Uma das características mais marcantes da minha vida e da minha empresa foi e é a inovação. Desde sua fundação ocorrida em 1984, houve muitas influências de modelos novos, de recursos da moda, de influências de inúmeros autores com suas teorias e metodologias para o desenvolvimento humano.
Assim, perpassamos por várias correntes de pensamento, inúmeras ferramentas e pessoas extraordinárias, grandes mestres, que têm sido refletidos em nossos cursos e programas de desenvolvimento pessoal. Recordo-me de alguns, por exemplo os cursos do ILACE, (Instituto Latino-americano de Criatividade e Estratégia), Processo Hoffman, Eneagrama, Storytelling, Design Thinking, Quarto Caminho, Liderança de alta performance, inspirados por seus autores, entre eles: Leão de Carvalho, Timothy Gallwey, Gurdjieff, Steve Jobs, Kouzes/Pousner, James McSill, Daniel Golleman, Steve Andreas, entre tantos outros.
Um desses recursos, que mais levei a sério e mais me impactou, nesse contexto, foi a PNL – Programação Neurolinguística, a partir da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, comandada por Gilberto Cury, cuja teoria e recursos criados por Richard Bandler e John Grinder. Com a SBPNL (Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, fiz os cursos de Practitioner e Master Practitioner e, na sequência, com Connirae e Steve Andreas, fiz o complemento da formação em Training Trainer, habilitando-me a dar cursos em PNL.
Muitas dessas ferramentas têm sido utilizadas para o enriquecimento e aprofundamento das transformações geradas pelos nossos cursos em Comunicação Verbal, Técnicas de Apresentação em Público, Liderança, Vendas, Negociações e Gestão de Projetos. Quero apresentar algumas delas, ricas em coerência e fáceis de serem aprendidas, propiciando profundas reflexões e mudanças de atitudes e de comportamentos:
Rapport – Uma das mais fascinantes e instigantes ferramentas geradoras de facilitação de relacionamentos. Em nosso idioma a palavra mais próxima é “sintonia”. Estar em sintonia com a outra pessoa nada mais é do que fluir em frequência parecida ou igual e isso se consegue, conforme seus autores, na medida em que há certas semelhanças em tom de voz, velocidade da fala, espelhamento, respiração, olhar, utilização das palavras que sinalizam se a percepção de mundo da outra pessoa é mais visual, auditivo ou cinestésico.
Consegue-se essa sintonia apenas acompanhando e ajustando-se ao jeito da outra pessoa se comunicar ou de se portar e esse acompanhamento deve ser feito com discrição, sutileza e elegância, tendo como base o profundo respeito para com a outra pessoa para não se caracterizar como processo de manipulação. É muito utilizada em situações de vendas, negociações, início de relacionamentos, “quebra gelo” e outros contextos nos quais se deseja uma aproximação com a outra pessoa.
No contexto da comunicação, nos nossos treinamentos, utilizamos esta ferramenta para o aprofundamento das relações interpessoais, a dimensão da comunicação que trata da importância do reconhecimento das diferenças individuais e da flexibilidade para a devida adaptação do meu modo de ser às características do outro, considerando ainda valores, tais como respeito, paciência, amor ao próximo e maturidade para aceitar as outras pessoas como são, e não do jeito que gostaríamos que fossem.
Alinhamento de Níveis Neurológicos – Um nome pomposo e bonito, muito pertinente ao que se propõe. Para cada um dos papéis que desempenhamos na vida, esse alinhamento nos permite acessar a um nível mais profundo de percepção dos detalhes desse papel. A subdivisão desses níveis, considera:
- Ambiente – relacionados ao contexto externo e são a resposta às perguntas:- Quando e Onde?
- Comportamentos – são as ações que ocorrem, relacionadas àquele papel específico, que acontecem no ambiente. Responde à pergunta – O quê?
- Habilidades – são os conhecimentos e capacidades necessários para o desempenho da ação e respondem à pergunta – Como?
- Crenças e Valores – dão o suporte ou impedem as capacidades. Respondem à pergunta: Por quê? Acrescento também – Para quê?
- Identidade – é o responsável pela visão geral do propósito e modelam as crenças e os valores. Responde à pergunta – Quem?
Para exemplificar, com o papel de Comunicador, pergunto:
- Onde e quando você se comunica?
- O que você faz para se comunicar?
- Quais as habilidades que necessita para se comunicar e como você se comunica?
- Para que ou por que você se comunica?
- Quem é essa identidade que se comunica?
Esse recurso apoia a percepção, em quais níveis devem ser tratados determinados problemas ou sofrer intervenções. Pode ser que a solução esteja no ambiente ou no comportamento e não nas crenças ou habilidades.
É um recurso poderoso para o autoconhecimento e percepção do dimensionamento adequado das “dores” e das intervenções mais apropriadas para as mudanças esperadas.
Metamodelo de linguagem – É um estudo do conjunto de perguntas e padrões de linguagem para se obter melhor clareza do que é transmitido ou compreendido. Parte-se de processos de uma estrutura superficial e uma estrutura profunda relacionada ao que é falado ou escrito em relação com as experiências, pensamentos, conceitos e ideias e isto se dá por meio de processos de omissão, generalização e distorção de uma informação.
Para se ter uma noção do que isso significa, na prática, uma afirmação poderia ser: “As mulheres falam demais”. A pergunta que busca esclarecimento poderia ser: “Que mulheres, especificamente”?
Ou: Vou tentar te ajudar. A pergunta: “Como, especificamente?”
“Meu curso é melhor”. “Comparado com qual?”
Sobre generalizações:
“Não consigo aprender inglês.” – “O que te impede”? ou “O que aconteceria se você aprendesse?”
Sobre distorções:
“O professor não me valoriza, ele olha pouco para mim” – “Como o fato de não olhar significa não gostar”?
“Ela não me ama”. “Como você identifica isso, especificamente?”
Na comunicação é tudo o que queremos – sermos compreendidos na medida exata daquilo que imaginamos ter comunicado, afinal a comunicação, de fato, é aquilo que é decodificado pelo ouvinte e não necessariamente por aquilo que foi dito ou escrito por alguém.
Formulação de Objetivos
A boa formulação de objetivos é uma forma de aumentar as chances de sucesso. Sem o exagero do extremismo ou a rigidez de procedimentos, esses 10 princípios ao longo do tempo, me ajudaram e tem contribuído com muita gente para conseguirem mais facilmente realizarem seus desejos e concretizarem seus sonhos:
- O que, de fato, eu quero? (orientação para o que se quer)
- O que eu terei que fazer para atingir os meus objetivos? (iniciar e controlar os objetivos)
- Como vou saber se estou no caminho certo? (indicadores)
- Quais os recursos que precisarei para atingir os meus objetivos? (inventário dos recursos)
- Como esta mudança afetará a minha vida? (avaliação)
- O que me impede de atingir o objetivo? (limitações e busca de alternativas)
- O que significa, para mim, alcançar esse objetivo? (significado pessoal)
- Quais ações são necessárias para atingir este objetivo? (plano de ação)
- Como posso comemorar minhas conquistas? (comemoração)
- O que está acontecendo? (flexibilidade para eventuais mudanças no plano de ação.
Esse recurso poderá te ajudar a fazer escolhas mais adequadas e tomar decisões mais acertadas. Também me inspirou na criação da Metodologia F.A.L.A.R., utilizada hoje nos nossos treinamentos.
Em comunicação, a primeira fase de um processo de transformação, refere-se à clara definição do objetivo a ser alcançado. Algumas pessoas necessitam ter mais segurança e enfrentar a timidez, outras, trabalhar a voz e o corpo, enquanto que há aquelas que precisam saber estruturar seus pensamentos, organizar suas ideais e aprender a contar e inserir histórias no contexto da fala.
Quando um aluno ou coachee sabe o que pretende, tudo fica mais fácil.
Não tenho a pretensão aqui, de falar detalhadamente de todas as ferramentas, apenas quis dar uma ideia para quem não percebeu ainda a importância desse estudo e dessas poderosas ferramentas de transformação pessoal, em especial para quem lida com mudanças de comportamentos, desde terapeutas, coaches, profissionais de treinamento, professores e consultores.
Gerar a perspectiva do novo, significa abrir espaços para novos paradigmas e novo jeito de pensar, ampliando as possibilidades de comportamentos produtivos e ressignificados, fortalecendo crenças, oferecendo novas habilidades para comportamentos mais adequados nos mais diversos ambientes.
Tenho, ao longo desses 34 anos de existência do nosso trabalho em Comunicação, presenciado inúmeros pequenos (ou grandes) milagres, acompanhando a evolução de jovens a grandes executivos e líderes, potencializando suas capacidades, ampliando suas oportunidades de serem pessoas mais realizadas e felizes.
Como o objetivo dessa abordagem não é formar, mas instigar, para quem deseja obter ferramentas para a transformação pessoal ou a de outras pessoas, os recursos de PNL são altamente eficazes e fáceis de serem aplicados, pois partem de uma estrutura lógica e neurológica, considerando que ”PNL, ou Programação Neurolinguística nada mais é do que a organização ou reorganização da nossa comunicação e sistemas neurológicos para conseguir resultados específicos e objetivos desejados. No aspecto neurológico, partimos do nosso Sistema Nervoso, pelo qual a experiência é recebida e processada pelos nossos sentidos – Visual, Auditivo, Tátil, Olfativo e Gustativo e a parte da linguística refere-se aos sistemas de comunicação não verbal, pelos quais as representações neurais são ordenadas e recebem significados. Incluem: imagens, sons, sensações e sentimentos, sabores, odores e palavras.”
Há uma relação muito próxima da PNL com a comunicação, afinal se estamos bem conosco mesmos, estamos abordando a comunicação intrapessoal, se estamos utilizando recursos para conhecer e melhorar o meu relacionamento com outras pessoas, estou falando sobre comunicação. Se abordo planejamento, definição de objetivos e ressignificando crenças, estou direta ou indiretamente abordando aspectos da comunicação.
Algumas outras ferramentas eventualmente utilizadas e que poderão ser pesquisadas na medida do seu interesse:
- Círculo de Excelência;
- Adição de Recursos;
- Mudança de história pessoal;
- Ressignificação;
- Sub modalidades;
- Ponte ao futuro;
- Dissociação;
- Cura rápida de fobia;
- Meta-objetivos;
- Acordo condicional;
- Reestruturação em 6 Passos;
- Meta Modelo de Linguagem.
Além de ajudar você em seu autoconhecimento e mudanças pessoais, também é divertido lidar com a percepção de que podemos processar mudanças para melhorar as nossas vidas e também as dos nossos alunos, coachees, pacientes ou clientes.
Reinaldo Passadori
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