Liderança Estratégica: Como Prosperar em um Futuro Incerto?
Qual é a sua capacidade, como líder, de se adaptar e prosperar em ambientes imprevisíveis e mutáveis como este em que estamos vivendo? Já dizia o naturalista Charles Darwin que “não é o mais forte que sobrevive, mas o que melhor se adapta às mudanças”. Mas será que é suficiente se adaptar?
Um mundo acelerado pelos avanços tecnológicos, enfrentando crises econômicas, desafios ambientais, mudanças geopolíticas, transformações sociais e conflitos nunca imaginados, definitivamente pede, no mínimo, capacidade de se adaptar. Mas só isso já não é suficiente: o que o presente pede é uma mudança profunda na forma como pensamos, reagimos e nos posicionamos frente aos acontecimentos, para a construção do futuro.
“Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender”
A frase acima, de Alvin Toffler, é de 1990. Mais de 30 anos depois, já no século XXI, ela faz muito sentido – as opções são aprender ou aprender. Toffler, Futurista e Autor de O Choque do Futuro desenvolve, no livro Powershift: as Mudanças de Poder, a ideia central sobre como a adaptação ao aprendizado contínuo é vital em tempos de mudanças rápidas.
Avaliar, aprender, desaprender e reaprender
Sem dúvida vivemos uma era marcada pela volatilidade, incerteza, complexidade, ambiguidade – um cenário VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity), como definem alguns. Mais que isso, é frágil, ansioso, não linear e, não raro, incompreensível – ou cenário BANI (Brittle, Anxious, Non-linear, incomprehensible) como querem outros.
“Gerenciar a incerteza é a essência da criatividade e liderança.” (Ed Catmull, cofundador da Pixar)
Nesse cenário, o diferencial competitivo não está apenas nas estratégias das empresas, mas principalmente nas pessoas que as executam – os líderes preparados para pensar além do óbvio, capazes de antecipar tendências e agir com precisão neste cenário.
É fácil lidar com esse cenário? Não, sem dúvidas! E é exatamente por ser difícil que os líderes que conduzem pessoas para o futuro, devem não só aprender, mas também assumir uma postura diferente.
1º passo: mindset adaptativo
O que é exatamente o Mindset Adaptativo? Em linhas gerais é a capacidade de se ajustar às mudanças, buscar soluções criativas para novos desafios e adotar uma postura positiva e resiliente diante das adversidades. Em outras palavras, não se deixar paralisar quanto há incerteza. Pelo contrário, analisar o cenário, avaliar opções e consequências enxergando uma oportunidade para aprendizado, inovação e crescimento. O que você precisa ter:
• Habilidade: Resiliência – recuperar-se rapidamente de dificuldades mantendo o foco nos objetivos, mesmo nas adversidades.
• Capacidade: Flexibilidade Cognitiva – mudar de perspectiva, aprender com os erros e adaptar-se rapidamente ao novo.
• Crença: Mentalidade de Crescimento – acreditar que é possível desenvolver-se com aprendizagem contínua.
Em um cenário de mudanças rápidas líderes que tem um mindset adaptativo não só sobrevivem, mas procuram transformar desafios em oportunidades.
2º passo: Antifrágil
A primeira vez que ouvi a palavra Antifrágil foi do meu médico, mais ou menos em 2020, em plena pandemia. Ele me disse que, com todos os meus problemas de saúde, eu não era resiliente, era Antifrágil – eu ficava cada vez melhor. E me indicou o livro de Nassim Nicholas Taleb, de 2012: Antifrágil, Coisas que se beneficiam com o Caos. Desde então o assunto me interessa e se estendeu à outra teoria de Taleb, a do Cisne Negro.
“A antifragilidade está além da resiliência ou da robustez. O resiliente resiste às colisões e permanece igual; o antifrágil fica cada vez melhor”. (Nassim Taleb)
O conceito parece complexo, mas não é. Na verdade não existe antônimo para frágil e ele criou o termo e o conceito que se aplica a várias situações (que não vamos discutir aqui).
Aplicado à liderança mostra um perfil que está surgindo na atualidade, ainda que só em algumas áreas: pessoas que reconhecem que o caos e a volatilidade são inevitáveis e, em vez de evitá-los, aprendem a utilizá-los como trampolins para o crescimento.
Em outras palavras, pessoas e líderes que não apenas resistem às adversidades, mas prosperam em meio a elas. Ao contrário do fragilista que “acha que aquilo que ele não vê não existe, ou que aquilo que ele não entende não existe. Em sua essência, tende a confundir o desconhecido com o inexistente”.
“Aquele que não está preparado para mudanças inevitáveis será destruído por elas”. (Suz Tzu, autor de A Arte da Guerra)
Mas o que diferencia um líder antifrágil?
• Mentalidade de crescimento em adversidades;
• Equilibrio entre eficiência e inovação;
• Tomada de decisão baseada em dados;
• Capacidade de engajar e inspirar.
A soma de autoconhecimento, habilidades técnicas e aprendizado constante é o caminho para o desenvolvimento de líderes antifrágeis. O que fazer?
1) Abraçar a complexidade em vez de evitar situações difíceis – compreender para encontrar soluções criativas e eficazes;
2) Investir em formação contínua, atualizando-se sobre as melhores práticas em tecnologia, dinâmicas de mercado, liderança e cenário global;
3) Aprender a lidar com o fracasso cultivando uma mentalidade positiva diante dos desafios;
4) Fortalecer a comunicação para envolver, engajar e construir confiança com todos os stackeholders.
Não há dúvidas de que o mundo precisa de líderes visionários, que se tornem mais fortes a cada desafio. Adaptar-se é extremamente importante e necessário. Mas ser um líder antifrágil significa assumir o compromisso de evoluir continuamente, transformas incertezas em oportunidades e liderar com propósito e estratégia.
Pense em reinventar-se!
“A melhor maneira de prever o futuro é cria-lo.” Peter Drucker
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Quer saber mais sobre como você pode desenvolver um mindset adaptativo e antifrágil para liderar com sucesso em cenários de incerteza e complexidade? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br
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