“A vida é tão maravilhosa que não tem jeito de se pôr um ponto final na sua expressão.” Adélia Prado
A Vida se expressa. Nos expressar é vida. Como nós nos expressamos? Hoje vamos conversar sobre duas vias de expressão. Estamos falando sobre a possibilidade de falar (voz) e ser escutado.
– Estou falando com você. Você está me ouvindo?
– Sim, só não te escutei.
– Bem, então escute…
Ouvir é usar um dos sentidos. Escutar requer usar vários sentidos. Entender, perceber, sentir, memorizar, opinar, considerar, agir, interpretar, devolver etc.
Para escutar a fala de alguém são necessárias disposição e disponibilidade interna e nem sempre o interlocutor está pronto para isso naquele exato momento.
Aqui não estamos tratando somente de prestar mais atenção. Estamos nos referindo a um processo de escuta em plena atenção.
Para falar um pouco sobre como esse processo se dá é bom levarmos em consideração desde a fase infantil, que durante sua constituição, ela interpela com várias informações. São de 700 a 1000 conexões neuronais a cada segundo. O ambiente e todas as informações indiretas estão sendo captadas e construindo sensações, emoções e saberes.
A criança experimenta, repete, testa, cai, quebra, volta a fazer inúmeras vezes; esse processo dá a ela a possibilidade de reagir quando adulto de diversas formas e ao mesmo tempo de forma muito particular sobre alguma coisa.
Nessa criança em nós e no adulto que nos tornamos, se expressa a presença dessa voz e reações a estímulos que estão ligados a ela. Usamos a fala, fruto e caminho de expressão, no universo adulto, mostrando nosso posicionamento diante de nós mesmos e de outros.
Voz e escuta. Essas simples palavras estão presentes o tempo todo no nosso cotidiano e nos esquecemos disso. E elas, a voz e escuta, são umas das primeiras formas de expressão a fazerem parte da nossa formação psíquica.
Dissemos no início “entre o erro e o acerto”: porque o ato de errar é uma ferramenta poderosa para se chegar a algo. Errar pode ser uma forma de encontrar soluções e caminhos melhores.
Precisamos aprender a valorizar e relacionar as tentativas de acertos e erros como dinâmica da vida e menos como punição e culpa. Que fique claro que não estamos falando do erro leviano, calculado e destrutivo.
Contextualizando para o mundo corporativo, ou nas relações das mais diversas modalidades de trabalho hoje, sobre a questão das formas de expressão e comunicação, sabemos o quanto estamos sendo frequentemente cobrados por acertar e alcançar sucesso.
É comum vermos que ao se deparar com tentativas e alternativas muitas avaliações são feitas na direção de uma demasiada crítica negativa, chegando a ponto de esquecer que o que temos hoje à disposição é resultado de muitos erros cometidos no passado.
Erros, tentativas, buscas, estudo, pesquisa, novas tentativas que nos possibilita ter, por exemplo, um computador na nossa frente para termos contato com diversas culturas ao redor do mundo.
Nas empresas, projetos, novos negócios, trabalhos voluntários, entre outros formatos, nos deparamos muitas vezes com a falta de sinergia ou alcance de metas e resultados justamente porque não somos capazes de escutar o que nosso interlocutor está tentando expressar.
Precisamos lidar com os erros e acertos na nossa comunicação. Para aprender a falar, precisamos aprender a escutar.
Há muitos atritos e ruídos na comunicação em geral. Muitas informações. Muito se fala, mas pouco se escuta.
Sem a possibilidade de erros não há dinâmica da vida. Essa impossibilidade é paralisante.
A coragem para errar dá a possibilidade de criar, desenvolver, inovar, expressar-se! A questão é como errar sem prejuízos irreparáveis.
Procure escutar além de somente ouvir.
Não acredite nas obviedades.
Valorize suas experiências anteriores.
Escute a sua alma.
Escutar… escutar… escutar… e… escutar. Talvez assim possamos nos entender um pouco mais.
“O único homem que está isento de erros é aquele que não arrisca acertar.” (Albert Einstein)
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