Liderança Eficaz: O Impacto da Comunicação Clara nas Organizações
Olá!
Essa semana aconteceu um episódio em minha jornada profissional que quero compartilhar com você, meu querido leitor. Na empresa onde trabalho, somos responsáveis pelo desenvolvimento da inteligência de comportamento para nossos clientes, e isso envolve, muitas vezes, a realização de projetos dentro de uma área de especialidade denominada gestão de mudanças organizacionais.
Algo bem interessante e que tem como base preparar as pessoas para mudanças em modelos de negócios e tecnologias, onde normalmente se encontram resistências à aceitação.
Pois bem, em uma destas empresas — uma grande empresa, por sinal — temos encontros mensais em que se apresenta, para um grande público, por meio de videoconferência, o andamento do projeto, enaltecemos os destaques, falamos de cronograma, etc.
Tudo isso é conduzido pelo cliente e conta com a nossa participação. Este mês, em particular, nosso cliente resolveu apresentar um vídeo motivacional que falava sobre a importância do trabalho em equipe.
Um vídeo de uns sete a oito anos atrás, todavia muito atual, que conta como um facilitador de dinâmicas de grupo conduziu um experimento com seus clientes na época.
O experimento, focado no trabalho de equipe, consistia em dividir os executivos da empresa-cliente em grupos e, como tarefa, eles deveriam montar algumas bicicletas infantis, sendo que a única instrução que receberam era que deveriam montar no menor tempo possível.
O que eles não sabiam é que, apesar de todos os grupos receberem todas as peças para montar as bicicletas, não haviam recebido todas as ferramentas necessárias, o que os obrigaria a conversar, negociar e compartilhar com os outros grupos.
O segundo item oculto era a presença de um técnico de montagem de bicicletas, devidamente identificado com uma camiseta escrita “técnico de bicicletas”, mas que não havia sido apresentado formalmente. Ele simplesmente estava na sala.
Ao final, obviamente, o tempo estourou e as bicicletas não foram montadas e, para gerar o clima final de emoção, um grupo de crianças carentes entrou na sala para receber de presente as bicicletas que não estavam prontas, e o clima ficou o pior possível.
Neste momento, o facilitador interveio, explicou a questão das ferramentas, apresentou o técnico e pediu que terminassem de montar, inclusive com a participação das crianças. Final feliz, história feliz!
A análise do caso, que consta no vídeo, remete às falhas de comunicação, de integração e de trabalho em grupo, etc. Uma excelente reflexão. Porém, e sempre existe um porém, eu analisei o caso e, por isso, quero trazer para você, meu querido leitor, uma outra visão:
Ainda que eu entenda a motivação tanto da dinâmica como do vídeo e compreenda que a emoção era o forte elemento de apresentação, na vida real teríamos um grande problema que, nem de longe, teria sido causado pela falta de comunicação entre os grupos ou pelo trabalho em equipe.
A liderança (na figura do facilitador) cometeu um grande erro ao delegar a tarefa, pois disse, segundo o próprio vídeo, que “a única instrução recebida era montar no menor tempo possível”. Gerando assim a sequência de falhas.
No mundo real, essa deveria ser a instrução:
- Vocês estão recebendo um conjunto de peças para cada grupo montar uma bicicleta;
- Vocês possuem todas as peças, mas não todas as ferramentas. Negociem e colaborem entre si;
- Caso tenham dúvidas, este senhor é um técnico em montagem e está aqui para ajudar;
- Montem no menor tempo possível e com qualidade, pois crianças carentes estão esperando para receber suas bicicletas, em x minutos;
- Em caso de dúvida, me procurem.
Um processo simples de liderança, com comunicação clara e direcionamento.
Mas, Edson, por que as pessoas não fazem isso?
Uma grande onda progressista vem, há décadas, conduzindo o discurso comportamental nas organizações, etiquetando toda forma de direcionamento e estratégia como imposição e controle.
Basta uma visita rápida a uma livraria de aeroporto e veremos tudo sobre liderança inclusiva, times flexíveis e modelos de agilidade, etc. Acabamos esquecendo que nem sempre uma tarefa é conhecida, dominada e percebida de maneira igual.
Nossa triste e carente nova liderança, em muitos casos, se sente acovardada para direcionar de maneira firme o que precisa ser feito e, no fim do dia, percebemos uma delegação antecipada de tomada de decisão que acaba impactando tanto o clima de trabalho como os resultados.
Do ponto de vista comportamental, não existe espaço para ditaduras e senhores da verdade. Contudo, sempre existirá um espaço necessário e requerido para clareza de informações, direcionamento e a boa construção de compromissos com responsabilização.
Pense nisso!
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre a importância da liderança com comunicação clara e direcionamento eficaz em projetos organizacionais? Então, entre em contato comigo! Terei o maior prazer em conversar sobre isso.
Até a próxima!
Edson Carli
https://inteligenciacomportamental.com
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