Por Adriana Gomes com apoio da Robert Half
O Boletim Focus do Banco Central estima uma alta do PIB para até 2,5% durante o ano de 2019. Isto significa mais poder de compra, mais dinheiro circulando e negócios mais lucrativos, consequentemente haverá impactos positivos no mercado de trabalho.
Apesar disso, 2019 será ainda de planejamento e reestruturação para profissionais e empregadores, de acordo com dados da 11ª edição do Guia Salarial da Robert Half, estudo anual da empresa de recrutamento e seleção. Segundo o diretor geral, Fernando Mantovani, “Com a definição das eleições, independentemente dos resultados, a tendência é que as empresas comecem a ter informações mais palpáveis para traçar suas estratégias internas e que, como consequência, os profissionais tenham mais clareza quanto às oportunidades de trabalho.”
Segundo as pesquisas da empresa, a dificuldade tem sido encontrar profissionais qualificados, dificuldade relatada por 81% dos gestores entrevistados para a 5ª edição do Índice de Confiança Robert Half. “Ainda que o Brasil tenha um número considerável de profissionais disponíveis no mercado, está cada vez mais difícil encontrar profissionais com alta qualificação técnica e comportamental, e eles seguem muito disputados pelo mercado. Sempre falamos aqui em nossa coluna sobre a necessidade da constante reciclagem e atualização.
Temporários – A Gig Economy, termo que se tornou popular para descrever a crescente demanda por formas de trabalho flexíveis, já é vista como uma força disruptiva no mercado. É hora de considerá-la como oportunidade de evoluir e reavaliar as práticas de contratação, optando, por exemplo, por contratos temporários ou interinos, inclusive para posições que demandam maior conhecimento e qualificação.
Perspectivas
Setores: os setores do agronegócio e farmacêutico seguem em alta. Já houve algum reaquecimento nos segmentos de bens de consumo e indústria automotiva em 2018.
Engenharia: A área de Engenharia mostra sinais de aquecimento com a indicação de retomada da economia. Atualmente, com as empresas aumentando o volume da produção e os turnos das fábricas, o cenário é de criação de novas vagas em diversos setores ou até mesmo a contratação de profissionais para posições que já existiam e estavam aprovadas, mas aguardavam a retomada do mercado para a efetivação.
Finanças e Contabilidade: Enquanto nos períodos mais críticos de instabilidade o principal objetivo da área era o corte de custos – o que levou ao aumento de demanda em funções de reestruturação de dívidas e controle de finanças internas – agora ganham relevância as áreas que geram valor aos negócios, ampliando as oportunidades para posições mais próximas da área comercial, colocando profissionais mais estratégicos em evidência.
Uma das consequências mais perceptíveis desse cenário é que vagas de nível sênior, que haviam sido ocupadas por profissionais mais juniores, voltam a ser oferecidas para pessoas mais qualificadas e experientes. Profissionais de Planejamento Financeiro, principalmente aqueles com perfil mais comercial, tendem a ser bastante disputados. Entre os analistas, posições com foco em lançamento de produtos, vendas e análise de negócios ganham destaque.
Tecnologia: Este é um dos setores menos abalados pela crise e com maior potencial de lucro para o ano de 2019. Com clientes cada vez mais conectados, o mercado de tecnologia vem atraindo empresas de todos os tipos.
Desenvolvimento e distribuição de softwares, soluções de gestão e criação de aplicativos são as áreas com maior previsão de sucesso para 2019. Outro ramo em alta é a criação de startups – empresas de inovação tecnológica. Alguns modelos de negócio são relativamente baratos e possuem retorno acima da média. Para posições gerenciais, as empresas buscam profissionais com perfil de liderança, mas que apresentem o conhecimento técnico necessário para atuar mais próximo da operação. Os times têm se tornado muito ágeis, o que exige que o líder trabalhe junto de sua equipe para direcioná-la. Neste novo cenário, os gestores que apenas delegam perdem a vez para aqueles com um perfil mão na massa.
Economia compartilhada e sustentável
Os negócios colaborativos se tornaram uma febre em 2018 e tudo indica que serão sucesso no ano que vem. O empreendedorismo coletivo e consciente foi impulsionado por uma mudança comportamental sem precedentes no mercado.
O cliente se tornou mais criterioso e em busca de consumo sustentável. Outras práticas com lucros em alta são as soluções de compartilhamento empresarial (Hubs de trabalho, escritórios compartilhados) e a criação de produtos ecologicamente corretos.
Alimentos e bebidas
Culinária vegana, cervejaria artesanal, alimentos orgânicos – eis alguns dos ramos de sucesso para 2019 quando falamos de alimentação. Mesmo em tempos de crise o mercado de alimentos e bebidas se manteve aquecido por conta da capacidade de seduzir seus clientes com inovação e qualidade.
Vendas e Marketing: Os olhos das empresas se voltam para a área de vendas. O departamento é a porta de entrada de receita de qualquer organização e esse é o momento de alavancar os resultados e aproveitar o movimento do cliente, seja ele pessoa física ou empresas com foco na retomada.
https://andrebona.com.br/qual-expectativa-do-mercado-para-pequenas-empresas-em-2019/
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