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Declínio Populacional: Como Encarar Esse Desafio Global?

A questão do declínio populacional e consequentemente o envelhecimento da população é uma preocupação crescente. Descubra como essa tendência global pode impactar nossas vidas e o que fazer para enfrentar esse desafio.

Declínio Populacional e Envelhecimento da População: É o momento de começar a olhar para o lado para descobrirmos como lidar com o que está à nossa frente!

Declínio Populacional e Envelhecimento da População:
É o momento de começar a olhar para o lado para descobrirmos como lidar com o que está à nossa frente!

Sabe aqueles momentos que pedem para olharmos para o lado para descobrirmos como lidar com o que está à nossa frente? Estamos vivendo vários deles agora e um, em especial, também é motivo de preocupação.

Recentemente, foi divulgado o estudo de uma universidade no Japão, sobre uma lei que limita o uso de sobrenomes. De acordo com a lei, um casal deve sempre escolher apenas um sobrenome. A conclusão do estudo diz que, se a lei for mesmo adotada, por volta do ano de 2531 todos os japoneses terão o mesmo sobrenome: Sato. Mas o que me chamou a atenção no estudo foi outro dado, o de que se o declínio populacional japonês continuar no ritmo atual, restarão apenas 22 pessoas no país no ano de 3310.

Podemos argumentar que algo que possa acontecer daqui a mais de mil e duzentos anos não é algo que deva nos preocupar agora. E nem vamos entrar no assunto de variações climáticas, que não é o objetivo aqui. O foco são as variações demográficas e como elas podem impactar um futuro mais imediato, o futuro em que gerações atuais ainda estarão por aqui.

A questão do declínio populacional é uma tendência global que, tudo indica, vai se intensificar nas próximas décadas. Estudos preveem que chegaremos a um pico de 9,7 bilhões de habitantes em 2064 e, então, esse número começará a declinar, chegando a 8,8 bilhões em 2100.

Um dos fatores que contribuem para esse declínio populacional é a queda das taxas de fecundidade. É interessante como, devido a um velho preconceito, sempre se achou que seria o inverso que aconteceria, ou seja, os países menos desenvolvidos fariam o mundo crescer cada vez mais. E, no entanto, a taxa média de fecundidade global caiu de 4,8 filhos por mulher em 1950 para 2,3 filhos em 2021.

Em muitos países, a taxa está abaixo do nível de reposição, que é de 2,1 filhos por mulher. O Brasil é um desses países, com uma taxa atual de 1,6. Em 1960, tínhamos uma taxa muito maior, de 6,3 filhos por mulher.

A responsabilidade por essas quedas está no fato de que a estrutura familiar tradicional vem se modificando, com o crescimento de famílias monoparentais (um pai ou, muito mais comum, uma mãe), com casais do mesmo sexo, com uniões livres e outras configurações.

Essa diversidade desafia a definição única de “família” e impacta nas taxas de natalidade, já que nem todas as famílias optam por ter filhos. Por outro lado, o desejo de ter filhos por casais homoafetivos cresce, impulsionando os casos de adoção, ainda que a burocracia e o preconceito ainda representem desafios.

A combinação do declínio populacional com o aumento da expectativa de vida pode estar gerando uma bomba relógio que, em alguns países, está prestes a explodir e, por aqui, precisamos começar a nos preparar o quanto antes.

O aumento da expectativa de vida, impulsionado por avanços na medicina e na qualidade de vida, nos coloca caminhando para um cenário com uma proporção maior de pessoas idosas. Isso fatalmente leva a uma diminuição da força de trabalho, impactando a produtividade e o crescimento econômico, pressionando os sistemas de seguridade social.

Já viu aqueles anúncios em países da Europa, como Portugal e Itália, oferecendo casas a 1 euro? Claro que essa não é a história completa, mas esse é um incentivo voltado para evitar o declínio populacional que pode levar ao esvaziamento de cidades e até regiões, especialmente em áreas rurais e com baixa densidade populacional. Em Portugal, o ranking de aldeias menos populosas mostra algumas com números como de seis habitantes e até mesmo uma que tem um único habitante.

No Brasil, o número de pessoas com 60 anos ou mais deve triplicar até 2050, impactando e muito a sociedade e as empresas. Com a força de trabalho envelhecendo, é preciso criar um ambiente de trabalho que valorize a experiência e a maturidade dos colaboradores mais velhos.

Além disso, as empresas precisam, cada vez mais, investir em programas de saúde e bem-estar que auxiliem na prevenção de doenças e na promoção da qualidade de vida dos colaboradores, especialmente falando de saúde mental, que já foi tema de outro artigo.

E temos a flexibilização da jornada de trabalho. Em países como Holanda e Alemanha, a taxa de trabalhadores que possuem flexibilidade em seus horários é de 60% a 70%. Sendo que o modelo holandês é caracterizado pela grande autonomia dos colaboradores na escolha de seus horários, com poucas restrições por parte das empresas.

Em outros países da Europa, isso também vem crescendo e mesmo nos Estados Unidos, onde até pouco tempo a adoção de um modelo assim seria impensável, começam a aparecer as propostas para reduzir a semana de trabalho.

Estados como a Califórnia têm projetos de lei para uma semana de 4 dias. Em março, o senador Bernie Sanders apresentou a proposta que ficou conhecida como Lei da Semana de Trabalho de 32 Horas de Sanders, argumentando que:

Hoje, os trabalhadores americanos são mais de 400% produtivos do que na década de 1940. No entanto, milhões estão trabalhando mais horas por salários mais baixos.”.

Claro que a reação foi rápida, com outros senadores afirmando que, se aprovada, as consequências dessa lei serão “catastróficas”. Não é o que apontam várias pesquisas e o próprio projeto de Sanders. O projeto diz que países como França, Noruega e Dinamarca conseguiram manter os mesmos níveis de produtividade com a redução da carga horária.

O modelo está em teste no Brasil e, por aqui, a sua avaliação tem sido bastante positiva.

Segundo dados do Sindpd-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo):

“Após alguns meses de testes, a avaliação sobre o experimento da semana de quatro dias de trabalho é bastante positiva. Menos faltas, otimização de tarefas e tempo livre para resolver questões pessoais.”

Segundo Renata Rivetti, coordenadora de um projeto-piloto sobre o tema:

O modelo atual não gera aumento de produtividade e têm adoecido mentalmente os brasileiros.”.

Pensar em um futuro onde o declínio populacional e o envelhecimento da população estão presentes é mais um desafio dos nossos tempos, mas algumas alternativas já estão presentes. É o momento de começar a olhar para o lado para descobrirmos como lidar com o que está à nossa frente.

Gostou do artigo?

Quer conversar mais sobre o declínio populacional e o envelhecimento da população? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Marco Ornellas
https://www.ornellas.com.br/

Confira também: Saúde Mental: O que dá para fazer de diferente?

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Marco Ornellas é Psicólogo, Master of Science in Behavior pela California American University e Mestre em Biologia-Cultural pela Universidad Mayor do Chile e Escuela Matrizstica. Pós em Neurociência e o Futuro Sustentado de Pessoas e Organizações.Consultor, Coach, Designer Organizacional, Palestrante e Facilitador de Grupos e Workshops em temas como Liderança, Complexidade, Gestão, Desenvolvimento de Equipes, Inovação e Consultor em Design da Cultura Organizacional.Autor dos Livros: DesigneRHs para um Novo Mundo, Uma nova (des)ordem organizacional e Ensaios por uma Organização Consciente.CEO da Ornellas Consulting e Ornellas Academy.
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