
Dor: Herança ou Escolha?
O que a Epigenética Revela sobre Você!
1. A dor que atravessa gerações: o que a epigenética tem a dizer?
Você já sentiu que carrega um peso que não é só seu? Que dores, medos ou angústias parecem fazer parte da sua história antes mesmo de você nascer?
A ciência emergente da epigenética vem nos ajudando a compreender como experiências vividas por nossos ancestrais — por exemplo guerras, abusos, desastres, perdas de diversas naturezas, fobias e vícios — podem deixar marcas nos nossos genes.
Isso não significa mudar a sequência do DNA, mas sim como ele se expressa.
Imagine que o DNA é o “hardware” do corpo, enquanto a epigenética é o “software” que diz o que esse sistema deve ou não ativar.
Estudos mostram que traumas podem gerar alterações químicas nos genes, chamadas de metilação, que regulam sua atividade. Essas alterações podem ser transmitidas para filhos e netos, influenciando assim nossa saúde emocional e mental.
Quantos dos nossos medos e dificuldades são, na verdade, ecos de quem nos criou?
2. Como um trauma vivido por nossos pais pode afetar nossa saúde mental?
Será que o sofrimento de uma geração pode, de fato, deixar rastros nas seguintes? A resposta parece ser sim.
Pesquisas já identificaram sinais epigenéticos em filhos de sobreviventes do Holocausto. Um gene relacionado à ansiedade, o FKBP5, apresentava padrões alterados de metilação tanto nos pais quanto nos filhos — alterações que não apareceram em famílias que não viveram o trauma.
Outros estudos semelhantes com veteranos da Guerra do Vietnã também encontraram padrões epigenéticos associados ao TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) bem como alterações mentais nos filhos desses veteranos.
Agora, trazendo mais para o nosso dia a dia: imagine uma mãe berrando, atenta e ansiosa, para proteger seu filho. A intensidade e a repetição desse comportamento de alerta podem gerar gatilhos para o desenvolvimento de traumas.
A hipótese é que o trauma altera a química do corpo, e essa mudança pode alcançar até os óvulos e espermatozoides — ou seja, carregar a memória do trauma para a próxima geração.
A intensidade e a repetição do comportamento de alerta podem gerar gatilhos para o desenvolvimento de traumas.
3. É possível romper esse ciclo? O que a ciência nos mostra?
Se herdamos dores, então será que também podemos curar e transformar?
Estudos com animais ajudam a entender melhor esse processo. Em um experimento, ratos condicionados a temer um cheiro associado a choque elétrico transmitiram esse medo para seus descendentes, que também reagiram ao cheiro sem nunca terem vivido o trauma.
Mas quando os ratos foram expostos ao mesmo cheiro sem o choque por um tempo, desaprenderam o medo — e seus filhos também não mais temiam.
Isso mostra que a herança epigenética não é um destino fixo. Ela pode ser modificada por experiências de vida, ambiente, vínculos e práticas de cuidado e bem-estar.
4. A ciência confirma: é possível reescrever sua história.
Hoje sabemos que o conhecimento sobre si mesmo, sobre sua constelação familiar, os vínculos seguros, a psicoterapia, a espiritualidade, a consciência corporal e até a alimentação são capazes de modular a expressão dos nossos genes.
Você não está preso à herança.
Herança não é sentença. É ponto de partida.
A epigenética revela que a escolha está nas suas mãos.
Se esse tema despertou algo em você, então saiba que há caminhos possíveis para compreender, cuidar e transformar essa herança invisível.
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como a epigenética pode impactar sua saúde emocional e mental, ou como iniciar esse processo de transformação na prática? Então, entre em contato comigo. Será um prazer continuar essa conversa com você.
Abraço de paz,
Dra. Marcia Coronha, PhD
CEO do Instituto Consciência
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