Isolamento e Cerceamento: Cadê os Direitos Humanos e a Dignidade?
Algumas vezes temos a impressão de que a humanidade “dormiu” ao longo de sua história e agora, como que por encanto, acordou. E acordou com a missão de equiparar raças, religiões, gêneros, rendas e participação social.
O principal fundamento dos Direitos Humanos é a garantia da dignidade humana.
Todos os seres humanos devem ter reconhecido seu direito a ter direitos. Portanto, violências no campo físico, moral, psíquico, financeiro, social e cultural são inaceitáveis.
A profundidade de cada assunto é tamanha que talvez as duas ou três próximas gerações não consigam visualizar o que realmente está em curso. Na minha concepção será necessário muito mais que a coerção social das palavras, para conseguir de fato eliminar um dos maiores flagelos da nossa humanidade.
Então vejamos. Maria Madalena foi estereotipada e colocada numa posição “desconfortável” nos livros bíblicos. E lá ficou, quando os pilares da Igreja Católica foram firmados. Não é possível em texto de coluna mensal, explorar o assunto até o seu centro. Contudo, existem diversas publicações mais recentes e outras antigas em que os estudiosos do assunto discutem esse ponto.
A pergunta é: Ao colocar Maria Madalena como uma prostituta, teriam os apóstolos tirado das mulheres o posto de comando da Igreja Católica? Como seria o mundo hoje, se Madalena tivesse assumido a construção da Igreja?
A escravidão permeia a história desde o seu início. Conseguimos escravizar no mundo todo, quase todas as civilizações. Está no DNA humano o subjugo. Terrível escrever isso, mas para todos os lados que olhamos, o terror dessa prática ainda permanece. Em alguns casos trocamos as razões e nunca deixamos de praticar o roubo da dignidade humana. Modernamente temos as escravas sexuais, os trabalhadores do campo, das minas de extração de minérios na África, entre tantos outros.
Necessário e urgente reconhecermos a exclusão das populações negras em todo o mundo. Importante esclarecer que escravizá-las foi terrível. Entretanto, é importante esclarecer que a escravidão ainda não acabou. Hoje, ela atinge pessoas de diversas nacionalidades, cores, religiões. Ampliou-se em muito o seu leque de atrocidades.
Evoluímos muito em termos de pesquisa e unificação das bases do conhecimento da nossa história.
Afinal, nunca tivemos tantas informações sobre milhões de temas na Internet. Já temos, digitalizado, um multiplicador importante de dados produzidos pela humanidade, desde o primeiro vestígio da presença humana na Terra, que se tem conhecimento. Está tudo aberto para todos.
Em algum tempo me parece, ficará claro que as populações negras são o berço da civilização na Terra. Os fundamentos e bases do pensamento primeiro que foi capaz de nos levar do mundo Egípcio ao mundo Grego. Como seria a humanidade se tivesse sido respeitada a história, como ela aconteceu de fato?
De novo, não vou conseguir em uma coluna apenas, discorrer sobre todas as atrocidades históricas cometidas em nome do poder, da gloria e da força bruta.
O fato é que qualquer um de nós que resolver ir a “fundo” em qualquer pesquisa, de fato, vai perceber que o que temos como história para cada assunto, não passa de estória, lenda. A criação de alguém que trocou relatos das testemunhas por uma estória mais adequada aos anseios de domínio.
Para resolvermos de fato todas essas questões, precisamos evocar a dignidade humana e o respeito a todos os povos, religiões, culturas, sem a intenção velada em nenhum aspecto.
Quando falamos que só a Educação salva, precisamos ter clareza que sim: a educação é parte fundamental sem discussão. Mas precisamos urgentemente corrigir os registros. Trazer a tona a verdade dos fatos, realmente como aconteceram e de fato o que foram. Para que no processo de educação não façamos, mais uma vez, o exercício do domínio, pelo poder de narrar estórias como se fossem histórias.
Está em nossas mãos e no exercício diário de checar fontes e pesquisar um pouquinho mais a fundo as histórias. Para quebrar a corrente disseminadora de eventos, contando a versão do colonizador, ou do investidor ou do governante. De fato, precisamos “brigar” pelos fatos, sem julgamento e sem manipulação.
“O mundo é uma prisão em que é preferível a cela de isolamento.”(Karl Kraus)
“Nada pode resistir à vontade humana que empenhará até sua existência no objetivo declarado.” (Benjamin Disraeli)
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Sandra Moraes
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