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Desglobalização: Por que o mundo vive o recuo da Globalização?

Apesar de ter ganho força com a pandemia e se intensificado com a guerra na Ucrânia, a tendência de desglobalização, diminuição no ritmo da integração econômica internacional, tem na verdade suas origens na Grande Recessão de 2007-2009.

Desglobalização: Por que o mundo vive o recuo da Globalização?

Desglobalização: Por que o mundo vive o recuo da Globalização?

“Você é jovem, meu filho, e, com o passar dos anos, o tempo vai mudar e até mesmo reverter muitas das suas opiniões presentes. Abstenha-se, portanto, um tempo de configurar-se como um juiz dos maiores assuntos. “ Platão – Filósofo Grego- 428 a.C.- 347 a.C.

A globalização estreitou os laços entre alguns países e está presente em vários momentos do nosso dia a dia. Desde uma compra com cartão de crédito até a utilização de aplicativos no celular e as músicas que escutamos. É importante ressaltar que esse fenômeno vai além da economia e da comunicação. Ele, de fato, afeta culturas, diferentes formas de arte, política, esporte, meio ambiente, percepção de mundo… e por aí vai.

1ª fase da globalização:

Aconteceu entre os séculos XV e XVIII, que contemplam as descobertas marítimas e a Revolução Industrial.

2ª fase da globalização:

Compreendida entre os séculos XVIII e XX, ficou marcada pela 2ª Guerra Mundial, que acabou levando à expansão do capitalismo.

3ª fase da globalização:

No fim do século XX, aconteceram diversos eventos que colaboraram para esse fenômeno, como por exemplo a queda do Muro de Berlim, o fim da União Soviética e do regime socialista, além da Guerra Fria.

4ª fase da globalização:

Período no qual estamos atualmente, marcado pelo domínio do capitalismo e marcado pela evolução da Tecnologia … na chamada Nova Ordem Mundial.

Desglobalização: Por que o mundo vive o recuo da Globalização?

Os ventos desfavoráveis à globalização, que percorrem o mundo desde a crise financeira de 2008 e ganharam força com a pandemia, intensificam-se com a guerra na Ucrânia. Nenhum dos escritores modernos reconhece em seus recentes artigos que a desglobalização, (recuo da globalização projetada pelo Ocidente), não começou durante a pandemia ou durante a guerra russa na Ucrânia. Esse processo tem, de fato, as suas origens na Grande Recessão de 2007-2009.

A tendência de desglobalização ou “slowbalization“, a diminuição no ritmo da integração econômica internacional, observada agora, nos lembra que interrupções no processo de globalização já ocorreram em outros momentos da História. Mas, desde o fim da 2ª Guerra até o início dos anos 2000, o mundo vivenciava um aumento no intercâmbio de bens, investimentos, tecnologias e serviços.

A pandemia de covid-19 acelerou o processo de desglobalização, quando a quebra na cadeia de produção imposta pelo fechamento de fábricas expôs fragilidades mundiais. Países adotaram a autoproteção, por exemplo os EUA, que invocaram leis de defesa nacional para manter em território nacional a produção de respiradores. Enquanto o mundo se dava conta de que a China era produtora de mais de 40% dos equipamentos médicos de proteção individual de todo o mundo….

Ainda temos o consumo desenfreado: a humanidade continua “gastando” mais da natureza do que deveria. Em 28 de julho deste ano, já tínhamos usado todo o nosso orçamento de recursos biológicos disponíveis para o ano inteiro. Usamos nos sete primeiros meses toda água, energia, minerais e vegetais que o planeta tem capacidade para produzir e renovar no período de 365 dias.[1]

O cenário de Consumo no Planeta x Capacidade de Regeneração, o ambiente de Guerra destruindo parte do que poderíamos consumir (está sendo destruído por bombas) além das crises econômicas neste começo de século forçando o retrocesso dos avanços conseguidos – que sugeriram um melhor aproveitamento dos recursos naturais em acordos internacionais de intercâmbios tanto de tecnologia, como de produtos. Todas as nações teriam, em tese, acesso a todo desenvolvimento possível no planeta. Tudo isso sugere que falhamos e que o ser humano terá que buscar outras soluções que ainda não foram testadas.

Para os especialistas, o posicionamento da China ditará o futuro da dinâmica comercial global. “Putin pode se tornar um pária internacional, mas ainda fará negociações com a China, com o Brasil e com nações em desenvolvimento. A grande questão é se a Guerra Fria com a Rússia irá desencadear uma Guerra Fria com Rússia e China”, afirma Ian Arthur Bremmer[2]. Se os chineses seguirem com apoio à Rússia, aí estaremos em um cenário de fragmentação da economia global. E possível desglobalização.

O assunto é extremamente complexo e com variados níveis e impactos nas estruturas sociais, econômicas e financeiras do mundo Ocidental. Esta rápida abordagem foi apenas para nos lembrarmos que todas as afirmações sobre o movimento irreversível de globalização, agora, já não fazem mais sentido.

Temos que desaprender as certezas do movimento inicial, para então podermos nos dedicar ao novo.

A desglobalização leva a uma globalização diferente onde algumas afirmativas negarão substancialmente o movimento anterior. No entanto, o movimento anterior esteve correto e gerou os frutos necessários do momento em que foi proposto e teve suas políticas e normas implementadas. O que muda, mesmo, é o nosso conceito sobre a perenidade das decisões tanto no público, quanto no privado. Junto a essa mudança, o foco em qualquer tipo de certeza, agora – é apenas pelo tempo que for possível permanecer.

Tanto a sociedade civil – aquela formada pelas pessoas comuns que batalham pela sobrevivência e que não tem acesso a questões como estas, quanto os grupos especialistas – sofrerão os impactos e precisarão de fato entender uma nova lógica.

As incertezas quanto a trabalho, educação e saúde continuam seguindo a lógica de adaptação a cada momento. Agora, as empresas que cresceram e estavam focadas na exportação, talvez precisem repensar na sua estratégia. E pode significar nova migração de mão de obra em meio aos grandes números de desocupação.

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Quer saber mais sobre a diminuição no ritmo da integração econômica internacional, a desglobalização? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar sobre este tema.

Sandra Moraes
https:// www.linkedin.com/in/sandra-balbino-moraes

[1] https://conexaoplaneta.com.br/blog/dia-da-sobrecarga-da-terra-em-2022-ja-usamos-75-a-mais-dos-recursos-naturais-do-que-o-planeta-pode-regenerar/
[2] Ian Arthur Bremmer – Cientista Político Norte Americano Foco em Risco Político Global

Confira também: OS DIREITOS: Os meus e os seus direitos

 

Sandra Moraes é Jornalista, Publicitária, Relações Públicas, frequentou por mais de 8 anos classes de estudos em Filosofia e Sociologia na USP.É professora no MBA da FIA – USP. Atuou como Executiva no mercado financeiro (Visa International (EUA); Banco Icatu; Fininvest; Unibanco; Itaú e Banco Francês e Brasileiro), por mais de 25 anos. Líder inovadora desenvolveu grandes projetos para o Varejo de moda no país (lojas Marisa – Credi 21), ampliando a sua larga experiência com equipes multidisciplinares, multiculturais, altamente competitivos, inovadores e de alta volatilidade.
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