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Um Mundo Digital e Exclusivo

O mundo digital está se tornando cada vez mais excludente, deixando de lado pessoas com deficiência, idosos, pessoas de baixa renda e moradores de regiões remotas. Entenda como nosso comportamento pode, de fato, tornar a vida mais inclusiva.

Exclusão no Mundo Digital: Um Problema de Todos e Para Todos

Um Mundo Digital e Exclusivo

Olá!

Não, esta não é uma campanha de marketing sobre coisas exclusivas.

Como observador do comportamento humano, vejo que alguns aspectos da nossa vida cotidiana, sobretudo no mundo de serviços estão se tornando cada vez mais digitais e na contramão do que seriam aplicativos que inclusivos, ou seja, para todos, os aplicativos e processos digitais são cada vez mais exclusivos, ou seja, dedicados a um tipo específico de público, de certo a maioria, mas que ignoram totalmente as minorias e seus comportamentos.

Assim, em um dia como outro qualquer pensei: Isso vale um artigo para os nossos leitores!

Então, bora lá!

Em primeiro lugar convido você a entender o que faz um serviço, seja ele de compras on-line, agendamentos, consultas, etc. ser inclusivo. Estamos falando da forma como o usuário interage com o aplicativo e com a plataforma. Hoje temos um grande número de pessoas cuja intimidade com tecnologias de aplicativo é limitada.

Este público se concentra em pessoas mais velhas, alguns situados na base da pirâmide econômica, outro tanto residente em regiões remotas com acesso limitado a esta universalidade chamada internet. Ah, não podemos esquecer das pessoas com deficiência visual ou baixa capacidade neste sentido.

Todos estes públicos estão literalmente excluídos do mundo digital e de seus aplicativos. Veja por exemplo as seguintes situações:

  • Um casal de idosos – antes que me acusem de etarismo, penso nas pessoas que têm dificuldade de usar um mero aplicativo de mídia social – entra em um restaurante e é orientado a acessar o QR CODE para o cardápio.
  • Um deficiente visual que precisa chamar um carro de aplicativo. Embora alguns aplicativos obedeçam a comandos de voz, existem itens como inserção de dados de cartão de crédito, código de confirmação, dados do motorista e outros que estão somente na tela.
  • Por fim, o mais básico de todos: Máquinas de cartão para pagamento. Já repararam que a maioria utiliza um smartphone como elemento de digitação? Para quem possui baixa visão ou deficiência visual a tela não é tátil como os teclados antigos, o que impede o uso seguro.

Enfim, o mundo digital está definitivamente se tornando um gueto para pessoas “normais” excluindo completamente pessoas que não estejam associadas a este modelo de comportamento e consumo.

Mas, por que estamos falando disso em uma coluna que versa sobre comportamentos?

Aí, meu querido leitor, entra o nosso tema de hoje: Como lidamos com a complexidade e nosso comportamento em relação aos demais.

Olhando para o desenvolvimento das funcionalidades dos aplicativos fica evidente que, por mais que sejam modernos e sofisticados, estes utilizam de modelos de trabalho que facilitam, e muito, a vida das empresas e dos desenvolvedores. De fato, são um agrupamento de tecnologias já prontas e que com os ajustes necessários criam uma nova forma de atuação.

Pense comigo… Quando foi a última vez que você viu um aplicativo que REALMENTE fosse inovador? Tudo é revisitado, requentado e reutilizado.

Por trás desta realidade existe uma regra universal que define que assim como a felicidade, a simplicidade do mundo é finita. Para cada explosão de felicidade de alguém, certamente alguém ficou infeliz. Não acredita? Veja os exemplos:

  • Consegui um emprego novo – Outros tantos ficaram de fora;
  • Me casei – outros e outras foram preteridos;
  • Achei dinheiro na rua – alguém perdeu;
  • Até para uma das coisas mais lindas como o nascimento de um bebê – milhões de gametas* perderam a corrida.

Quando falamos da simplicidade de atuação, para que algo seja fácil para um, alguém quebrou a cabeça do outro lado, eliminando problemas para que isso fosse realmente fácil. Quando você usa um interruptor de energia – coisa simples – para acender uma lâmpada, quanta complexidade foi resolvida da hidroelétrica, até sua casa?

Buscar tornar a vida mais inclusiva depende de um comportamento dedicado, uma busca por fazer o melhor e mais amplo, não somente o mais eficaz e mais rápido se você buscar caminhos simples de atuação de alguma forma transferirá a complexidade para outra pessoa em um processo de egoísmo sistêmico.

Que tal, da próxima vez que pensar em propor algo, investir um pouco mais de tempo e se perguntar: Isso que estou propondo, de uma festa a uma solução digital, é para todos ou é somente mais rápido de realizar?

Nosso comportamento para com os diversos, faz toda a diferença.

Pense nisso!

Gostou do artigo? 

Quer conversar mais sobre como lidamos com a complexidade e nosso comportamento em relação aos demais? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Edson Carli
https://inteligenciacomportamental.com

* Gametas são células reprodutivas responsáveis pela formação de uma nova vida e continuidade das espécies animais. 

Confira também: O prompter, a IA e o seu comportamento

Palavras-chave: mundo digital, exclusão digital, o que é exclusão digital, exclusão digital o que é, comportamento, relação com o outro

 

Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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