Curiosamente, vivemos em um mundo onde, cada vez mais, as pessoas leem menos. Onde cada vez menos, alguém busca alcançar conhecimento por conta própria e recorre, cada vez mais, a dicas ou à chamada “receita de bolo” para resolver seus problemas. Então, aparecem iluminados com frases feitas e bonitas para atender necessidades de todos os tipos e finalidades. Palestrantes então, é uma enormidade. Em tempo, não sou um inocente e carrego minhas culpas também. Tanto que decidi escrever esta postagem para promover um “pensar diferente” de todos nós.
Como um teste, coloquei como expressão de pesquisa no Google: “Dicas de Coaching”. Apareceram 585 mil indicações, mas vou ficar apenas pela primeira página. As dicas aparecem para motivação, carreira, vida pessoal, negócios, o alcance de metas, enfim, tem muita forma de autoajuda embutida nessa pesquisa em Coaching. Mas, pensemos nós, os coaches profissionais: se o Coaching deve “estimular” a autorreflexão das pessoas, por que associar a autoajuda plena (como é o caso de ”dar dicas”) com o processo de Coaching?
Estarei eu sendo muito drástico e crítico, para um pecado que eu mesmo já cometi? Pois bem, feita a confissão, cheguei à conclusão que, nessas circunstâncias, deixei a minha competência de consultor de negócios ultrapassar as fronteiras e acabei misturando as bolas. Portanto, não estou culpando e nem apontando culpados nessa história, apenas chamando a atenção para um ponto fundamental: na intervenção humana, até por sermos humanos, muitas vezes os papéis se confundem e o que era para ser ação de Coaching acaba se mostrando uma consultoria ou mentoria.
Depois, há uma questão muito curiosa quando o profissional de Coaching busca assumir um papel de guru. O foco distorcido começa, portanto, ao “querer dar dicas”… De novo, a dica deve ser algo que leve o cliente ou interessado a refletir em mudanças para seu próprio bem, em alguma dimensão da vida. Não pode ser a “receita de bolo” que, ao fim e ao cabo, serve apenas para gerar um movimento em torno de algum tema, sem mais consequências positivas. No caso do Coaching, cabe bem o ditado de que “não dê o peixe, mas ajude o outro a apender a pescar”.
Finalizando, o que tudo o que eu escrevi tem a ver com o título da postagem? Quem dá dicas, fórmulas e receitas, posando como guru, tenta construir a imagem de orientador infalível. Afinal, “esse cara” sabe tudo e passa esse conteúdo para seu cliente. Mas será que tudo dá sempre assim tão certo. Nada acontece de errado? Como coach, mentor ou consultor, você nunca teve falhas? Pois esse tema vou explorar proximamente com vocês, em um grupo a ser criado nos próximos dias na plataforma do Espaço do Coach: Ali abordaremos o que era para dar certo e deu errado…
“Deu ruim!” Será o título do canal que eu vou encabeçar: Você terá coragem de ali confessar os erros que já cometeu?
Participe da Conversa