Vejo a tendência de mulheres questionarem fortemente a continuidade na vida executiva da maneira como ela está, hoje, estruturada nas organizações. São mulheres inteligentíssimas, com sólida formação acadêmica e bem-sucedidas em suas áreas de atuação, porém em um momento especial da vida, a maternidade, e esse fato tem gerado fortes reflexões sobre a continuidade da carreira nesses moldes.
Essas mulheres não pensam em parar de trabalhar, até por que a satisfação da conquista e autonomia financeira lhes são muito gratificantes também. A verdade é que o movimento é muito mais pela busca do equilíbrio do que pelo abandono de um papel em detrimento do outro.
O mundo precisa de mães presentes e, culturalmente, são elas quem cuidam da família inteira, dos filhos, do marido e dos pais. Isso causa uma enorme sobrecarga, mas o fato parece não ser levado em consideração ou é visto de canto de olho pelas organizações. Para a mulher ascender na carreira, ela precisa agir de maneira muito masculina, abrindo mão de outros papéis, e se dedicar só à performance profissional. Isso não é mais suficiente.
Há empresas que conseguem flexibilizar os horários de trabalho, permitindo que as mães possam levar e buscar o filho na escola e trabalhar em “home office” alguns dias da semana. São medidas relativamente simples em um primeiro momento, mas que causam impacto importante na percepção da qualidade de vida e certamente na dedicação e no comprometimento da profissional com a empresa.
As mudanças sociais não acontecem com hora marcada e é preciso estar atento ao movimento para não perder oportunidades. O alerta para as empresas é fazer a lição de casa e encontrar alternativas criativas para não desperdiçarem seus talentos femininos.
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