhas papeladas, eu encontrei esse estudo, dias atrás, e me motivei a trazer ao conhecimento dos amigos leitores deste espaço.
Wentzel afirma haver dois princípios que podem ser aplicados para desencadear a capacidade de liderança, sendo primeiramente a “inércia”. Ela se refere a algo que não está se movendo e tende a permanecer parado até que uma energia suficiente seja aplicada. O segundo princípio é o “momentum”, ou seja, algo que já está em movimento tenderá a se manter assim até que uma força suficiente seja aplicada para parar ou alterar esse movimento. Em uma organização é necessário colocar energia para criar a cultura de mudança e, então, mais energia manterá o movimento com influência maior do que aquela vinda dos contrários ao processo.
Ao entender como o cérebro funciona e como tomamos decisões, tanto a nível consciente, como inconsciente, podemos influenciar mudanças sustentáveis na forma como outras pessoas pensam, sentem e fazem acontecer um determinado objetivo (no caso do estudo, o foco era a segurança nos processos). A analogia Zumbi e Zorro explora padrões de comportamento inconscientes e conscientes. O Zumbi é sem vida, sem emoção, impulsionado por um senso de si mesmo. O Zorro é ágil, dinâmico, intuitivamente responsivo, conduzido por uma preocupação com os outros.
Os Zumbis causam incidentes; o Zorro os impede. Ele tem segurança como sua responsabilidade. Ele se conecta emocionalmente. Ele interrompe o comportamento de risco – independentemente de quem, quando e onde. Ele se atreve a cuidar, com ousadia e orgulho. E na organização, como as pessoas realmente se atrevem a cuidar? O que os impede de falar? Muitas vezes, é o medo da resposta negativa, sentindo-se tolo ou se destacando da multidão. Estas barreiras são padrões armazenados.
Para a neurociência, segundo Wentzel, existem quatro pontos-chave para a liderança bem-sucedida:
- Todas as decisões são motivadas pela emoção, ou seja, todo o comportamento humano é impulsionado por uma destas duas emoções – prazer e dor. As decisões são fundamentalmente orientadas a afastar-se de experimentar a dor e avançar para experimentar o prazer. Já foi cientificamente comprovado que, quando tomamos decisões, a parte emocional de nosso cérebro, conhecido como o sistema Límbico, é ativado;
- Cerca de 90% das decisões são conduzidas pelo inconsciente, A neurociência provou que, aproximadamente, 90% das decisões são movidas por memórias anteriormente codificadas no inconsciente;
- Medir a resposta emocional e o que é codificado permite acesso direto ao Inconsciente, de forma a gerar mudanças sustentáveis em valores, crenças e comportamentos. Usando técnicas avançadas de neurociência e estímulos emocionais, pode-se medir o que é codificado na memória, no longo prazo. Isso poderá ser usado para ajudar as organizações a desenvolverem capacidades de liderança, com melhorias no desempenho geral da empresa ou em uma área específica;
- O envolvimento emocional é a chave para influenciar o inconsciente. Líderes desempenham um papel fundamental no envolvimento emocional. Quando os líderes se envolvem emocionalmente com as pessoas e demonstram atenção e cuidados, as pessoas se sentem conectadas e, como resultado, armazenam mensagens-chave que influenciam o seu comportamento. O sentimento de cuidado se conecta rapidamente e coloca as energias da emoção em movimento, com alto “momentum”.
Amigo Coach, vale a pena pensar nisso tudo, fazer o seu cliente sair da “inércia” e gerar seu “momentum”.
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