Agora com o fim das eleições, podemos ficar um pouco mais tranquilos, porém os resultados foram muito interessantes e merecem algumas reflexões. Como por exemplo, haver apenas uma governadora eleita no país, no estado de Roraima. A diferença de aceitação e de atividades entre homens e mulheres sempre estiveram presentes em todas as áreas, mas na área política elas sempre se mostraram muito maiores. O voto e a possibilidade de candidatura, por exemplo, só foram reconhecidos para as mulheres muito tempo depois de os homens terem todos esses direitos. Mesmo tendo uma mulher como presidente a ideia do papel e do comportamento da mulher ainda é muito imposta tanto pela mídia quanto pela sociedade como um todo.
A origem de todo esse padrão vem desde a pré-história, onde a força bruta funcionava como coerção e sinônimo de poder. Com o passar da história a razão foi tomando o lugar da força, porém como muitos historiadores mesmo dizem a história nunca é a mesma, mas é cíclica. Nas guerras vemos muito a força bruta se sobrepondo à diplomacia e ao dialogo. Hoje em dia a força é outra. A força da mídia e dos costumes sobre o corpo e a mente da mulher. Ser mãe, boa esposa, muitas vezes ser considerada como sinônimo de pureza e ingenuidade e ao mesmo tempo ter que ser trabalhadora e empreendedora. Não estou dizendo que todos os homens pensam ou querem as coisas desse jeito, eles têm sentimentos também e sabem de todos os nossos desejos e potencial, muitas vezes eles acabam sendo machistas ou retrógados sem saber, já que aquele jeito de pensar e de falar é tão comum que se tornou natural. “Mulher é tudo fofoqueira…” ou “Mulher que sabe dessas coisas”. Isso não é, necessariamente, uma ofensa, mas serve como indicador do padrão que vem dos costumes.
É nesse período da adolescência que as diferenças e coerções, tanto para os homens quanto para as mulheres, começam a ser mais evidentes. Pela necessidade de participar de um grupo ou buscar a própria identidade. Não acho que seja errado seguir ou até mesmo gostar desse padrão, mas não podemos deixá-lo nos impedir de conhecer pessoas, experimentar coisas novas ou mudar de opinião sobre qualquer assunto por causa de pressuposições ou preconceitos estabelecidos pelos padrões.
“Riem de mim por eu ser diferente,
eu rio deles por serem todos iguais.”
(Bob Marley)
“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante,
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.”
(Raul Seixas)
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