Tenho dito que o desemprego está como a dengue, cada vez mais perto! Não vivemos tempos fáceis e não dá para fingir que não está acontecendo. O Ministério da Saúde registrou, até 7 de março, 224,1 mil casos de dengue no país. O aumento é de 162%, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 85,4 mil casos.
Já a taxa de desemprego, um dos raros indicadores ainda mencionado como positivo pelo governo, chegou a 7,9% no primeiro trimestre deste ano, a maior taxa desde o mesmo período de 2013.
Amigos e colegas estão sendo demitidos. Meu vizinho, na garagem do meu prédio, comentou: “Adriana, a coisa está feia! Semana que vem preciso demitir mais duas pessoas da minha equipe. Tenho medo que o próximo seja eu!”.
A sensação não é nada boa. Posso ser eu! Demitida ou com dengue.
O momento exige reflexão: já pensou no que fazer caso seja você o próximo demitido?
Nesta semana li um artigo da jornalista Cláudia Giudice, ex-diretora da Abril que foi dispensada após mais de duas décadas. O título é “Ao arrancarem meu crachá, senti como se estivessem arrancando a minha pele”.
Na reportagem, ela comenta sobre a sua dor e sobre a necessidade de começar uma nova vida, diferente da rotina que levou durante anos.
Tenho escutado com frequência a expressão “é preciso se reinventar!”. Mas fazer alguma coisa diferente do que se fazia por anos não é um exercício fácil.
Encontrar o próprio caminho, aquele que dê mais significado à vida, e bem no meio da crise, é um trabalho enorme, demanda tempo e dedicação e nem sempre os resultados são uma pousada, um livro, um blog e uma consultoria. Muita gente perde as próprias referências e se sente perdida e desorientada.
Reinventar-se pressupõe autoconhecimento, revisão dos valores, desapego de crenças antigas, coragem para arriscar, reserva financeira. Eu sei que nenhum desses processos é tão simples assim. Por isso, mesmo que seu emprego não esteja em risco, pense um pouquinho no que faria caso perdesse o emprego, antes que a dengue te pegue.
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