Como se diferenciar no mercado? O uso de assessments pode trazer boas oportunidades na diferenciação do seu trabalho de desenvolvimento humano.
Atualmente o coaching (e desenvolvimento humano) tem se popularizado e ganhado escala no Brasil. Isso deve-se a diversos motivos, principalmente pela facilidade de acesso às formações profissionais básicas (ou iniciais) disponíveis no mercado, que em geral têm duração de 4 dias, levando em conta que a maioria das graduações, formações técnicas e outros tipos de formações profissionalizantes costumam durar de meses a anos.
O propósito de citar o atual cenário deste mercado é de destacar a importância, para todo e qualquer profissional, de se diferenciar e se posicionar adequadamente em seus respectivos mercados. Até pelo fato de que é bem menos desafiador obter resultados quando não se tem concorrentes. E os clientes são praticamente obrigados a contratar uma única empresa ou profissional, por falta de opção.
No atual mercado de coaching, existem muitas opções de profissionais e concorrência dos mais variados (e criativos) tipos e estilos de aplicações e metodologias, seja para vida pessoal (life coaching) como para os âmbitos profissionais e corporativos.
Entretanto, em grande parte dos casos, acaba-se produzindo e saturando muito da mesma forma e do mesmo conteúdo. Quer seja oferecendo soluções milagrosas de sucesso em poucos dias, como fomentar genericamente mudanças de hábitos, crenças e a famosa “mudança de mindset”.
Todos estes temas podem, de fato, ser válidos e necessários no trabalho de coaching e desenvolvimento humano, desde que o seu cliente esteja no momento, contexto e com preparo suficiente para absorver e realizar estas ações e mudanças.
E é neste ponto de compreensão e conhecimento do seu cliente que surgem algumas boas oportunidades de utilização de assessments (ou outros tipos de ferramentas de mapeamento e diagnóstico) na diferenciação do seu trabalho no desenvolvimento humano, na empresa, etc.
Vale destacar que existem diversas possibilidades de para se diferenciar no mercado, principalmente, com uso de assessments. Neste artigo não tenho a pretensão de restringir as opções ao que citarei como exemplo. A ideia é estimular que cada profissional explore e amplie seus horizontes profissionais além do comum e do mesmo que a maioria faz.
Bom, vamos lá. Partindo do princípio de que os assessments são ferramentas de mapeamento de perfis. Sejam eles comportamentais, de valores e cultura, de padrões de pensamento e julgamento, estilos pessoais, forças e virtudes, etc.
Todos assessments possuem como função básica o autoconhecimento e o entendimento do perfil, cenário atual e/ou momento do cliente na ocasião da aplicação das ferramentas. Função esta, que é utilizada como base para nortear o desenvolvimento do trabalho no decorrer do processo de coaching (ou outros tipos de desenvolvimento humano).
Entretanto, uma opção de diferenciação de atendimento que, apesar de conceitualmente ser “óbvio” eu não costumo ver como prática comum, que é a utilização dos assessments como base e referência para moldar o estilo de trabalho e atendimento do próprio profissional coach (e de outras áreas de desenvolvimento humano) como um tipo de customização do atendimento e condução do trabalho.
Funciona basicamente como uma construção de personagem que “atuará” em cena, adaptando-se de acordo e de forma compatível com o estilo e perfil do seu cliente. É praticamente uma forma de alavancar melhores elos, conexões e relacionamentos com clientes com base nas informações e conhecimentos extraídos dos assessments. E, desta forma, elevar o nível dos atendimentos com maior eficácia, assertividade e credibilidade.
Afinal de contas, como na alfaiataria, roupas customizadas e feitas sob medida servem muito melhor e tem seu valor diferenciado. E o mesmo serve para todos os tipos de mercado, inclusive no coaching.
É evidente também lembrar da importância de que toda e qualquer intervenção de melhoria e diferenciação profissional funciona melhor quando está congruente com o próprio estilo de trabalho, missão, propósito e cultura do próprio profissional. E que todo tipo de diferenciação demanda proporcionalmente seu devido esforço, trabalho, investimento e, principalmente, foco.
O exemplo de customização de atendimento citado acima, demanda praticamente um preparo digno de atores de Hollywood. Claro que em suas devidas proporções e dentro da nossa realidade como profissionais de desenvolvimento humano, mas que também requer uma construção de “persona”, ensaios, scripts, etc.
Tudo isso turbina e potencializa a qualidade do rapport que estabelecemos com os clientes. E, consequentemente, melhora a qualidade de relacionamento e principalmente a confiança e afinidade que são peças fundamentais na libertação de “travas” e resistências dos clientes.
O fato é que na maioria dos casos, nossos clientes não possuem clareza total de suas demandas. É fato também que nós como agentes externos, enxergamos mais facilmente o cenário, problemas e soluções dos nossos clientes.
Por estes motivos, é essencial exercitarmos a neutralidade e não cairmos nas armadilhas de achar que a solução é “simples e óbvia” somente com nosso ponto de vista (de fora), e ansiarmos pela resolução dos problemas expondo diretamente os pontos focais e as devidas soluções, imaginando que o cliente agirá de pronto ou que permitirá que nós, profissionais, sejamos contratados para “salvá-los” e agirmos como super heróis e depois vivermos todos felizes para sempre.
É nosso papel como profissionais sérios e congruentes, respeitarmos o perfil, estilo e momento de cada cliente, para facilitarmos e guiá-los de forma transparente e compatível. Não necessariamente de sairmos ansiosos e com ímpeto de querer resolver tudo e todos. E, sem querer, acabar atropelando o processo e o caminho de desenvolvimento de cada indivíduo e cliente.
Acredito que o papel do profissional da área de desenvolvimento humano tem muita relação com uma frase que se diz no ditado popular: “Não dê o peixe, ensine a pescar”. Afinal de contas, o cliente tem direito a crescer, evoluir e ter liberdade para construir seus sonhos sem precisar de “muletas”.
Em suma, vejo como essencial que nós, profissionais, saibamos e nos preparemos para nos adaptarmos aos cenários, perfis e demandas dos nossos clientes. Para isso, conhecer muito bem o seu cliente (e a si mesmo) podem ser peças-chaves na disputa e para se diferenciar do mercado.
E como diria Darwin:
“Não são as espécies mais fortes que sobrevivem nem as mais inteligentes, e sim as mais suscetíveis a mudanças.” (Charles Darwin)
Se você gostou de ler sobre como se diferenciar no mercado com o uso de assessment e fez sentido para você, te convido a ler e reler os artigos anteriores (clique aqui e acesse a minha coluna). E, principalmente, ficar atento aos próximos artigos que trarei com mais dicas e conteúdos para turbinarmos e otimizarmos nossos trabalhos de desenvolvimento humano.
Se você já utiliza assessments ou vai experimentar novas alternativas, avalie sempre a função e o foco de utilidade. Principalmente a sua afinidade em trabalhar com o instrumento. Procure optar pelos instrumentos que te proporcionem maior segurança e confiabilidade. Que tenham histórico de pesquisa, validação e boa atuação na área para lhe oferecer suporte.
Afinal de contas, é o instrumento que deve servir e agregar ao nosso trabalho, e não o contrário.
Bruno Tsai
http://www.btperformance.com.br/
Confira também: O Autoconhecimento e a Visão de Mundo
Participe da Conversa