A educação doméstica ou familiar é fundamental para preparar os jovens para o mundo. Sabe por que? Porque a vida é cheia de dificuldades e mais tarde, quando tropeçarem, vão ficar atordoados, alienados e até depressivos se não estiverem prontos e preparados. Por mais que exista aquela vontade imensa de proteger, de tentar mostrar o melhor caminho e de evitar sofrimentos que para os pais poderiam ser desnecessários, eles precisam viver. Cair, errar, descobrir, voltar e começar de novo – afinal, não foi assim com você?
A verdade é que ninguém é imune a isso e como disse o Rocky Balboa, personagem de um filme americano de sucesso, “ninguém bate mais forte do que a própria vida”. Observe ainda que quando privados e “protegidos” do mundo, esses futuros adultos que não conheceram a dificuldade não saberão valorizar as pequenas conquistas. Eles não foram criados para as “porradas da vida”, como seus avós foram. Resumo da história: além de inseguros e imaturos, estarão mais propensos a problemas de relacionamento, pois cresceram com a ilusão de que a vida para eles é fácil.
O problema é que os pais querem garantir que seus filhos tenham sucesso e sejam “felizes” para sempre e fazem qualquer coisa para protegê-los e para viabilizar isso, menos prepará-los para que eles conquistem essa felicidade por conta própria. Os pais geralmente não querem frustrar os filhos e não querem, da mesma forma, mostrar fraquezas e fracassos. Outro erro. Antes de tudo, os pais também são pessoas em busca da própria felicidade e realização (pessoal, profissional, familiar) e os erros fazem parte de qualquer trajetória. Impossível estar totalmente seguro e convicto a todo o momento e em relação a qualquer assunto.
Infelizmente (ou felizmente) o fato é que a vida não é como os pais querem que seja, muito pelo contrário. Aliás, é muito difícil uma vida sem nenhuma frustração ou esforço. Se o jovem não entende isso, vai provavelmente se tornar um adulto frustrado. Mas é isso que tem acontecido em muitas famílias que conheço, pais superprotegendo seus filhos sem falar de problemas, de dores, de medo e das possibilidades de fracasso. O resultado disso são pais e filhos angustiados.
Como esses jovens ganharam tudo, sem ter de lutar por nada de relevante, desconhecem ou nem querem saber que a vida é um conjunto de fatores e uma escada de conquistas. É preciso subir os degraus um depois do outro, conhecer bem como tudo funciona, se relacionar, persistir, ter resiliência e principalmente trabalhar muito e, claro, fazer por merecer.
O jovem de hoje precisa ser protagonista do seu próprio destino. É muito importante de vez em quando dizer “te vira, menino”, mesmo que doa. Faça o papel de mentor (que já passou por isso) e mostre apenas os caminhos: “o rio é logo ali e se pesca com uma tal de vara”. Não seja um professor para ensinar como ele deve pescar, colocar a isca no anzol e muito menos pegue o peixe para ele! Quando temos que fazer nossas próprias escolhas aprendemos com os erros e amadurecemos com a experiência. O fracasso não mata ninguém, apenas fortalece. Nos faz conhecedores de nós mesmos e nos mostra que somos capazes de fazer sozinhos e cada vez melhor, independente da idade.
Devemos preparar os jovens para o mundo e não querer mudar o mundo para eles.
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