Diversidade e inclusão: O poder transformador da liderança inclusiva na sustentabilidade das organizações
Pesquisa recente da McKinsey (2020) concluiu que empresas com políticas de diversidade têm maior Índice de Saúde Organizacional (ISO). E empresas com pontuações mais altas neste índice têm probabilidade 59% maior de superar a performance financeira de seus pares. A pesquisa informa ainda que companhias percebidas pelos funcionários com diversidade em termos de gênero têm probabilidade 93% maior de superar a performance financeira de seus pares na indústria.
De acordo com pesquisa de 2019, da DDI e Ernst & Young, Instituições que promovem pelo menos 30% de diversidade em sua liderança têm 1,4 vezes mais chances de crescer de forma sustentável e lucrar mais que os concorrentes do setor. Existe, portanto, uma correlação positiva entre diversidade e performance.
Este tema, Inclusão e Diversidade, é pauta nas discussões da sociedade atual por sua relevância no enfrentamento de muitos problemas socioeconômicos neste mundo cada vez mais global, conectado e interdependente. O mundo corporativo, parte indissociável desse sistema, tem a oportunidade – e o dever – de promover a diversidade com inclusão não só pela responsabilidade social e econômica, como também por estratégia de sobrevivência.
Para perseverar e alcançar resultados sustentáveis em contextos tão complexos, voláteis e incertos é preciso compreender as múltiplas necessidades de um mercado que é diverso e cada vez mais exigente. Oferecer soluções inovadoras e comunicar-se com todas as tribos. Para promover essa transformação no coração das organizações há uma competência decisiva – a liderança inclusiva!
O líder é o grande influenciador dos resultados e das transformações de toda natureza. Por insegurança, desconhecimento e/ou comodismo muitos líderes ainda ousam pouco em seus papeis como agentes transformadores. E seguem adotando a velha receita do comando e controle, com foco em resultados de curto prazo, centralização na tomada de decisão, pressionados e pressionando. Formando equipes tarefeiras e homogêneas com espaço quase nulo para criar e inovar.
Esse modelo ainda produz algum resultado. Mas tem o futuro ameaçado por um desempenho não mais que medíocre e com muitos efeitos colaterais – físicos, psicológicos, financeiros. Gera instabilidade, é inflexível e incapaz de oferecer soluções e repostas efetivas e com velocidade adequada para toda problemática do ambiente ultra digital.
O mundo de hoje e de amanhã pede muito mais que isso! Mais criatividade, inovação, flexibilidade, agilidade, novas soluções e, sobretudo, qualidade de vida. Tudo isso é possível rompendo com algumas práticas de liderança que já não servem mais. A liderança inclusiva é uma competência que renova, enriquece e fortalece a atuação do líder em direção a resultados sustentáveis. Resultados estes que impactam positivamente a organização, o time, os parceiros, a sociedade e a eles próprios.
A liderança inclusiva forma times diversos, heterogêneos e conectados com o mundo real. Oferece espaço às ideias que emergem com a diversidade e transforma um ambiente engessado num espaço favorável à criatividade, inovação, cocriação de novas soluções e agilidade para responder os desafios que se apresentarem. Agrega valor ao capital humano e ao valor da marca.
Time diverso é formado também por gente historicamente preterida por gênero, etnia, orientação sexual, origem, credo, idade, deficiências, entre outros. E que podem estar em diferentes patamares de desenvolvimento profissional. Há uma analogia utilizada hoje em dia que esclarece que as políticas de diversidade trazem todas essas pessoas para a festa e oferecem aulas de dança. O líder inclusivo chama todos para dançar ciente que nem todos dançam do mesmo jeito ou sequer sabem dançar, por isso é disposto a ensinar para contar com o melhor de cada um num grande espetáculo!
Desenvolver a liderança inclusiva envolve mudança comportamental a partir da consciência dos vieses inconscientes. Ou seja, tendências e preconceitos incorporados no nosso dia a dia, baseados em estereótipos de gênero, raça, classe, orientação sexual, idade. Os vieses afetam nossas ações e julgamentos sem que prestemos atenção e ditam o nosso comportamento de forma muitas vezes “automática”. Mudar comportamento leva tempo e demanda dedicação.
O primeiro passo é se comprometer com o caminho do desenvolvimento, olhar para si despido de vaidade e reconhecer seus valores, vieses e comportamentos, seus medos e desejos, compreender o quão inclusivo você é enquanto líder, quão diversa é sua equipe. E quanto o ambiente sob sua liderança é favorável à criatividade, inovação e exposição de ideias.
Neste processo de autodesenvolvimento, o líder pode contar com todo suporte de qualidade que puder – coaching, mentoring, cursos, treinamentos, leituras. O líder inclusivo impulsiona a cultura da diversidade nas Organizações. Para isso possivelmente será necessário rever processos, repensar a estrutura e então definir regras que viabilizem efetivamente a internalização de uma política de inclusão e diversidade.
Por tudo isso, num cenário com profundas transformações em curso que estabelecem a não linearidade e volatilidade como condição padrão, a cultura de inclusão e diversidade não é caridade, é oportunidade! E o líder é o elemento indutor dessa transformação que começa nele, com o desenvolvimento da liderança inclusiva!
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o poder transformador da liderança inclusiva na sustentabilidade das organizações? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Fábio Castilho
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