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Geração Z e a Ilusão da Herança: O Futuro da Riqueza

A Geração Z e os Millennials esperam heranças para garantir estabilidade financeira, mas pais baby boomers pensam diferente. Será que essa riqueza realmente chegará? Descubra como essa expectativa pode impactar a independência financeira dos jovens.

Geração Z e a Ilusão da Herança: O Futuro da Riqueza

Geração Z e a Ilusão da Herança: O Futuro da Riqueza

Olá Leitor,

Recentemente tenho ouvido em meus atendimentos jovens manifestarem-se dizendo que sonham em ser herdeiros. Parece uma brincadeira um tanto inofensiva, mas cabe avaliar o que está por trás desse sonho enquanto ainda se é tão jovem.

A geração Z que está agora chegando na sua vida profissional espera herdar dinheiro e bens. Porém, não necessariamente os pais estão pensando o mesmo. Adicionalmente, essa geração será a que tem maior possibilidade de heranças significativas do que qualquer outra do passado. O que isso significa em termos de valores e estrutura de vida?

A verdade é que os jovens herdeiros da geração Y, nascidos entre 1982 e 1994 e da geração Z, nascidos entre 1995 e 2010 têm “a receber” algo estimado em 90 trilhões de dólares, conhecido como “A grande transferência de riqueza”. No entanto, segundo pesquisa feita pela Northwestern Mutual, os pais baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, além de terem uma expectativa de vida maior pretendem também viver melhor, usufruindo da fortuna acumulada.

Segundo a pesquisa, mais da metade da riqueza dos Estados Unidos está nas mãos dos baby boomers, sendo a maior parte em ativos imobiliários.

A pesquisa indica também que, mesmo possuindo testamento, o legado não será o dinheiro, mas instruções específicas sobre a família e a morte. Isso porque os baby boomers pretendem usar seu dinheiro em vida e não têm planos de deixá-lo para filhos e netos. Porém, metade da Geração Z e quase 60% dos millennials afirmaram depender de sua herança para alcançar segurança financeira e uma aposentadoria confortável.

Para a geração Z, há, em geral, uma valorização de experiências e oportunidades como viagens, educação e desenvolvimento pessoal, mais voltada para o agora do que para o futuro. Além disso, é uma geração mais aberta a falar sobre a vida financeira. Ainda que tenham a expectativa de receber uma herança, sabem que a situação financeira pode não ser estável. E que os pais podem usar o dinheiro.

Há ainda uma parte de idealismo em usar o dinheiro para causas como sustentabilidade ou para manter o legado da família.

Essas características mostram que a Geração Z tem uma abordagem mais holística e consciente em relação à herança, buscando um equilíbrio entre segurança financeira e alinhamento com seus valores pessoais.

Atualmente, muitos millennials estão frustrados ao se agarrar a sonhos americanos de longa data, como a casa própria, um emprego estável e um custo de vida acessível. Mas qual o comportamento dessa geração em relação ao legado de herança?

Influenciados por suas experiências e pelo contexto econômico em que cresceram, os millennials veem a herança como uma forma de apoio financeiro que pode ajudá-los a enfrentar desafios financeiros, como dívidas estudantis e altos custos de vida.

Há ainda a expectativa de que, por meio da herança, alcancem objetivos financeiros, como comprar uma casa ou investir em educação, além da valorização de experiências e apoio a causas, similar ao da Geração Z.

Em resumo, os millennials têm uma visão multifacetada da herança, que abrange tanto aspectos financeiros quanto valores pessoais e sociais. Eles tendem a buscar um equilíbrio entre segurança financeira e a realização de experiências significativas.

Enquanto ainda estão por aqui, pais e avós nascidos entre guerras planejam, ao invés de deixar grandes quantias para a próxima geração, presentear seus entes queridos com experiências, como viagens, e desfrutar da alegria que podem proporcionar. Além disso, também desejam presentear a si mesmos com experiências que o dinheiro, ganho com muito esforço e muitas vezes em trabalho que não gostava, pode proporcionar.

É uma equação difícil de determinar em que ponto se pode parar de acumular e somente usufruir? Com o crescimento da expectativa de vida e do custo para a manutenção do envelhecimento, essa dúvida se torna ainda mais relevante.

Segundo o relatório da Northwestern Mutual, em 2020, os entrevistados indicaram que precisariam de US$ 951 mil para garantir uma aposentadoria confortável. Entretanto, atualmente o valor é de US$ 1,46 milhão, superando em muito a inflação. Dessa forma, uma parte significativa dessa herança será usada em manutenção de saúde e residências para idosos.

Ainda que a maioria da Geração Z e dos millennials provavelmente não se beneficie da “Grande Transferência de Riqueza”, uma grande parte dessa geração já está aproveitando sua herança enquanto os pais ainda estão vivos.

Segundo pesquisas, mais de um terço dos jovens que planejam comprar uma casa espera receber ajuda dos pais ou familiares com o pagamento da entrada. Isso viria na forma de um presente em dinheiro. Essa geração é mais propensa do que as gerações anteriores a recorrer ao apoio financeiro dos pais para se tornarem proprietários de imóveis. E esperam por isso.

No entanto, o mais impactante não é apenas a ajuda para adquirir um bem imobiliário. De acordo com o Pew Research Center, um terço dos millennials na faixa dos trinta anos ainda são financiados pelos pais, que pagam suas despesas diárias e assinaturas de streaming. Ou seja, o custo pessoal continua sendo arcado pelos pais, incluindo celulares, seguros de saúde e outras despesas. Onde fica a autonomia desse adulto de trinta anos?

Mesmo que essa geração se sinta mais confortável alugando uma casa, fazendo locação de um veículo e adotando um estilo de vida baseado em assinaturas do que as gerações anteriores, há uma responsabilidade pessoal na vida adulta pela construção de sua própria autonomia. Seja para decisões, seja para estilo de vida, esse fenômeno demonstra um adiamento da entrada na vida adulta, onde se permanece filho por mais tempo.

Emocionalmente, essa dependência pode ter várias consequências, como uma infantilização das decisões, falta de organização e experiência prática. Além disso, a falta de exposição às realidades da vida e a interferência dos pais nas relações, escolhas e estilo de vida. Tudo isso somado a possibilidade de trauma e dificuldades, se essa situação for interrompida por qualquer fato disruptivo.

Em um mundo em constante transformação, as oportunidades de gerar riqueza surgem cada vez mais cedo e em rotas empresariais diversas. Ou seja, ao invés de acalentar essa geração com confortos e por muito tempo, podemos estimulá-los a criar sua própria rota de conforto gerando seu próprio sustento.

Sabemos que todos esses dados e a situação se referem a uma parte muito pequena da população mundial. No entanto, estudar e falar sobre esse comportamento é o que irá nos ajudar a entender que aquele que gerar o dinheiro no mundo atual, terá possibilidades e vontade de mudar o futuro e de reduzir a desigualdade que vivemos. Essa geração, que empreenderá e cuidará da riqueza acumulada, pode fazê-lo com sabedoria e propósito – ou simplesmente desperdiçá-la em experiências hedônicas.

Talvez devamos pensar na decisão de Bill Gates que decidiu deixar apenas 1% de sua fortuna para os filhos. É claro que esse 1% é muito dinheiro! Porém, o que o levou a fazer isso foi um objetivo educativo: garantir que os filhos busquem sua própria motivação e autonomia.

Será que essa independência de gerir a própria vida e ser um adulto funcional não é o melhor legado e herança a ser deixado?

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Quer saber qual é o principal impacto da expectativa de herança na independência financeira da Geração Z e dos Millennials? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar!

Mônica Barg
https://www.monicabarg.com.br

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Mônica Barg Author
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Mônica Barg é uma profissional experiente, atuando como Coach, Mentora e Psicanalista. Ela é caracterizada por sua curiosidade incessante, sua acolhida calorosa, sua produtividade incansável e seu espírito empreendedor. Sua busca constante é pela melhor informação e conteúdo, seja relacionado a temas ou indivíduos. Tem uma crença profunda no potencial individual de cada pessoa e adota abordagens inovadoras para se conectar com a essência única de cada indivíduo, buscando a evolução e a entrega do melhor em desenvolvimento humano. Com uma carreira de mais de 30 anos, acumulou experiência executiva em diversas áreas, incluindo atendimento ao cliente, desenvolvimento de novos negócios e gestão comercial. Possui um amplo conhecimento dos processos e estruturas corporativas, bem como uma compreensão profunda da cultura organizacional. Além disso, tem uma extensa experiência de mais de 1500 horas em atendimentos individuais para orientação e desenvolvimento de pessoas, bem como orientação para o desenvolvimento e implementação de ações empreendedoras e processos organizacionais. Sua abordagem é caracterizada por uma visão sistêmica, combinada com uma profunda percepção do indivíduo, o que lhe permite traduzir em estratégias de atuação tanto em nível individual quanto empresarial. Possui uma formação sólida, sendo Mentora certificada pela FGV-RJ e Escola de Mentores, Mestranda em Gestão do Conhecimento pela FUNIBER, com Pós-Graduação em Psicologia Positiva e Coaching pela UCAM-RJ, bem como certificações em Coaching pela SBP e Crescimentum. Ela é Psicanalista certificada pela SBPI-SP, com Pós-graduação em Administração e Psicanálise do Século XXI, ambos pela FAAP. Adicionalmente, Monica possui certificações em Coaching Evolutivo, Coaching de Liderança e Formação em Psicanálise pela AEDP em Nova York. Sua formação acadêmica inclui uma graduação em Arquitetura pela UFRJ.
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