
Equidade de Gênero: O Caminho para um Futuro Mais Inclusivo
A equidade de gênero tem ganhado destaque nas últimas décadas, tornando-se um tema central de debates. Muitos os desafios enfrentados pelas mulheres, fruto de uma sociedade desigual, machista e misógina, alimentada durante muitas gerações.
O homem foi educado para não chorar, para ser o conquistador, ver a mulher como prêmio, como posse, ser o provedor. Foi preciso que as mulheres se posicionassem, através dos movimentos feministas por melhores condições de trabalho, igualdade de direitos para que houvesse uma alteração nesse cenário.
Apesar das mudanças significativas com as mulheres conquistando seu espaço no mercado de trabalho, ainda há muitas barreiras, como:
1. Estereótipos de gênero
A sociedade muitas vezes associa características como assertividade e ambição a comportamentos masculinos, o que pode levar a uma percepção negativa das mulheres que demonstram esses atributos. É óbvio que esta é uma ideia ultrapassada e irreal que deve ser desconstruída.
2. Equilíbrio entre vida profissional e pessoal e falta de redes de apoio
Muitas mulheres ainda são as principais responsáveis pelos cuidados com a casa e a família. Esse fato pode limitar suas oportunidades de liderança, especialmente em indústrias que exigem longas horas ou viagens frequentes. É preciso repensar este conceito e principalmente que os homens revejam seus papéis. A divisão de tarefas e responsabilidades é fundamental.
Homens, frequentemente, têm acesso a redes de contatos que podem promover seus interesses e carreiras. As mulheres podem ter dificuldade em encontrar mentores e apoiadores que compreendam suas necessidades e desafios específicos.
3. Falta de equidade salarial
Apesar de estar prevista na Constituição Federal e Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no entanto, este direito não é, de fato, integralmente cumprido. Segundo o IBGE, as mulheres ganham 20% menos que os homens para os mesmos cargos.
Para reforçar e evitar a disparidade, criou-se a Lei nº 14.611/2023, o Decreto nº 11.795/2023 e a Portaria nº 3.714/2023, com o intuito de corrigir essas lacunas. É preciso fiscalizar seu cumprimento e denunciar, quando necessário.
4. Violência contra as mulheres
Somos o quinto país em violência contra a mulher. A cada cinco minutos, uma mulher é agredida. Isso contando apenas os casos denunciados, já que muitas mulheres se escondem de vergonha, dor e medo do agressor que em 70% dos casos é o próprio parceiro. São dados alarmantes que mostram o quão vulnerável está a mulher na sociedade.
Diante de fatos tão alarmantes o que mais podemos fazer para reverter este quadro?
Primeiramente devemos pensar: Que futuro queremos para nossos filhos e para sociedade?
Compreender que como indivíduos, não nascemos prontos, somos formados por interferência da família, amigos e ambiente em que vivemos. E por meio da educação passar valores que refutam a masculinidade tóxica, para que possamos criar indivíduos mais respeitosos e humanos. Desconstruir a lógica patriarcal – que valoriza a masculinidade e deprecia a figura feminina.
As mulheres devem resistir, buscar e exigir espaços igualitários, praticar a sororidade e exigir a representatividade e o acolhimento nos espaços que são de direito.
As empresas devem ter a Igualdade de gênero como valor da cultura e da liderança. É preciso ter metas claras e mensuráveis, políticas afirmativas e cotas – Quando a Roche estabeleceu metas claras, há menos de 10 anos, atreladas ao bônus dos executivos, a participação das mulheres na alta liderança avançou. Hoje, das 500 posições mais sêniores da organização, 35% delas já são ocupadas por mulheres. Antes esse percentual era de 9%.
Os preconceitos são, de fato, formados desde muito cedo, solidificados ao longo do tempo e reproduzidos de várias formas. Desde a mais agressiva, como a mais comum, a disfarçada de piadas, brincadeiras. Nem sempre o interlocutor reconhece determinadas atitudes como preconceito, pois, expressa-os há bastante tempo e muitas vezes são atitude naturalizadas. Mostrar que tais comportamentos, abordagens, falas são inadequadas é fundamental, então trabalhar a temática de vieses inconscientes, focando em gênero de uma forma abrangente é essencial.
Garantir que todas as mulheres tenham acesso igualitário a oportunidades educacionais, econômicas, políticas e sociais.
Isso implica eliminar as barreiras e discriminações que impedem mulheres de desfrutarem plenamente de seus direitos e de alcançarem seu pleno potencial.
E um ponto essencial, valorizar e atrair cada vez mais aliados para a pauta. Trazendo consciência aos homens, de forma que percebam sua importância na construção deste caminho.
Promover a liderança feminina é uma tarefa que exige esforço conjunto de todos os setores da sociedade, para podermos avançar em direção a uma sociedade mais equitativa e inovadora.
Gostou do artigo?
Quer saber mais quais são os principais desafios enfrentados pelas mulheres para alcançar a equidade de gênero no mercado de trabalho? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Luciano Amato
http://www.trainingpeople.com.br/
Confira também: Programas de Diversidade no Brasil: Impactos e Tendências Futuras
Participe da Conversa