As emoções fazem parte do ser humano, da nossa vida e das nossas realizações. E nenhuma delas pode ser considerada negativa. Aliás, por falta de conhecimento ou até por falta de respeito com a gente mesmo, negativo é o que fazemos com as nossas emoções no dia a dia. Consideramos a tristeza algo depreciativo, a raiva inaceitável, o medo covardia e a felicidade, em geral, incomoda muita gente! Deixamos de perceber que na natureza tudo é movimento, tudo tem o seu tempo e não podemos escapar disso, pois as emoções fazem parte da natureza humana.
A vida é uma grande experiência. Experimentar as emoções e aprender a lidar com elas é o básico. O medo, por exemplo, é necessário para aprendermos a recuar, a ficar mais atento, a analisar, a perguntar, a parar e, se necessário, sair correndo ou atacar. Ao reconhecê-lo é importante utilizá-lo com sabedoria. Enquanto o medo nos paralisa e nos faz dar um passo atrás, a raiva nos leva a dar um passo a frente. Ela nos impulsiona e, utilizá-la positivamente é muito bom. Sim, a raiva pode gerar bons resultados. Eu mesma sou um exemplo disso.
Quando meu primeiro marido, com quem tive três filhos, me pediu um tempo, aquilo me deu uma raiva tremenda! Eu tinha casado para construir uma família e agora ele pedia para sair!!! Irh! Naquela circunstância, eu perdi o sentido, o chão, o rumo! Aquele comunicado me pegou de surpresa porque cuidando dos três filhos, da vida profissional, da casa, do marido, de mim mesma, eu nem percebi que ele já estava fora. Fiquei chocada, aquilo fazia tudo perder o sentido e senti raiva, muita raiva. Convencê-lo a reconsiderar não adiantava. Ele estava decidido, era adulto, o que me restava fazer? Aceitei, decidi dar a volta por cima e, internamente, eu falei: “Vou me vingar. Ele vai ver como dou a volta por cima e vou criar as crianças melhor que na companhia dele”. Aquela decisão me fez dar uma virada e tanto na minha vida. Concentrei a minha raiva no meu desenvolvimento profissional. Não usei a força da raiva contra uma pessoa e sim a meu favor e de forma bastante positiva.
Mas, também tem dias em que acordamos com certa melancolia, uma tristeza. E isso pode acontecer por uma circunstância ou, às vezes, até sem nenhuma explicação. A tristeza é um sentimento tão legítimo quanto a alegria. É um registro da nossa sensibilidade que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Tristeza nos remete à quietude que, por sua vez, se concentra em força e sabedoria.
Aí temos a alegria. Ah! Essa emoção nem precisamos explicar muito. Mas, ainda tem gente que não vive a alegria intensamente porque acha que não é merecedor, que vai acabar logo, então é melhor não se iludir, que essa é a emoção mais passageira de todas. Tudo isso é engano. O que realmente devemos considerar é que as emoções, todas elas, são como o ar. Estamos sempre em alguma emoção, não vivemos sem elas. Medo, tristeza, raiva ou alegria, nenhuma delas é negativa. Elas existem para nos impulsionar, para nos levar à introspecção, para nos abrir para o mundo e para avançar. Então, o que nos resta é aproveitar o momento de cada uma delas e viver muito, mais muito mais feliz e realizado.
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