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Fazendo pedidos à luz dos Diálogos Construtivos

Quantos de nós em vez de fazermos pedidos claros e objetivos, expressamos o que não queremos. Será que você pede deste jeito, seja com cônjuge, filhos, colegas, amigos, professores, pares e gestores?

Um dos elementos da CNV-Comunicação Não Violenta que ainda havia faltado abordar é o PEDIDO.

Pedir parece uma coisa fácil de se fazer, porém o quanto nos bloqueamos pedir ou o quanto fazemos outra coisa que não é PEDIDO, acreditando que é um PEDIDO.

Quando criança temos muita facilidade para pedir, pois é pedindo que começamos nossa jornada pela vida. Quando bebês não sabemos falar e aí nossos pedidos são feitos através do choro e aí somos atendidos.

Aos poucos vamos crescendo e vamos aprendendo outras formas de pedir, percebemos que não necessariamente preciso chorar para ter algo. Com o tempo vamos aprendendo as palavras, balbuciando e somos atendidos também.

A partir do momento que começamos a estruturar nosso processo de linguagem começa nossa saga em fazer pedidos.

Quando pedimos é porque necessitamos de algo. Quantos de nós ao invés de fazermos pedidos claros e objetivos, expressamos o que não queremos. Será que você pede desse jeito? Seja em casa com o cônjuge, os filhos, colegas, amigos, professores, pares e gestores?

  • Não grite comigo;
  • Não faça isso;
  • Não deixe suas meias jogadas;
  • Não bata a porta;
  • Não quero que você cheque atrasado;
  • Não quero que você saia correndo.

E o que podemos ver de problema nessa forma de pedir? Podemos observar que na sua maioria os pedidos são de forma negativa, ou seja, eu digo o que não quero, sem dizer o que quero. E aí o outro faz exatamente o que você não quer. Marshall coloca que as pessoas costumam se sentir confusas quanto ao que está sendo realmente pedido e as solicitações negativas provavelmente irão provocar resistência.

Um exemplo é:

  • A esposa pede para que o marido não fique muito tempo trabalhando.
  • O marido ouvindo o que a esposa diz, se matricula no curso de tênis, pois assim ele não ficará muito tempo no trabalho.
  • Mas será que era isso que ela queria? Não.
  • Na verdade, ela gostaria que ele voltasse mais cedo para casa para estar com ela e com os filhos.
  • O marido não atendeu seu pedido conforme ela desejava.

Quando desejar que alguém faça algo para você aí vão algumas dicas importantes:

  1. Fazer pedidos no positivo;
  2. Seja claro no que deseja;
  3. Peça ações concretas;
  4. Quando fazemos pedidos claros será muito provável sermos atendidos;
  5. Evite frases vagas, abstratas e ambíguas.
    • Ex.1: Vá procurar ajuda, qual o tipo de ajuda? É para chamar alguém? É para chamar a ambulância? Então nesse caso a frase está no positivo, mas o pedido está vago e abstrato.
    • Ex.2: Preciso que você me trate com justiça, o que concretamente você deseja para ser tratado com justiça?
    • Ex.3: Um pai pede para que o filho tenha mais responsabilidade. O que efetivamente você deseja para que seu filho demonstre mais responsabilidade? Arrume sua própria cama? Lave seu prato ou seu copo?

Além dos cuidados com relação a como fazer pedidos, é importante também prestar atenção se os pedidos a serem feitos podem ser feitos e percebidos como exigência. O que será preciso prestar atenção é se o seu pedido fará o outro sentir culpa ou punição se não atender você.

Na medida que o outro ouve o pedido como exigência ele poderá se se sentir submisso ou poderá se rebelar, o que vemos em muitas situações familiares entre pais e filhos, nesse caso é possível ser percebida como coerção.  O que podemos observar é que na medida que o outro for culpado, punido ou acusado quando não atender a solicitação passada, mais provável entender como exigência.

E como saber se é uma exigência?

É quem faz a solicitação, logo em seguida, critica ou julga a outra pessoa.

Outra exigência é quando quem fez a solicitação tenta fazer a outra pessoa sentir-se culpada.

É difícil manter a consciência dessa forma de se expressar, principalmente com pais, professores, gestores, pares, porque o trabalho deles é influenciar pessoas e obter resultados de comportamentos.

Em suma só poderemos expressar pedidos genuínos quando tivermos a consciência do objetivo desejado. Se você quiser mudar o comportamento do outro ou obter o que deseja, então essa metodologia não será apropriada. O objetivo dessa metodologia é construir uma relação baseada na sinceridade e na empatia. E na medida que o outro perceber e confiar que o desejo é a qualidade da relação e você está preocupado com as necessidades de ambos, perceberá que a solicitação é verdadeira

Wania Moraes Troyano possui MBA em Gestão de Negócios e Coaching, Pós-Graduada em Dinâmicas dos Grupos Administradora de Empresas e Pedagoga, com mais de 30 anos com sólida carreira corporativa em empresas multinacionais e em cargos de gestão e assessoria executiva. Foco em Desenvolvimento Humano, especialista em CNV-Comunicação Não Violenta, Coach em Resiliência, Profissional, Vida e Executivo, Neurocoaching, mentora e supervisora para líderes e coaches, com mais de 1000 horas em processos de Coaching. Facilitadora de Grupos. Especialista nos assessments de Estilos de Liderança e Resiliência. Palestrante e Facilitadora de Grupos. Facilitadora em Barras de Access – Expansão da Consciência. Co-autora do livro Coaching Aceleração de Resultados, Capítulo Quantos Antes Melhor! Programa Mulheres Poderosas, na alltv.com.br, todas as terças-feiras, 15h00 às 16h00. Voluntária em programas de Jovens Aprendizes.
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