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Está chegando a hora, de novo!

Estamos chegando aos últimos dias de maio e com isso os vestibulares de meio de ano. Dedicar-se aos estudos é a parte mais fácil de todo o processo. A grande dificuldade está antes disso: Qual carreira seguir?

Olá!

Estamos chegando aos últimos dias de maio e com isso chegam coisas conhecidas como a procissão de Corpus Christi, as festas juninas, o frio, a fogueira e os vestibulares de meio de ano. Alguns jovens já se preparam como “treineiros“, outros já atuam para valer após o primeiro semestre do cursinho pré-vestibular, tentando encurtar o caminho até a faculdade em pelo menos seis meses.

Gosto de observar que este momento, embora pensemos como sendo um momento do jovem, ele é de fato um momento para a família inteira. Todos participam da angustia da decisão e do empenho destes futuros profissionais na busca de seus sonhos. Mas, na esmagadora maioria das vezes, este não é um caminho simples. Dedicar-se aos estudos é a parte mais fácil de todo o processo. A grande dificuldade está na parte anterior da conversa: Qual carreira seguir?

Quero compartilhar com você, meu querido leitor, algumas dicas que considero fundamentais para o auxílio aos jovens de ensino médio que está buscando fazer a melhor opção para o mercado de trabalho. Primeiro, vamos começar pelas coisas que fazemos com boa intenção, mas que no fundo atrapalham e muito.

Comecemos pelos professores e mentores residentes nas instituições de ensino: A grande maioria das escolas de ensino médio, seguem uma cartilha conteudista, ou seja, oferecem o máximo de conteúdo, inserido em uma grade estruturada, dando aos jovens uma versão generalista do mundo. Esta cartilha conteudista é reforçada pelos processos avaliatórios como ENEM e Vestibulares onde o candidato precisa demonstrar conhecimento abrangente e atualizado. Assim, pensando na aprovação para o vestibular, as escolas fazem um excelente trabalho preparando seus alunos para passarem nos exames avaliatórios. Sem atentar-se a qual carreira o jovem escolheu. Ainda que algumas escolas ofereçam serviços de orientação vocacional para aqueles que estão em dúvida, pouco ou nada é feito para aqueles que já fizeram a escolha no sentido de validar esta escolha.

Em seguida, passemos para os cursinhos pré-vestibulares: O foco absoluto na aprovação, combinando técnicas de revisão e memorização. Os cursinhos são famosos pelas músicas, mnemônicos e outras técnicas que levam o jovem a memorizar itens para a prova que provavelmente não mais utilizarão após a realização dos exames. A intenção muito positiva dos cursinhos é facilitar o acesso dos jovens às carreiras escolhidas. Novamente, os jovens têm sua decisão aceita e apoiada, mas não questionada ou validada o que pode no futuro gerar, como de fato podemos observar, desistências nos primeiros anos de curso superior.

Certa vez entrevistei o diretor pedagógico de um um grande curso pré-vestibular de São Paulo sobre este tema e ele foi taxativo ao dizer que a escolha cabe ao jovem e que eles não questionam se a decisão está certa ou errada. Não cabe ao cursinho provocar este tipo de dúvida, não em um momento tão importante. Olhando pela ótica do cursinho, de sua missão e seu propósito, faz todo o sentido.

Finalmente, vamos para a família: Em uma família típica, quando os filhos atingem a idade pré-vestibular, os pais estão na idade entre quarenta e cinquenta anos, o que na prática significa que passaram pelo menos uma década e meia construindo suas próprias carreiras, sem tempo para analisar o mercado e as mudanças que a economia passou. Desta forma, seu conhecimento sobre o mercado de trabalho fica restrito às suas atividades e assim como dizia o filósofo Arthur Schopenhauer seu mundo fica do tamanho do seu conhecimento. Outro fator impeditivo para que a família oriente de maneira efetiva seus jovens reside no fato que há poucos anos, estes mesmos jovens eram crianças. Como crianças, não tinham direito a grandes opiniões e todos, repito, todos os comportamentos apresentados eram avaliados gerando duas situações.

  • Se o comportamento estiver correto, nada a fazer pois é tratado como obrigação;
  • Se o comportamento estiver incorreto, correções são obrigatórias, nem sempre aplicadas de maneira construtiva.

Por fim, fica claro que os pais, em sua maioria, não estão aptos a orientar a carreira de seus filhos, gerando frustração, pois no final do dia, o que interessa é que os filhos sejam “bem-sucedidos” e isso envolve conceitos como sucesso, segurança, autonomia e tantos outros tantos.

O cenário não é dos mais animadores, mas a boa notícia é que existe uma nova linha de pensamento alinhada com o chamado Coaching Vocacional que preenche este vazio. Diferentemente da orientação vocacional, o Coaching Vocacional, segmento onde o método CARMA é pioneiro, tanto no Brasil, como em outros seis países, trata a dificuldade da escolha profissional em sua origem que é o mundo do jovem. De maneira estruturada, esta forma de trabalho constrói com o jovem uma linha de escolha e não somente dita regras simplicistas, indicando numericamente o potencial para direito, engenharia, medicina, administração e etc.

Um bom Coaching Vocacional segue os seguintes passos:

  • Ressignificação: Buscar todos os julgamentos e feedbacks recebidos ao longo da vida, ressignificando e demonstrando que todo comportamento é bom em algum contexto;
  • Zona de exclusão: Diante da dificuldade de definir o que se quer, identificar claramente o que não se quer, delimitando a zona de escolhas;
  • Autoconhecimento: Quem sou, quais minhas fortalezas, quais minhas fraquezas e qual a minha essência;
  • Produtação: Com as minhas características mais marcantes, quais as carreiras que poderia seguir;
  • Pesquisa de campo: Conhecer e entrevistar profissionais das potenciais carreiras;
  • Plano de ação: Colocar o jovem no centro das decisões;
  • Mentoria: Orientar os jovens com temas como preparo físico, alimentação, simulação de provas e familiarização com a dinâmica das provas;
  • Foco: Clareza na decisão liberando a mente para concentrar-se nos estudos.

Com estas linhas mestras, uma nova forma de orientação de carreira para jovens começarem a tomar mais e mais espaço no mercado, primeiramente como opção de famílias antenadas que perceberam os efeitos dos modelos tradicionais e em segundo lugar, com escolas tradicionais ou não que percebem que o mundo muda em uma velocidade muito maior do que o modelo conteudista consegue acompanhar.

Bom para todos e principalmente, bom para os jovens que não precisam mais temer a chegada do inverno.

Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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