Você, assim com eu, está cansada de ouvir as pessoas falarem de crise, de corrupção, de violência, de insegurança e instabilidade financeira, bla, bla, bla? E como eu, acha que o que está ai precisa ser mudado? Que o modelo existente não dá mais? Cansei. E você?
Se você também está cansada, tem duas opções, então: cruzar os braços e ligar o “foda-se”, deixando o barco à deriva e esperando para ver para onde ele vai te levar ou decidir ser a agente de transformação começando por transformar você. Chega de achar que só os políticos, e o que é pior, os maus políticos têm poder ou culpa por tudo que está acontecendo neste país. Os caminhoneiros deram uma amostra do que uma classe unida e que verdadeiramente gera riquezas é capaz de fazer, seja pelo progresso, seja pela total paralisação de uma nação.
Será que você, mulher, assim como os caminhoneiros sabe o tamanho da importância do seu papel nesta sociedade? Se os caminhoneiros carregam cargas valiosas e as fazem chegar a seus destinos, você, mulher, carrega ou já carregou a carga mais valiosa desta humanidade: o próprio ser humano que saiu do seu ventre e é quem também gera riquezas ou virou um estorvo que gera miséria. Parece duro demais, mas nossos filhos são cidadãos do bem que impactam outras vidas positivamente ou são problemas sociais que desestabilizam o sistema seja porque se tornaram pessoas corruptas, fraudulentas, viciadas, estelionatárias, sonegadoras e por aí vai.
O mundo mudou, as estruturas familiares são outras, a mulher ocupa cada vez mais lugares no mercado de trabalho e os homens têm participado mais da criacao dos filhos, mas é inegável a importância da mulher no papel como agente de transformação de um povo. Houve o tempo dos “homens na caverna”, no qual os homens saíam para caçar, era o grande provedor, e as mulheres eram responsáveis por alimentarem, cuidarem e protegerem a prole do ataque de animais. Durante a revolução industrial, conhecida como a era do masculino, pois o valor era do trabalho pesado, braçal e dos operadores de máquinas industriais, às mulheres, cabiam espaços em setores da educação, saúde ou em fabricas têxteis, onde eram exploradas e trabalhavam 10, 12, 14 horas recebendo sempre bem menos que os homens.
O sociólogo italiano Domenico Di Masi, defende que a era pós-industrial, a era da tecnologia e da inteligência artificial, é a do “feminino”. Ele diz que esta pode não ser a melhor era, mas é a melhor já vivida até hoje. A longevidade é cada vez maior e as pessoas não só vivem mais, como vivem com mais qualidade e mais saúde, ou pelo menos, mais controle das doenças. Domenico diz: “Durante os duzentos anos da sociedade industrial (1750-1950) cultivamos valores como racionalidade, velocidade, eficácia, padronização, consumismo, machismo. Com o advento da sociedade pós-industrial vieram à tona valores como a criatividade, a subjetividade, a ética, a estética, a desestruturação do tempo e do espaço, a androginia, a qualidade de vida…”.
A criatividade, a subjetividade, a ética, a estética, a desestruturação do tempo e do espaço, a androginia, a qualidade de vida…”. Domenico afirma que estas são características predominantemente do FEMININO. E você discordaria disso? Obviamente que não, não é mesmo? Quanto mais desenvolvemos a tecnologia e inteligências artificiais, maior fica o valor do maior ativo deste planeta: o ser humano. Apenas o ser humano poderá fazer com que a humanidade progrida e só o ser humano é capaz de autodestruí-la. Desenvolver a sensibilidade para o belo, para a ética, para a igualdade de direitos, para o respeito às diferenças e para absolutamente tudo que possa garantir a sustentabilidade seja do planeta, das empresas ou das pessoas, depende diretamente da forma como cada individuo se relaciona com o mundo, com as outras pessoas e com o meio ambiente.
Qual é o nosso papel, então, e como desempenhá-lo? A meu ver, o poder transformador está dentro de você, MULHER. Primeiro, se autoconhecendo, se autodesenvolvendo e despertando no outro, através de todas as suas relações, o que há de mais genuíno na mulher: o cuidado com os filhos, com o ambiente domestico ou comercial, com os parceiros; o desejo de nutrir (seja física, intelectual ou espiritualmente); a sensualidade, que nada mais é que o poder sedutor de encantar com beleza e bons tratos; a capacidade de administrar o tempo e conseguir fazer várias coisas sentindo prazer em realizá-las porque, como boa mãe, é do feminino fazer tudo com e por amor.
E o que isto tem a ver com escola, conhecimento, realização? Tem que você, mulher, ao investir na sua capacitação, nos seus relacionamentos e no despertar destas virtudes citadas por Domenico, desempenhando o seu papel seja como empresária, funcionária de alguma empresa, dona de casa, etc, será quem vai transformar o mundo para muito melhor.
Como colunista, professora de empreendedorismo da FGV e atuante em associações de mulheres empreendedoras, só posso acreditar na minha missão que é a de formar mulheres empreendedoras e intraempreendedoras, capazes de mudar, primeiro as suas relações, o seu espaço, e depois, unidas na mesma missão, de mudar o mundo. Esta á a escola que me proponho agora a me dedicar: A Escola Só pra Mulheres – formação de empreendedoras para mudar este país e este planeta.
“Na sociedade futura, a mulher desempenhará um importante papel … Ela está mais ligada do que o homem à alma do mundo, às primeiras forças elementares, e é através da mulher que o homem comunga com essas forças … Não será a mulher emancipada nem aquela que se tornar semelhante ao homem a que terá um papel importante a desempenhar no futuro da historia, mas sim, o eterno feminino.”
(A Divina Comédia” de Dante Alighieri)
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