Empatia: Para Que Serve e Como Usá-la de Forma Genuína?
As palavras da moda são perigosas. Principalmente porque podemos usá-las de diferentes maneiras, adquirindo diferentes sentidos, e às vezes tornando-se vazias, sem significado algum. Ou pior: significando o contrário do que realmente significam.
Poderia fazer uma fila imensa com palavras fortes, mas que podem ser tão desgastadas pelo mau uso que é melhor às vezes, até mesmo evitá-las.
Vamos nos dedicar a uma delas: a famosa e unanimemente valorizada EMPATIA. Se for tomada apenas pelo seu movimento primário, pode ser entendida como a capacidade de alguém ser capaz de sentir o que o outro sente. Seria a empatia, então, um sentimento? Só?
Entre o sentimento e a virtude humana da empatia, há um componente diferenciador fundamental: como a empatia vai orientar a interação, a serviço de que o sentimento se coloca. Dizer apenas “eu sinto o que você sente” pode trazer um conforto, um alívio, uma agradável sensação de não estar só.
Desde que seja um sentimento genuíno. No mundo do verniz comportamental e do “politicamente correto”, parecer empático pode ser, hoje, quase uma obrigação. Uma casquinha de empatia tem outro nome, mas não é empatia.
Sendo, porém, um sentimento genuíno, que nos permita transmitir uma real sintonia com o drama alheio, então já tem um bom lugar nas relações humanas. Só que, na página dois, é preciso ter o centramento necessário para reconhecer que o drama é do outro.
O meu lugar não o do outro. E isso é bom, porque posso entrar em contato com o sentimento sem me deixar envolver pela mesma emoção de quem está vivendo a situação na própria pele.
Para eu tentar salvar alguém que está se afogando, preciso ter a presença, a sensibilidade e a destreza de lidar com o risco do náufrago, sem me perder no desespero alheio. Sentir o que o outro sente, ser capaz de calçar suas sandálias, sabendo que não são suas, dá ao empático uma oportunidade de ver a situação sem estar imerso nela.
E assim, sem perder a proximidade que a empatia permite, reconhecer o que pode ser, de fato, dito ou feito, como dizer ou fazer, ou quando é o tempo certo de uma intervenção. Assim a virtude da empatia não cega o vivente para o que o semelhante pode fazer por si mesmo para começar a vencer o drama. Não como uma receita pronta, sem apressar o passo.
Com a empatia vem o respeito, a paciência, a delicadeza de fazer ou dizer somente o necessário, a consciência do timing do outro. E o cuidado de reconhecer que a superação do drama só será completa se a própria pessoa sair da situação, e não se for arrastada para fora por um ser empático ansioso, angustiado com tamanha dor.
Quando chegar esse tempo, a empatia ainda nos permitirá sentir uma sincera alegria pela vitória do semelhante, que foi capaz de virar uma página. Com uma ajuda discreta e elegante, de alguém que confia na capacidade da pessoa de se libertar da dor.
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Quer saber mais para que serve a empatia e como usá-la para se tornar uma virtude que respeita os limites e o tempo do outro? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar com você.
Almir J. Nahas
Consultor Sistêmico
https://olharsistemico.com.br/
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