A Revolução 4.0 que acaba de se instalar em nosso mundo, nos promete um sem número de possibilidades. Como em todas revoluções, novas formas de viver e se adaptar, tornaram-se mandatórias. É bem verdade que hoje, embora tenhamos uma avalanche de disponibilizações tecnológicas, que aparentemente nos trarão muita felicidade, embora pontuais, cheias de prazeres imediatos, mas, nem tão cheio de sensações de longo prazo, satisfação, tem na verdade nos deixado atordoados com tanta mistura de sensações.
Em tempos de 4.0, Big datas, mundos virtuais e, principalmente, aqui para o nosso texto, temos a inserção da Inteligência Artificial que nos coloca inúmeras duvidas de como será a interação desta novidade, com a inteligência humana, com a sua capacidade de resolver problemas, tomar decisões, agir politicamente, ter relações interpessoais construtivas, gerenciar conflitos e o cognitivismo com seu processo de aquisição do conhecimento e suas outras dimensões.
Tecnologicamente, vivemos em uma convivência entre os Imigrantes Digitais, as gerações nascidas até 1979 e a partir daí os Nativos Digitais. Segundo Dado Schineider, vivemos uma transição onde “Nativos nascem digitalizados, mas sem experiência. É muito mais fácil aprender a ser digital do que ganhar experiência”. Isto nos leva a refletir sobre como deve-se entender estes movimentos e como conviver diante destas novas realidades de mudanças absurdamente rápidas e como devemos nos posicionar.
No mundo corporativo, diante da dicotomia: Inteligência Humana e Inteligência Artificial em que entendimentos e posicionamentos se tornam necessários, novas circunstâncias se apresentam, de uma realidade Tangível até este momento, onde capitais, processos, imobilizados e tecnologias imperavam para um entendimento Intangível onde, as relações, as marcas, a confiança, a Comunicação e, em especial, a Liderança assumem um papel essencial.
Apesar da chegada quase que avassaladora das novas tecnologias, a cada dia mais rapidamente, e todo o investimento em hardware e software e ainda da Internet das coisas, a capacidade de nos inter-relacionarmos ainda é insubstituível. Sendo necessária uma identificação, interpretação e aprimoramento das nossas empatias, social skills, para gerenciamento dos outros, como catalizador das mudanças e construção de alianças, questões que dependem do crescimento individual para obtenção de melhores resultados da liderança.
Me parece que algumas características estão mais arraigadas que outras, como se não percebessem as imensas mudanças que estão ocorrendo e que estas estariam restritas às grandes empresas, à intelectualidade, aos chavões da administração, e sem atingir as pessoas comuns, aos gestores familiares, aos dirigentes, em especial, das pequenas e médias empresas que ainda não passaram por um processo de mudança por não entenderem ainda o quão importante e fundamental, é modificar seus sistemas de pensamento, para um modelo mais participativo, inclusivo, motivacional e por fim inteligente, trazendo à tona uma nova liderança, percebendo o tão destrutivo, toxico, danoso modelo até agora praticado. Vejamos apenas alguns tipos de liderança nociva ou tóxica, muitas vezes, os verdadeiros psicopatas corporativos:
– Líder Herói: Cultiva a imagem para os subordinados, do grande homem, o pai, normalmente o centralizador;
– Líder Narcisista: Gosta de demonstrar poder, gosta de vantagem a qualquer custo e é o profeta “pós fato”;
– Líder Perfeccionista: O padrão é estabelecido por ele e só ele sabe o que quer. Dispensa o bom na busca pelo prefeito;
– Líder Cruel: Sem sofrimento não há evolução. Humilhações, desmerecimentos em público, desculpas no particular, exposições ridicularizantes e desconstruções psíquicas;
– Líder do Micro Gerenciamento: Excessivo nos seus controles, não demonstra confiança na equipe. Acha que tudo está sob seu controle. Tem medo de liderança Coach;
– Líder “Troca de Ideias”: Aquele que manipula até que as pessoas aceitem as suas ideias. Sempre chama o subordinado para trocar umas ideias.
Logicamente que a convivência com estes “psicopatas corporativos”, impactam diretamente na saúde mental, física e orgânica e certamente estas somatizações geraram uma fatura a ser paga por toda a sociedade, além do fato da perda de produtividade, pela questão da falta de um clima organizacional equilibrado por conta de uma liderança equivocada, deficiente e pouco agregadora. Segundo algumas pesquisas, o efeito da tirania pode refletir no ser humano, com as seguintes consequências:
OS EFEITOS DA TIRANIA
PATOLOGIA | INCIDÊNCIA |
Dores generalizadas pelo corpo | 80,0% |
Distúrbios do sono | 67,0% |
Medo exagerado | 64,5% |
Agravamento de dores pré-existentes | 64,4% |
Depressão | 64,2% |
Palpitações e tremores | 62,6% |
Choro fácil | 56,8% |
Aumento da pressão arterial | 45,0% |
Diminuição da libido | 40,4% |
Dores de cabeça | 37,0% |
Distúrbios digestivos | 29,0% |
Os resultados deste tipo de atuação das lideranças, são:
- Ambientes desanimadores, com baixo nível de motivação;
- Clima organizacional precário;
- Resultados sem autossustentação;
- Instalação da cultura do medo;
- Ignorância das enormes capacidades humanas;
- Alto nível de turnover e absenteísmo;
- Processos por danos morais;
- Reduzidos níveis de aprendizado;
- Baixos níveis de sucessão, formação de segundos e de formação de gente competente;
- Cultura e ambiente de baixa racionalidade.
Pois bem, a convivência das lideranças em tempos de Revolução 4.0, com a Inteligência Artificial nos desafiando a cada instante, pressupõe lideres com Inteligência Emocional e Espiritual para preservação da sobrevivência, construção de relacionamentos saudáveis, de confiança e produtivos.
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