Em time que está ganhando é preciso mexer… com engenho e arte!
Muitos processos desastrosos se acentuam, nas organizações, quando alguém ou algo novo surge e ganha poder e holofotes com a proposta de mudar tudo a qualquer custo. Na visão sistêmica, bem exemplificada por “organizações que aprendem” e fazem uma boa gestão do conhecimento, há de fato um prévio e justo, sincero e discreto reconhecimento ao passado.
Vale o mesmo para nossas vidas pessoais. Foi o passado que nos trouxe até o presente. Inclusive com seus vícios, defeitos bem como problemas crônicos desafiantes.
Na consultoria sistêmica é valorizada uma atenção legítima e austera ao que está funcionando e que pode e deve continuar funcionando, sejam processos, produtos ou pessoas integrantes de um time.
As rupturas que tentam ocultar uma postura de desqualificação do já feito, não têm força. Consomem muita energia e geram pouco ou nenhum resultado, quando não resultam até em retrocesso. E muitas vezes passam rápido, como as ondas impressionantes numa praia de arrebentação. Um estrondo e… acabou!
Depois da onda, vem outra, e virão outras. E passarão. Como os gurus da moda ou os consultores com suas fórmulas mágicas engessadas e enclausuradas em suas caixas pretas.
Quando falamos em honrar o passado, não se trata de fazer festinhas, entregar placas ou diplomas aos líderes depostos ou aposentados. Quem chega depois, o novo, muitas vezes tem reais competências, capazes de agregar substanciais contribuições ao que vinha sendo feito, inclusive gerando inovações que irão substituir antigas soluções, por que não?
Um time vencedor, uma empresa vencedora, está sempre se reinventando, tendo como ponto de partida sua essência, sua real missão, sua gente ativa e dedicada às tarefas e metas. Reconhecendo seus acertos e corrigindo seus erros, a cultura organizacional, sem dúvida, avança.
Uma nova capacidade, uma dose extra de inteligência, uma visão trazida por alguém que chegou agora, tudo tem seu lugar, seu tempo e seu valor.
O que pode contribuir com uma força especial para a introdução e aceitação do novo é uma atitude interior, silenciosa, dos portadores dos novos recursos, atitude que transparece muito mais no modo como as mudanças são conduzidas do que com as mudanças em si.
Bert Hellinger, o pensador das Constelações, afirmou certa vez:
“quando o passado é honrado na justa medida, ele serve ao futuro de muito bom grado”.
Vale para as famílias, vale para as empresas. Ou seja, o movimento é inerente a todos os sistemas. O que está vivo se move, não se acomoda num trono vistoso esperando a morte chegar.
Com engenho e arte, ter uma janela sempre aberta para o novo e saber dosar o sangue novo à vida da organização, são tarefas, de fato, dos bons gestores. Não há fórmulas mágicas, mas quando se verifica a existência desse traço cultural numa organização, a inovação acontece por todo canto, não apenas numa salinha reservada a um time de experts.
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Almir J. Nahas
Consultor Sistêmico
https://olharsistemico.com.br/
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