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Influências e Interferências

Se voltarmos à nossa infância, observaremos a grande influência que recebemos, principalmente dos adultos, na construção da nossa noção de nós mesmos. Nossa consciência de quem somos nasce através do outro.

Se voltarmos à nossa infância, observaremos a grande influência que recebemos, principalmente dos adultos, na construção da nossa noção de nós mesmos. Nossa consciência de quem somos nasce através do outro. Uma consequência natural deste processo reflete numa alienação de nós, em favorecimento das opiniões e padrões externos. Acabamos por não termos muita certeza de quem somos. E passamos a vida ajustando nossas percepções em face a este encontro com o exterior.

Nós somos porosos à opinião das pessoas à nossa volta. Essa é uma característica estrutural da humanidade, e essencial para as relações humanas, garantindo o elo que nos une. Levar a opinião dos outros em conta é benéfico e garante nossa saúde emocional e o funcionamento da sociedade.

O problema, no entanto, começa quando nós nos perdemos na opinião dos outros.

Com o nosso crescimento e amadurecimento, espera-se que cada individuo seja capaz de olhar para o seu interior e, sem perder a referência do mundo, comece a construir suas próprias opiniões e verdades. Assumindo assim o comando da sua trajetória. Mas tenho observado adultos que continuam exageradamente suscetíveis às construções sociais.

Vivemos a era dos manuais de conduta e do sentimento de que “tenho que” fazer ou corresponder a eles. Para qualquer circunstância que estejamos enfrentando, facilmente encontramos roteiros com dicas de como superar esse momento. Orientações específicas de como agir, pensar e sentir. Especialmente no mundo do empreendedorismo.

Recorrentemente ouço relatos de grandes interferências externas, recheados pelo sofrimento decorrente da imensa dificuldade em corresponder aos padrões e orientações recebidos, e o consequente sentimento de fracasso eminente. Afinal, se não sou capaz de fazer o que deve ser feito, entendo que não serei capaz de alcançar os resultados que tanto busco.

Existe uma linha tênue que separa a influência de uma danosa interferência exterior em quem somos e como agimos. Tornar esta linha consciente é um importante passo de autonomia com reflexos diretos em nossa autoimagem e, principalmente, nossa autoestima.

Em se tratando do mundo profissional e de negócios, eu ressaltaria ainda mais a importância desta consciência como pré-requisito para o sucesso. Afinal, nossa identidade é o que nos diferencia, nos torna únicos. Se abro mão da minha essência, deixo de imprimir minha individualidade em tudo que produzo.

Eu recomendo um exercício constante de checagem das referências externas, acompanhando de uma checagem das suas próprias aspirações e expectativas. Seus sentimentos serão excelentes aliados, te guiando nesta caminhada. Sempre que as ideias estiverem de acordo com sua essência, as emoções estarão congruentes com o processo. Se houver desconforto ou emoções negativas em pauta, é hora de rever seu posicionamento.

Citando Johann Goethe:

“Quando um homem não se encontra a si mesmo, não encontra nada.” (Johann Goethe)

Sheila Berna Author
⚙️ Sheila Berna
Sheila Berna é Psicóloga pela USP, Especialista em Orientação de Carreira pela USP, Master Coach pela FEBRACIS, Consultora e Palestrante. Com mais de 12 anos de experiência em atendimento individual, há 5 anos trabalha desenvolvendo lideranças e equipes. Residente do Vale do Paraíba, atuou em diferentes projetos da região assim como em São Paulo e Rio de Janeiro. Empreteca, apoia o movimento dos Empretecos do Vale do Paraíba, contribuindo para a organização de eventos relevantes ao empreendedorismo da região.
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