No início de março o Brasil passou por mais uma crise, desta vez foi uma assustadora queda para quem direciona parte de seu dinheiro à compra de ações na bolsa de valores. Depois de cair mais de 10%, ocorreu o circuit breaker, mecanismo que interrompe as negociações de papeis por 30 minutos. No dia a queda foi ainda maior, causando grande desespero.
Os grandes ocasionadores dessa crise na bolsa foram o Coronavírus e a crise no preço do petróleo. O que aconteceu com isso? Muitos investidores de primeira viagem perderam dinheiro e ficaram em pânico. Arrependeram-se de terem feito esse tipo de investimento, que impactou nas finanças pessoais e ocasionou até mesmo dívidas.
Muitos desses já vieram me perguntar o que fazer nesses momentos. Minha dica é sempre a mesma: mantenha a calma e não retire seus investimentos desse tipo de aplicação por causa de altos e baixos. Sempre recomendo que nunca direcione o dinheiro em uma única aplicação e se a pessoa fez isso o dano não será tão grande. Agora, se ela direcionou tudo para bolsa, em uma crise é hora de paciência e esperar que se retorne a valorizar as ações que se comprou.
Lembro que ações é um investimento de longo prazo e mesmo quando se tem prejuízos nas ações em um período, a tendência é que, no futuro, ocorram ajustes no mercado, fazendo com que se recuperem as perdas desse momento. Lembrando que, muitas vezes, na bolsa de valores, os períodos de baixa são interessantes para fazer investimentos, já que é muito mais fácil ter lucratividade em algo que está em baixa e que vai subir do que em algo que já chegou a seu limite. Isso é o princípio básico da educação financeira.
Mas algumas preocupações são necessárias antes de investir; a primeira pergunta que uma pessoa tem que se fazer é: quando vou precisar desse dinheiro que irei investir?
Por ser a bolsa um investimento em longo prazo, o investidor possivelmente não terá lucro imediato. Entretanto, em um período de cinco anos, o retorno pode ser muito maior do que em outros investimentos disponíveis no mercado, desde que a pessoa saiba fazer boas aplicações. Assim, é preciso ter uma visão ampla das finanças pessoais.
A pergunta sobre a necessidade do dinheiro é fundamental. Mesmo existindo casos de investidores que conseguiram grande lucro em um pequeno prazo de tempo, esses são exceções. Em função disso, o investidor não deve comprometer recursos destinados às despesas de primeira necessidade ou gastos imediatos.
Outro mito criado sobre investimento em ações que não corresponde à realidade é que esse investimento não é muito seguro, em função de relatos constantes de pessoas que perderam tudo e criaram dívidas, quando realizaram esse tipo de investimento. Contudo, fatos como esses são raros e, geralmente, ocorrem com investidores que estão iniciando sua aventura, sem o acompanhamento adequado.
Investidores de primeira viagem enfrentam diversos problemas por não conhecerem a fundo a hora certa de realizar um investimento. Assim, quando eles percebem que um grande número de investidores está comprando uma determinada ação, eles vão atrás desta, todavia, em alguns casos, eles realizarão essa compra quando essas ações não estiverem mais interessantes, proporcionando prejuízos.
Assim, mesmo com o cenário assustador apresentado nos referidos dias, reforço: não tenha medo de investir. Procure uma corretora certa e reserve parte do dinheiro – nunca mais que 30% – para a realização de seu sonho futuro, com segurança.
Reinaldo Domingos
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