Espiritualidade na Liderança, é possível?
Quando falamos de espiritualidade na liderança, estamos falando do autoconhecimento e da humanização nas relações. A liderança espiritualizada poderá ser percebida quando o indivíduo por meio da sua própria experiência em buscar o processo valioso de autoconhecimento e se permitir deixar vir à tona a sua identidade humanizada.
A espiritualidade é um movimento de ação com objetivo de contribuir para a transformação, evolução e avanço do Ser Humano, quando praticada, fazendo acontecer.
Quando falamos em espiritualidade, nos conectamos com a comunicação não violenta. Com a tomada de consciência do que está vivo em mim no presente momento e integrando meu pensar, sentir e agir. Estar no presente é equilibrar o que penso, o que sinto e como eu ajo. Sem me deixar levar pelo piloto automático que está atrelada às minhas crenças. Estar no presente é estar consciente do impacto que minhas palavras e ações causam no outro e o quanto sou responsável por isso.
A liderança, espiritualidade e CNV são interdependentes. Todas têm relação direta com o Ser Humano. Você já deve ter percebido que não é a primeira vez que utilizo Ser Humano com letra maiúscula. Isso porque cada um de nós é único e importante para o Universo. Mesmo aqueles que não gostamos, não concordamos e até desconfiamos.
Para ser líder, buscar desenvolver a espiritualidade e praticar a CNV é importante os mesmos valores e todos são universais. Ou seja, aqui no Brasil, do Oiapoque ao Chuí e em todos os continentes as necessidades e valores são universais.
Adiante alguns desses valores importantes na liderança espiritualizada, a saber:
1. Confiança
Na liderança é necessário confiar para que se possa delegar, acompanhar e atingir os resultados, na espiritualidade. É necessário confiar para abrir um espaço para ver o que não gosta sobre si mesmo. Para ressignificar e fazer diferente da próxima vez. E confiar nos sentimentos e necessidades que são importantes para dessa maneira abrir espaço para uma fala com autenticidade.
2. Respeito
Sem respeito não caminhamos e não conseguimos fazer nenhum tipo de conexão. Amor, sem ele não resgatamos a nossa compaixão por nós mesmos, pelos outros e assim acabamos vendo o outro como inimigo. Dessa forma todas as portas estarão fechadas.
3. Gratidão
Parece algo simples e algumas pessoas discordam da importância de sentir gratidão. Contudo, a neurociência define a gratidão como a emoção que se refere ao sentimento de agradecimento diante de um benfeitor ao suprir uma necessidade sua. Ela se relaciona com a generosidade, gerando um estado de mais positividade. A gratidão é uma emoção complexa que está diretamente ligada à interação social.
Em 2003, Haidt considerou a gratidão como parte das emoções positivas, sendo elas fundamentais para a nossa vida. Para que a pessoa se engaje na emoção da gratidão, então ela precisa perceber o ato gentileza/generosidade. E a intensidade dessa emoção vai depender, de fato, da sua própria percepção.
4. Senso de Pertencimento
O pertencimento é baseado nas relações sociais dos vínculos que são construídos, no cuidado mútuo, na cooperação e nos atos de generosidade das pessoas que têm amizade. Quando uma pessoa é excluída de um grupo, então ela se sente afetada por essa necessidade humana, a de pertencer. E, por conseqüência, a sua produtividade é afetada.
5. Significado para a Vida
Tem a ver com a capacidade para encontrar um significado no que está envolvido. Qual o valor do que a pessoa faz e qual o papel que ela percebe na engrenagem na qual está inserida.
6. Justiça
A justiça tem a ver com o que se acredita como todos devam ser vistos, amados, respeitados, cuidados e procurar ser o mais imparcial possível. Contudo, muitas vezes, o senso de justiça pode vir com muitos vieses e ruídos. Assim, quanto mais inconscientes estejam, mais distante poderá estar da justiça. Isso porque precisamos levar em consideração as crenças, os pensamentos, os sentimentos, os comportamentos e as ações. Afinal, vemos e agimos na vida por meio de filtros.
A espiritualidade é a autodescoberta que a pessoa faz sobre si próprio. Como pensa, por que pensa, quais as influências das próprias crenças, dos vieses e dos ruídos externos que influenciam a tomada de decisão, os julgamentos, as avaliações e as escolhas.
Somente por meio de um mergulho profundo em si mesmo o líder poderá se transformar e, de fato, impactar o processo de transformação do outro, porque ele será uma mola inspiradora para que o outro também busque a transformação. E, dessa maneira, possa se tornar a melhor pessoa que sempre desejou ser.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a espiritualidade na liderança? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Abraço,
Wania Moraes
http://www.waniamoraes.com.br/
Confira também: Que rótulo você utiliza para julgar o outro? Qual é (de fato) a sua crença?
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