Por que é preciso Educar para a Diversidade?
Um assunto que me tem sido demandado para escrever e falar ultimamente é acerca da Diversidade.
Diversidade diz respeito à qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado; variedade, ou multiplicidade. Percebam que somos diversos. Somos mais de 7 bilhões de seres humanos diversos.
E vocês já devem ter ouvido muito falar ou ainda ouvirão falar sobre “Educar para a Diversidade”. Mas tenham consciência de que isso se trata muito mais de autoeducação, do que educação propriamente dita.
A criança aprende pelo currículo oficial, sim. Mas o chamado “currículo oculto” é o que a criança mais capta. Ou seja, não é o que eu digo ou o que ela aprende na escola sobre Báskara. Mas o que ela vê pai e mãe fazendo, o que ela vive em casa. Isso é mais importante que tudo e ninguém mais esquece.
Pode não ter registrado intelectualmente, mas emocionalmente estará lá gravado como a mãe me valoriza ou desvaloriza, a presença ou ausência, o amparo ou desamparo.
Então se você é mãe ou pretende ser, guarde isso: Tudo o que você faz, importa! A presença, o gesto, o tom de voz, o exemplo. Até a tua percepção de que o mundo é um mosaico formado de peças variadas. E que o mundo uniforme seria uma chatice intolerável.
E nós somos extremamente privilegiados para olhar para essa questão. Isso porque vivemos num país de mais de 8 milhões de quilômetros quadrados, inteiramente formado de imigrantes e migrantes profundamente miscigenados. Com dezenas de expressões religiosas e culturais, com realidades regionais completamente diferentes.
A diversidade, portanto, é uma construção social. Isso significa que as distinções não existem em si mesmas. Elas são sempre produto da cultura. Ao definirmos pessoas ou atitudes como estranhas, estamos comparando-as a parâmetros previamente estabelecidos.
O que entendemos por normal, correto e direito?
Quem dita ou reforça os padrões culturais e estabelece as normas são os grupos e as instituições com capacidade de influenciar a sociedade. Em outras palavras, a escola, a família, os amigos, a televisão, os jornais, as revistas, a internet e hoje, sobremaneira, as redes sociais.
Nossa personalidade também nos traz essa percepção de estranheza, com relação ao nosso filtro de realidade.
Então, devemos perceber que a falta de abertura não significa necessariamente rejeição. O outro é visto com frieza ou até mesmo com desconfiança e temor por representar uma ameaça ao universo conhecido. Sob esse ponto de vista, a reação agressiva ou indiferente àqueles que subvertem nossas convicções sobre o “verdadeiro modo de ser” funciona como uma forma de autoproteção.
O QUE NOS TRAZ ESSA TAL DIVERSIDADE?
Para as empresas ela traz um pluralismo cultural, criatividade, inclusão. E a soma de tudo isso, resulta em inovação.
No meu trabalho, enquanto consultora, percebo que muitos líderes veem a diversidade como algo a cumprir devido ao politicamente correto, mas nunca como uma prioridade comercial. Muitos deles não percebem que a diversidade os ajudaria a resolver e atingir seus objetivos mais urgentes. Por exemplo: chegar ao número esperado, criar um novo produto, melhorar os resultados.
Eneagrama na ótica da Diversidade
Minha experiência ao trabalhar com o estudo das personalidades e equipes diversas, foi que, apesar de demorar um pouco, elas realmente trazem ideias novas e mais criativas. E no decorrer dessa caminhada pude comprovar que empresas diversas são mais inovadoras.
Num trabalho com o Eneagrama pudemos identificar que uma empresa, que tinha 90% de rotatividade, era composta por um quadro de funcionários super homogêneo, ou seja, pessoas de mesmo perfil. Trabalhando na contratação de diferentes perfis e formando equipes diversas, pudemos reduzir a rotatividade para menos de 20% e aumentar a inovação, otimização de processos e os resultados, significativamente.
Onde eu quero chegar com esse exemplo?
Que a diversidade pode ser uma enorme vantagem competitiva. E, para que isso aconteça, só precisamos de duas decisões a serem tomadas todos os dias em todas as nossas empresas, por muitos de nós: quem contratar e quem impulsionar.
Nunca quis ser a defensora da diversidade. Sou uma desenvolvedora de pessoas. Mas em todo esse trabalho de pesquisa sobre Diversidade e as conexões com os padrões de comportamento, entendi que meu trabalho também reverbera nessa direção: mudar a cara da liderança, para torná-la mais diversa; não só para que líderes possam marcar como cumprido, sentirem que é sua obrigação, ou que foram politicamente corretos. Mas sim porque compreendem que a diversidade faz da empresa deles melhor, mais aberta, flexível, dinâmica e mais inovadora. E que, ao abraçar a diversidade e o talento diverso, estamos viabilizando oportunidades reais para todos.
Gostou do artigo? Quer saber mais como Educar para a Diversidade? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Liz Cunha
https://www.lizcunha.com.br/
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