A Demissão Virtual e as Empresas:
Demissão por WhatsApp, por e-mail, por telefone… Como assim?
Quando iniciei há 2 edições atrás, estabeleci um plano de escrita, como um sumário de um livro, onde os artigos fossem se compondo, fazendo sentido para o leitor.
Tenho lido, falado, pesquisado tanta coisa que resolvi deixar esse meu plano de lado e então abordar um tema que está quente para mim e, creio eu, para muitos de vocês: a demissão virtual.
Essa mudança já representa um avanço em meu processo de autodesenvolvimento. Abandonar algo planejado com todo o cuidado, não é uma atitude fácil para muitas pessoas.
Falando em atitude fácil, tenho me perguntado:
O que tem levado os líderes à demissão de seus colaboradores virtualmente, por e-mail, WhatsApp, por uma simples mensagem verbal ou escrita?
Onde está o Humano dessas Pessoas?
Como está o desenvolvimento da consciência dessas e das organizações a que pertencem?
Como fica a coerência entre o exigir que se trabalhe presencialmente e, ao desligar, o fazem à distância?
E o respeito, a empatia, a dignidade com o outro, onde ficam esses valores?
Sinceramente, essas e outras perguntas me inquietam e não consigo encontrar uma explicação plausível.
Me aterei a esses valores citados, alguns deles, quando se trata desse tema.
O respeito, segundo a etimologia da palavra é oriundo do latim respectus que significa “olhar outra vez”.
Esse, como sabemos é um dos valores humanos que fundamentam a vida em sociedade, as relações interpessoais ou em vista de normas, regras ou de um poder instituído. Creio que nessa situação, o respeito pelo desligado então não foi olhado nenhuma vez.
Respeitar é ter consideração pelo outro, fazer deferência, fazer reverência.
Quando vemos o que anda acontecendo, que mensagem estamos passando para os que vão e para os que ficam? Esse colaborador desligado, em algum momento da empresa utilizou seus talentos, suas competências no seu trabalho e contribui assim para os resultados.
Quando se pratica o respeito nas interações, então imaginamos que as pessoas não tenham atitudes reprováveis, autoritárias ou injustas em relação à outra. E esses julgamentos são realizados por todos que se envolvem de alguma forma com o caso.
O respeito pode e deve ser movido por empatia, palavra bastante utilizada no mundo e, creio, que pouco entendida no seu âmago e praticada.
Dra. Brené Brown, estudiosa e autora do livro “A coragem de ser imperfeito”, diz que a empatia é “sentir junto com as pessoas”. O que será que esses líderes sentiram ao desligarem, dessa forma, seus liderados? Com certeza, não sentiram o sentir deles! E os demais colaboradores das empresas, como ficaram os sentimentos? Alguém os ouviu, os considerou?
A empatia além de promover relacionamentos positivos é um dos componentes principais que geram segurança psicológica. Como essa se encontra nas empresas?
O que continua me chocando é que o princípio da dignidade humana é um dos fundamentos da democracia e está na Constituição Federal.
Um conceito simples de dignidade, sem entrar nos aspectos jurídicos, religiosos, filosóficos, é a qualidade de quem é digno, ou seja, de quem é honrado, exemplar, que procede com decência, com honestidade.
A dignidade de um indivíduo representa a sua “integridade moral”. Dói, não ver na prática os sentidos das palavras: digno, honrado, exemplar, decência, honestidade, integridade moral.
Muito fica a desejar essa atitude ”fácil” dos líderes e suas empresas neste nosso tempo. Então como fica a reputação dessas organizações perante a sociedade? Que impacto terá essa atitude, no futuro, quando forem buscar novos talentos no mercado?
Gostou do artigo? Quer falar mais sobre a demissão virtual por WhatsApp, por e-mail, por telefone? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Vera Godoi Costa
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