Vaidade, arrogância, ambição e outras coisas úteis
Olá!
Aqui no meu trabalho de mentoria e orientação é bastante comum realizamos os chamados testes de perfil comportamental. Na prática, são exercícios e questionários que aplicamos aos nossos clientes com o objetivo de diagnosticar os comportamentos mais comumente apresentados pelas pessoas e logicamente, estes comportamentos, em algum grau nos ajudam a identificar os padrões de pensamento predominantes.
Daí você me pergunta, querido leitor: O que isso tem a ver com o título deste artigo?
Tudo!
Curiosamente, palavras como vaidoso, arrogante, ambicioso, barulhento, espalhafatoso e outras de mesmo calibre tendem a aparecer em uma área de análise denominada zona inerte, ou seja, comportamentos que a maioria das pessoas não reconhece como válidos e em algum grau até mesmo rejeitam pensar, sentir ou desempenhar.
Todavia, por mais que as pessoas pensem que estes comportamentos são culturalmente reprováveis, não se trata de uma interpretação binária e shakespeariana, do tipo “ser ou não ser”. Assim como tudo na vida é uma questão de dose.
“A diferença entre remédio e veneno é a dose”. Esta frase, atribuída ao médico e físico suíço-alemão Paracelso, no século XVI, define bem o sentimento em relação a estes comportamentos.
Vamos começar com o mais simples de todos, o comportamento ambicioso.
Pense em uma pessoa totalmente sem ambições. Alguém para o qual a vida é como é e nada parece ser desejado ou mesmo almejado. Tudo, por mais trivial que seja está bom e nem mesmo um simples copo de água mais fresca ou limpa seria foco de seu desejo, ou mesmo de sua ambição. De fato, seria uma pessoa iluminada, certo?
Agora, imagine que esta pessoa é seu companheiro ou sua companheira? Ou melhor, que esta pessoa é um de seus pais e, portanto, responsável pelo seu bem-estar? Amplie um pouco a visão e pense nesta pessoa como o líder de sua área profissional ou mesmo um professor? Ela continua sendo iluminada? Talvez sim. Você gostaria de interagir com ela diariamente? Talvez não. A ambição, em doses controladas é o que tira o ser humano de seu estado de repouso e o coloca em movimento.
Agora, falemos de algo costuma ser muito confundido: a Arrogância.
Certamente, ser arrogante é algo que devemos evitar, mas qual a diferença entre a arrogância e a autoconfiança?
Me lembro quando um, então jovem nadador, de sobrenome Cielo desconhecido da mídia foi entrevistado sobre suas expectativas para os jogos olímpicos em sua modalidade de especialista que era a piscina curta, de cinquenta metros e ele disse que sua expectativa não era nada menos que a medalha de ouro, pois ele sabia ser o melhor atleta da atualidade.
Automaticamente o jovem atleta foi taxado de arrogante, exibido e outras qualificações que não cabem em nosso artigo, até que, no dia da prova, a profecia se cumpriu e o jovem se tornou um campeão, não somente de uma prova, mas de várias e várias se tornando uma referência global na sua especialidade e; o mais importante: Uma pessoa que motiva pessoas. Arrogância em doses controladas cria a admiração do inatingível e rebate o ditado “nunca conheça seus ídolos”.
Por fim, mas não menos importante está a vaidade.
Ah… a vaidade. Reprovada, questionada, desprezada, mas nunca ignorada. Eu não considero a vaidade uma virtude, dizem uns. Outros dizem que a vaidade é o mais útil dos defeitos. Mas de fato, todos apreciamos o belo. A natureza é bala na sua criação, a admiração pressupõe o belo. Então, por que cargas d’agua, deveríamos exorcizar o sentimento de vaidade. Ser vaidoso nos coloca na posição de encantar e influenciar.
Podemos ser exemplos e modelos para demais pessoas. Lembrando-se, claro que estamos falando de doses. Existe um limite entre o adequado e o inadequado. Madame Chanel já dizia que quando se é elegante, não importa o que estamos vestindo. Com a vaidade o conceito é semelhante. Buscar estar em harmonia com o ambiente, ter gestos e postura adequados, cuidar de si estando belo tudo isso envolve pequenas doses de vaidade e sim, isso motiva os demais e torna o mundo melhor.
Estes aspectos se tornam mais e mais evidentes na proporção em que nos colocamos em posição de facilitar ou liderar equipes ou grupos, sejam eles familiares ou profissionais. As pessoas em geral procuram símbolos de liderança e valores que normalmente não são associadas ao contraponto de temas como vaidade, arrogância e ambição. Não em doses pequenas como apresentadas aqui.
Afinal de contas, o tal do Paracelso parecia ter razão.
Pense nisso!
Convido você, meu querido leitor, a refletir sobre o dogma negativista de eliminar pensamentos como estes de maneira absoluta, sem considerar seu “uso medicinal”.
Gostou do artigo?
Quer conversar mais sobre como encarar vaidade, arrogância e ambição de uma outra forma para impulsionar seu desenvolvimento pessoal e profissional? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Até a próxima!
Edson Carli
https://inteligenciacomportamental.com
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