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É Fome ou Vontade de Comer?

Já se deparou com situações em que de repente tem uma fome incontrolável? Ou quando está em casa naqueles dias mais cinzentos e parece que o mais confortável é estar deitado no sofá com “algo para petiscar”?

Agora que o Carnaval passou e acabaram todos esses festejos, está na hora de focar-se de Novo em Si de uma forma mais profunda.

Decerto que já se deparou com situações em que de repente tem uma fome incontrolável, ou por outra, quando está em casa naqueles dias mais cinzentos e parece que o mais confortável é estar deitado no sofá com “algo para petiscar”? Pois bem… todo este cenário tem um nome, designado de Fome Emocional.

Podemos sentir dois tipos de fome: fisiológica e emocional. A primeira tem uma solução mais imediata e a segunda é a causa nº 1 das corridas aos Nutricionistas, mas também com solução!

Fome fisiológica ou fome física, ocorre quando se fica por um período prolongado, carente de alimentos que forneçam calorias e nutrientes, necessários para a vida e saúde do nosso organismo. Normalmente depois de algumas horas desde a última refeição (3 horas ou mais) e que pode ser acompanhada por uma sensação de “estômago vazio”, tonturas, náuseas, menor capacidade de concentração e irritabilidade. Neste caso o mais rápido e sensato a fazer é repor esta carência energética e comer algo, por exemplo 1 peça de fruta ou 1 punhado de frutos secos/2 Castanhas do Pará ou 1 iogurte natural. Fome fisiológica é algo natural, que ocorre com todos os seres vivos e que convém estarmos atentos aos alertas do nosso corpo para não haver consequências de largos períodos sem ingestão de alimentos.

Frequentemente cada um de nós, ao comer um determinado alimento ou ao sentir um determinado cheiro, recorda-se de alguma situação ou é levado a uma certa lembrança ou emoção. Este processo é designado de “âncoras”, que funcionam como um gatilho que ao ser acionado nos conduz automaticamente a um momento específico (reflexo condicionado). Por exemplo, de certo que tem algum cheiro que o faz recordar-se de uma determinada pessoa? Ou um alimento que o faz recordar de algum momento na sua infância?

Ora se os alimentos nos levam a emoções, o contrário também se verifica, sendo este aspecto o que provoca a chamada Fome Emocional.

As emoções básicas são: tristeza, medo, raiva, alegria e afeto, e tanto as positivas como as negativas podem levar a um comportamento alimentar desequilibrado. No entanto, é mais frequente ocorrer situações de fome emocional perante fatores de stress, depressão, ansiedade ou raiva.

Para aprender a comer apenas sob fome física e controlar o ímpeto para a fome emocional deve haver em primeiro lugar uma tomada de consciência, tanto dos sinais do seu corpo para ambos os tipos de fome, como para as situações que podem provocar o descontrole/excesso alimentar.

A sugestão passa por planejar um pouco o seu dia e levar consigo alguns snacks e deixar outros no seu local de trabalho, se for possível, assim não terá desculpa para não comer!

Relativamente à Fome Emocional, é descrita como “aquela vontade de comer só mais um bocadinho” após uma refeição ou mesmo uma vontade específica para alguns alimentos (normalmente são os doces, pão ou bolos) como resposta a alguma situação menos positiva ou contrariedade. E é claro que comemos com os 5 sentidos, logo o cheiro de pão acabado de sair do forno ao passar por uma padaria vai ativar o centro da fome e o impulso de comer (ainda que tenha acabado de almoçar), bem como um bolo com um aspeto fantástico na pastelaria ou ainda a mesa composta quando vai jantar na casa de algum familiar ou amigo.

São vários os fatores que podem desencadear um episódio de descontrole alimentar. No entanto para solucionar esta questão são necessários 3 aspetos:

  • Tomar consciência do processo;
  • Perceber qual ou quais as situações que provocam a fome emocional:
  • Encontrar as estratégias mais adequadas e por em prática numa base diária.

Normalmente é esta questão que está por trás de muitas causas de excesso de peso e/ou obesidade, porque o individuo encontra na comida o prazer ou a compensação para o que ocorreu menos bem no seu dia. O problema surge quando este “ritual” se torna um hábito e cada vez que surge determinada emoção se recorre à comida. Só que este comportamento resulta numa “falsa compensação” pois não estamos fazendo bem ao nosso corpo e principalmente à nossa mente, porque associada a um descontrole alimentar vem a culpa de ter comido demais.

Só é possível mudar um comportamento quando se percebe qual a sua verdadeira causa bem como os motivos que estão associados, e só então é que se está preparado para desenvolver um conjunto de estratégias mais indicadas para mudar esse comportamento impulsivo.

Como prevenção da Fome Emocional aqui ficam 7 sugestões:

  • Quando sentir fome questionar-se se é Fome Física ou Fome Emocional;
  • Quando for jantar fora de casa, prevenir a gula comendo uma sopa em casa, por exemplo ou planejar o que vai comer (caso seja possível);
  • Fazer um inventário das situações que normalmente provocam a fome emocional (quando normalmente acontecem, o que estava fazendo, quem estava envolvido, o que comeu,..);
  • Depois de perceber qual o seu padrão de fome emocional identifique claramente qual ou quais as emoções envolvidas;
  • Encontrar estratégias compensatórias que não passem pela comida: ir correr, ler um livro, passear, etc;
  • Faça um plano das suas refeições diárias e lembre-se de levar snacks para comer entre as refeições;
  • Quando for fazer compras ao supermercado traga apenas alimentos bons para si!

Joana Carvalho Costa

Joana Carvalho Costa, licenciada em Ciências da Nutrição com mais de 10 anos de experiência e Coach Certificada, atua como Nutricoach em Clinicas ajudando os seus pacientes a encontrarem um maior equilibrio através de uma alimentação e Mente Saudáveis. Especializada no acompanhamento de Grávidas, adultos e crianças com excesso de peso/obesidade, disturbios do comportamento alimentar e em casos de Fome Emocional. É consultora em revistas na área da Saúde e Bem-estar e é palestrante convidada em Colóquios e Seminários de Nutrição. Mentora e Coordenadora da Especialização em Nutricoaching, em Portugal e Brasil e já formou mais de 100 Nutricionistas e profissionais de Saúde nesta área. O Nutricoaching tem a base da consulta de Nutrição com a vantagem de usar técnicas específicas de Coaching, que visam aprofundar o conhecimento sobre si mesmo, encontrar as verdadeiras causas do desequilibrio alimentar e aumentar a motivação e foco nos resultados.
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