Nos comunicamos o tempo todo com atitudes, palavras, gestos e expressões. Mas quanto dessa comunicação está sob nosso controle e nossa atenção? A chamada “comunicação não verbal” é responsável por mais de 70% da mensagem que estamos transmitindo e pode estar sendo realizada inconscientemente. E não é pouco!
Com essa importância nas relações pessoais, conhecer um pouco sobre o assunto e tornar mais consciente posturas, gestos, expressões faciais, respiração e tom de voz, pode ajudar a melhorar significativamente o resultado da nossa “Inteligência Interpessoal” – capacidade para relacionar-se com outras pessoas.
Quanto mais consciência sobre essas expressões, mais podemos tornar coerente a nossa mensagem e menor a chance de sermos mal interpretados. O problema é que quando não estamos atentos, podemos falar uma coisa e transmitirmos outra.
A ciência que estuda a linguagem corporal é chamada de Kinésica (ou Quinésica). Os movimentos corporais que acompanham as mensagens faladas são percebidos pelos nossos sentidos. Pode ser muito sutil e ao, mesmo tempo, altamente impactante, levando até a mudar todo o sentido da mensagem.
E a competência da comunicação contribui para o sucesso de um profissional.
Muito comum cenas de pessoas em reuniões sentadas com uma postura relaxada, checando o celular, rabiscando distraidamente um papel. E quando um líder é procurado pelo subordinado para uma conversa importante e continua olhando o computador ou escrevendo enquanto o funcionário “tenta” falar algo? Qual a mensagem que essas atitudes transmitem?
São inúmeros os exemplos que observamos, e o que fica ainda mais visível, é a fala desconectada das expressões. Um “virar” de olhos, torcer a boca para o canto, franzir sobrancelhas, arregalar os olhos, leves sorrisos de canto, respiração mais rápida (ou bufante), tom de voz elevado ou baixo demais, olhares que se desviam. Essas são algumas das formas de expressar sentimentos e intenções que utilizamos sem percebermos na maioria das vezes.
Corporalmente podemos listar alguns comportamentos mais comuns: braços cruzados numa conversa frente à frente, corpos muito distantes ou muito próximos, ombros caídos, costas curvadas, costas rígidas, ombros elevados e projetados para trás, pernas e mãos inquietas, e outros.
Na organização, a comunicação “oculta” pode significar mais do que a mera interpretação errônea, levando a problemas no resultado das atividades, desmotivação de equipes, dificuldade na construção de relações significativas para o negócio, e até mesmo comprometer a imagem da empresa.
Quantos de nós já saímos de uma loja ou deixamos de comprar algo porque o vendedor(a) não “demonstrou” interesse em nos atender? E na recepção de uma empresa? Como nos sentimos quando funcionário(a) não nos dirige o olhar ao nos receber?
Tom de voz firme não é tom de voz elevado. Braços cruzados tende a demonstrar postura “fechada” diante do outro; fugir de olhares pode revelar insegurança, revirar os olhos diante de uma mensagem falada pode indicar “desdém”. Mentir tende a alterar a linguagem do corpo.
Posturas corporais de atenção como: sentar-se com as costas eretas (mas não rígida), olhar nos olhos e mantê-los no mesmo nível dos olhos do receptor ou emissor, um leve sorriso, braços e pernas em posição de descanso, tronco levemente pendendo para a frente, demonstra interesse e receptividade. E essa interação numa empresa tende a estimular e motivar funcionários a relacionar-se com seus líderes de maneira muito produtiva.
Para iniciar mudança na comunicação, começar a prestar atenção a essas mensagens corporais trará resultados importantíssimos, como: descruzar os braços imediatamente ao perceber cruzando-os, equilibrar o tom de voz quando num conflito, procurar manter uma expressão facial de tranquilidade e atenção: buscar sempre o olhar do outro. O importante é detectar imediatamente essas expressões que estão incoerentes com a mensagem ou com a interação e corrigi-las o mais rapidamente possível.
Por isso a frase: “quando atender o telefone sorria, pois a pessoa do outro lado vai perceber o seu sorriso”, pode mesmo ser mais verdadeira do que imaginamos.
Participe da Conversa