Terça de Carnaval foi um dia de muita reflexão sobre a minha liberdade.
Voltei do Rio de Janeiro e nunca tinha passado um Carnaval nessa cidade maravilhosa. Voltei um pouquinho antes do Carnaval acabar, mas pude sentir o que a Cidade Maravilhosa vibra nesses dias. Liberdade é a palavra que elegi para explicar o que senti por lá. Os cariocas têm uma simplicidade, uma liberdade de viver que chega a dar inveja. Sair da praia de chinelo e ir para qualquer lugar. Ficar com o corpo de fora e achar que isso que é o normal e não vestido como se fosse uma armadura.
O Carnaval na sua essência é uma festa onde podemos nos vestir de qualquer coisa, ocupar as ruas, cantar e dançar. É muito lindo ver todo mundo junto, não importa a idade, a religião, a cor, o sexo, somos todos iguais na alegria de viver.
E para coroar minha terça-feira de carnaval voltando para São Paulo, almocei com uma amiga querida que está vivendo uma fase de liberdade muito parecida com a minha. Estamos refletindo sobre o que nossa alma quer. Como viver essa vida linda sem amarras, quebrando todos os tabus, olhando profundamente para todos os nossos medos, nossas culpas, nosso passado e escolhendo a cada dia o que queremos construir daqui pra frente.
Estamos compartilhando os desejos da nossa alma com muita cumplicidade e muito amor. Falando de nossas paixões não vividas, das paixões que queremos viver, da certeza do amor que somos, gargalhar alto das nossas experiências como se voltássemos a ser criança novamente. Estamos olhando para a vida como quem olha com inocência para cada dia, cada minuto. Olhar com inocência sem julgamento é o maior presente que podemos nos dar para viver todo dia. E sempre ao acordar perguntar sem medo: “O que temos para hoje?”
E agora que tinha que estar aqui escrevendo para essa coluna que amo e que me propus a escrever sobre o que vivo, recebo dessa amiga um texto que começa falando sobre o que nós mulheres estamos fazendo pela nossa história, pela nossa ancestralidade.
Começa assim:
“SOU A PRIMEIRA MULHER DA MINHA LINHAGEM A TER A LIBERDADE DE ESCOLHA. A CONSTRUIR O FUTURO COMO BEM ENTENDER. DIZER O QUE VIER À MINHA MENTE QUANDO EU QUISER. SEM OUVIR O BARULHO DO CHICOTE. SÃO CENTENAS DE PRIMEIRAS VEZES PELAS QUAIS SOU GRATA, CENAS QUE MINHA MÃE E A MÃE DELA NÃO TIVERAM O PRIVILÉGIO DE VIVER. É UMA VERDADEIRA HONRA…NÃO É À TOA QUE QUERO EXPERIMENTAR ESSA VIDA AO MÁXIMO. ANTES DE MIM TENHO GERAÇÕES DE BARRIGAS FAMINTAS. AS AVÓS DEVEM ESTAR GRITANDO DE TANTO DAR RISADA. REUNIDAS EM VOLTA DE UM FOGÃO DE BARRO LÁ DO OUTRO LADO… ELAS DEVEM ACHAR LOUCURA VER UMA DE SUAS MULHERES VIVENDO DE UM JEITO TÃO GRANDIOSO.” (Rupi Kaur)
Como podemos ser tão julgadores dos nossos desejos de viver? Homens e mulheres enjaulados em conceitos e preconceitos. Elegemos dias e épocas do ano onde é permitido colocar pra fora as “fantasias” e sair cantando livres pela rua. Nessa hora conseguimos ver muito mais as almas das pessoas.
Crianças, idosos, homens, mulheres, todos cantando a liberdade. Pude sentir a alma do Carnaval, a alma do Rio de Janeiro, lembrei da bossa nova linda pelas ruas de Ipanema, ouvi de um taxista que não podemos deixar de viver a vida como desejamos, que não vale a pena.
Apreciei mulheres sendo elas mesmas e escolhendo viver a vida livres e leves. E homens se orgulhando em ver mulheres tão seguras e empoderadas.
Sinto que vamos entrar em outra era, a era de termos a liberdade de sermos quem somos, de dizer o que pensamos e sem medo de não sermos aceitos. Porque quem não estiver na sua sintonia não é para estar na sua vida.
Somos os criadores de nossas realidades, ter pessoas na sua frequência de vida é escolher com quem quer viver a SUA vida. Se hoje está se sentido preso, sentindo emoções e sentimentos que te aprisionam, olhe pra dentro, sinta o que o seu coração quer, observe seus padrões, sinta por onde sua alma pede por ser livre. VIVA!!!!! Essa vida e qualquer outra passa muito rápido para não fazer o que se deseja profundamente.
(Te dedico Priscila Pontes – Amiga dessa vida e de Alma por todas as outras)
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