Impressão minha ou já começo a ver o corre-corre de Natal? Já vi lojas de enfeites de Natal, algumas já decoradas, panetones, kits de chocolates e quantas outras coisas. Vejo muitas pessoas falando: “Tomara que este ano acabe logo!” O ano passou e eu me pergunto: O que foi que eu fiz? Trabalhei, não saí de férias. Questiono-me quantos projetos coloquei em prática, quantos problemas eu resolvi. E com relação às pessoas queridas? Com quantas eu realmente consegui me encontrar, qual foi a qualidade deste encontro? Quantos filmes eu vi, e ao teatro? Quantas peças musicais eu fui ver etc. Minhas escolhas. E agora me pego pensando onde vou passar o Natal e o Ano Novo. E aí vem uma constatação: estou correndo contra o tempo. Me pego dizendo que 24 horas por dia é pouco. Que corrida é esta contra o relógio? Será que não está na hora de mudar algumas atitudes? Uma certeza eu tenho, o que vai se esgotar é minha qualidade de vida.
Acho que está na hora de aderir a um dos primeiros movimentos que começaram no ano de 1986 na Itália. Fundado por Carlo Petrini, o Slow Food se tornou uma associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Atualmente conta com mais de 100.000 membros e tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido. Conta com apoiadores em 150 países. O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção. Este é o começo para lutarmos contra o império do Fast Food. Alimentação Saudável é tudo de bom.
Seguindo a ideia do “slow movement” (movimento lento), encontramos o escocês Carl Honoré que nos diz: “Nossa cultura é viciada em velocidade, mas o preço para quem entra nela é alto”.
Não é à toa que cada vez mais pessoas percebem que tirar o pé do acelerador significa ir atrás de uma vida mais feliz.
“Priorizando a qualidade em vez da quantidade de realizações, conservamos o bem-estar e a felicidade plena”, diz o mentor.
Quais as consequências do corre-corre? “Perdemos a qualidade de vida e isso repercute até nos relacionamentos”, dispara John de Graaf, coordenador nacional da Take Back Your Time (ter de volta o seu tempo), uma organização americana que prega a necessidade de reencontrar o ritmo de tempos menos nervosos. Precisamos aprender a correr quando necessário, mas saber a hora de parar.
Nos Estados Unidos, milhares de militantes por uma vida menos estressante participam da programação anual do dia Take Back Your Time, assistindo aos seminários voltados para os danos da sobrecarga.
Em vista de todos estes movimentos acredito que não tem nada a ver com uma moda passageira!
Eu agora vou propor não só para mim, mas a você que está lendo este artigo, a tirar um tempo para você. Ir mais devagar!
Que tal algumas dicas para aprender a desacelerar? Aqui seguem algumas:
- Escolha uma ação do seu dia a dia a qual você geralmente realiza de forma rápida e torne seus gestos mais lentos, como por exemplo, escovar os dentes;
- Ao acordar, não levante tão rápido da cama. Leve o tempo que precisar. Dois ou três minutinhos a mais. Espreguice-se, apalpe o travesseiro, sinta o ambiente ao seu redor e, o principal: não se culpe. Não se trata de dormir até tarde;
- Faça uma coisa de cada vez e, de preferência, dê um mínimo de cinco minutos para começar outra atividade. Não assista televisão comendo. Se estiver andando, contente-se em andar. Se estiver conversando com alguém, esteja inteiro nesta conversa e não pensando no que irá fazer depois;
- Não vá ao Supermercado. Se vire com o que tem em casa. Use sua criatividade;
- Aprenda a ouvir o outro. Fique atento e receptivo. Esqueça seus problemas, suas preocupações e seus afazeres. Deixe o outro falar sem interromper nenhuma vez e só responda se ele lhe pedir sua opinião;
- Quebre a rotina. Identifique pelo menos três atividades e tire-as do seu dia a dia pelo menos por uma semana. Coloque outras em seu lugar, se quiser;
- Ofereça um presente a você mesmo. Pense numa sessão de cinema no meio da tarde, uma massagem relaxante, aquele doce que há muito tempo não come ou uma peça de roupa nova. O céu é o limite;
- Desligue o celular. Isto mesmo. Como muitas pessoas, você não imagina como poderia viver sem ele é claro. “Celular desligado, cérebro sossegado” (Ditado Zen).
E por último quero fazer uma proposta. Pode parecer que você vai perder um pouco da sua vida, mas, por favor, tente:
Não faça nada……….
“Sentar-se tranquilamente, não fazer nada… Chega a primavera, e a relva cresce por si só.” (Ditado Zen)
Até o próximo encontro!
Participe da Conversa