” Se você quiser ir rápido, vá sozinho; se você quiser ir longe, vá acompanhado” (Provérbio Africano)
Uma metáfora inspirada na Divina Comédia de Dante Alighieri:
Dante e Virgílio quando estavam a explorar novos territórios e ao se aproximarem de um lugar, sentem um maravilhoso aroma de guisado, contrastante, no entanto, com lamentações de sofrimento, gritos de raiva e urros de desespero. Quando, pouco depois, chegam a uma clareira, veem, ao centro, uma grande panela, cheia de um convidativo guisado, tendo em torno pessoas com colheres dotadas de longuíssimos cabos, com as quais tentam levar o alimento às suas bocas. Mas não conseguem, o cabo é comprido demais. a comida cai no chão fazendo com que permaneçam com fome. Virgílio informa Dante: “Esse é o inferno”.
Continuando sua trajetória, sentem novamente o apetitoso aroma de guisado; só que, dessa vez, porém, acompanhado por gritos e expressões de alegria, de prazer e de gratidão. Quando chegam à clareira, veem uma grande panela que contém o guisado e as colheres com os cabos longuíssimos à disposição das pessoas que devem comer. A diferença consiste no fato que cada uma dá comida na boca da outra, com recíproca satisfação. “Esse é o paraíso”, informa Virgílio.
Esta pequena história pode ser utilizada para estabelecer as razões que diferenciam empresas que colecionam fracassos e aquelas que, ao contrário, são bem-sucedidas – crescem, reinventam-se permanentemente proporcionando retorno aos seus acionistas. Mas o que explica a razão do sucesso destas empresas? A resposta é simples: empresas de sucesso, sem exceção, tem como diferencial competitivo o foco na gestão de seus colaboradores; as pessoas são o principal meio de alavancagem de qualquer processo de mudança e o trabalho em equipe, a criatividade, a habilidade em encarar desafios e adaptar-se continuamente às mudanças são os principais elementos na constante busca por excelência.
O elemento chave na gestão de pessoas é o engajamento que não deve ser confundido com motivação – esta é comportamento individual que depende de fatores subjetivos e abrangentes da vida das pessoas como um todo.
O engajamento, ao contrário, é fator primordial para o bom desempenho de colaboradores – TODOS, sem exceção e independentemente do nível hierárquico, sentem-se mais felizes e desempenham melhor quando tem o sentimento de pertencer, conhecem os objetivos e metas e o quanto o seu trabalho contribui para o sucesso. da organização.
Ao longo de minha vida executiva e, agora, também, na segunda carreira como coach/mentor pude colecionar inúmeros exemplos da importância do engajamento na construção de um ambiente saudável e cooperativo bem como o papel exercido pela liderança da organização no estabelecimento de alicerces sólidos que suportem a edificação onde todos trabalham em busca dos mesmos objetivos.
Estabelecer a visão é atributo dos níveis mais altos da organização; porém desdobrar a visão em objetivos e metas e compartilhá-las é tarefa nem sempre fácil e, por esta razão, muitas vezes negligenciada; ainda mais importante, é apresentar com frequência e de forma clara e transparente os resultados e planos para correção ou manutenção do rumo.
Como definiu Peter Senge em seu livro a Quinta Disciplina: “As organizações que aprendem são aquelas nas quais as pessoas aprimoram continuadamente suas capacidades para criar o futuro que realmente gostariam de ver surgir”. E cabe aos líderes buscarem e nutrirem sua visão e inspirarem os outros a segui-la.
Assim, a terapia mais indicada para organizações doentes que se encontram no inferno e queimam na fogueira de resultados ruins é um amplo e abrangente programa que vise elevar substancialmente os níveis de engajamento e, assim, passar um curto período no purgatório para, então, ingressar no paraíso e aproveitar os bons ventos de resultados favoráveis.
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