Marketing Político: O Vale-Tudo pelo Voto do Eleitor!
E chegou o momento, em 2024, de cada eleitor indicar sua preferência para prefeito de sua cidade, bem como o melhor nome para ocupar uma cadeira na casa dos vereadores. Certamente, as práticas de Marketing estão presentes em todos os aspectos da vida moderna e, nessas eleições municipais, serão uma vitrine vibrante e decisiva nas disputas.
No momento em que você lê este texto, cerca de 500 mil brasileiros estão gritando seus nomes, números e promessas nas ruas e nas redes sociais, tentando conquistar o voto do eleitor. Mas o que está realmente acontecendo nesse processo?
Por trás dos panfletos, adesivos, jingles e postagens engraçadas, há uma estratégia de Marketing sofisticada, embora muitas vezes mascarada pelo caos aparente. É interessante explorar como o Marketing permeia todos os detalhes dessas campanhas e, mais ainda, por que sua importância vai além do simples desejo de alguém ganhar uma eleição.
Afinal, o Marketing Político é, de certa forma, um reflexo das práticas e tendências que moldam o mundo dos negócios, da comunicação e da cultura em geral. Ele se ajusta às demandas da sociedade, utiliza ferramentas modernas e explora a criatividade de formas inimagináveis, ao mesmo tempo em que tenta capturar o espírito e as expectativas dos eleitores.
Se o Marketing, em seu conceito mais amplo, fosse comparado às artes marciais, o Marketing Político certamente seria o vale-tudo. À medida que o dia das eleições se aproxima, os candidatos entram no “último round”, fase onde todas as armas estão permitidas.
E, assim como em uma luta acirrada, é necessário saber combinar técnica, estratégia e ousadia para vencer. Alguns candidatos seguem o caminho tradicional, usando panfletos, bandeiras e carros de som, táticas aliás que conhecemos há anos, e que, para alguns públicos, ainda fazem sentido.
Contudo, estamos na era digital, e muitos optam pela abordagem mais moderna.
Aqui entram em cena os memes, vídeos virais e até as correntes de WhatsApp – ferramentas que têm o potencial de alcançar milhões de pessoas em minutos. A capacidade de adaptação é crucial. Em tempos onde o Marketing Digital é rei, alguns candidatos se mostram verdadeiros mestres nas redes sociais. Um meme bem-feito poderá ter tanto impacto quanto o discurso político bem estruturado?
Um dos aspectos mais fascinantes das eleições é a forma como os candidatos se apresentam ao eleitorado. Ao baixar a lista oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), percebe-se que uma enorme parcela dos candidatos a vereador opta por usar um nome diferente do registrado oficialmente em seu documento de identidade.
O que isso nos revela? Que os candidatos sabem que a construção de uma chamativa “marca eleitoral” é essencial para se destacar em meio aos concorrentes.
Essa escolha não é arbitrária. Os candidatos estão criando nomes que ressoam junto aos eleitores, que transmitam uma mensagem clara ou despertem clara associação emocional. Alguns optam por apelidos engraçados ou por se compararem a super-heróis. Sim, temos candidatos que se chamam “Homem-Aranha”, “Batman” e “Superman”. Pode parecer brincadeira, mas é uma estratégia deliberada para capturar a atenção e criar um vínculo lúdico com o eleitor.
Outros preferem usar sua profissão como parte da identidade eleitoral. Não é à toa que temos milhares de “professores”, “doutores” e “bombeiros” nas cédulas de votação. Esses títulos, além de ajudarem a pessoa a se destacar, comunicam imediatamente um valor ou uma competência. O professor simboliza educação e sabedoria; o doutor, conhecimento e cuidado; o bombeiro, coragem e serviço à comunidade. E nessa linha poderíamos listar diversos exemplos.
Outra tática popular entre os candidatos é o uso de suas origens e conexões comunitárias com seus nomes. Ao se apresentarem como “do bar”, “da farmácia”, “do posto” ou “da padaria”, eles reforçam a ideia de proximidade e pertencimento. Estão dizendo, sem muitas palavras ou longas explicações, que são pessoas como você, que fazem parte do cotidiano do eleitor, de quem conhecem suas necessidades e compartilham de suas realidades.
Essa estratégia é uma poderosa ferramenta de Marketing porque apela ao senso de identidade do eleitor.
Quando vemos um candidato que se define como “do mercado”, somos instantaneamente transportados para um lugar familiar, para uma cena cotidiana. É uma tentativa de criar a ponte emocional, de fazer o eleitor acreditar que aquele candidato é um de nós, alguém que pode, de fato, representar nossos interesses. Continuando agora, vamos para outra analogia.
Se o Marketing nas eleições fosse um espetáculo, poderíamos chamar a criatividade dos candidatos de um verdadeiro “Circo de Marketing”. Nomes inusitados, trocadilhos, profissões e causas ganham espaço em uma mistura de seriedade e leveza. Esses nomes adotados são a forma de cada candidato buscar se diferenciar em um mercado eleitoral extremamente competitivo.
E assim como em uma campanha de Marketing, a diferenciação acaba sendo um caminho para o sucesso. Quando temos centenas de opções, é preciso encontrar a melhor maneira de ser lembrado. E, no caso das eleições municipais, ser lembrado pode significar a distância entre ganhar ou perder.
Porém, o mundo é dinâmico e atualmente, dada a ascensão das redes sociais, o Marketing Digital se tornou ferramenta essencial para qualquer candidato.
Nas últimas eleições, vimos um aumento significativo na utilização de plataformas como Facebook, Instagram e, mais recentemente, o TikTok, onde os candidatos buscam viralizar vídeos, lançar tendências e alcançar o público jovem.
O uso das redes sociais permite interação direta com o eleitor, algo que os formatos tradicionais de campanha não conseguem fazer de maneira tão efetiva. Comentários, mensagens diretas e enquetes online permitem que os candidatos se conectem de forma imediata e personalizada com seus eleitores.
No entanto, a velocidade com que as informações circulam também pode ser um desafio. As chamadas “fake news”, a manipulação de dados e as campanhas difamatórias ganham incrível força nesse cenário, exigindo dos candidatos – e dos eleitores – um senso crítico apurado.
Embora seja fascinante observar toda a criatividade e inovação das campanhas, é importante lembrar que o Marketing é apenas uma parte do processo. No final da estrada, a responsabilidade de escolher um bom representante está nas mãos do eleitor. Não podemos nos deixar levar apenas pelos nomes engraçados, pelos vídeos de dancinhas ou pelos memes.
O Marketing pode ser ferramenta poderosa, mas os eleitores devem ir além das aparências.
O futuro das cidades depende das escolhas que serão feitas nas urnas, e essa escolha deve ser baseada em princípios, em propostas e em ações concretas. Como o próprio texto até aqui nos permite pensar, “os memes vão passar, mas os mandatos vão ficar”.
Portanto, ao se deparar com a enxurrada de mensagens, promessas e jingles, é fundamental refletir: essa pessoa representa o que eu acredito? O candidato ou candidata está em linha com as minhas preocupações? Fará o que eu faria se estivesse em seu lugar? Eu posso acreditar no que essa pessoa fala e posta nas redes sociais?
Em última análise, a responsabilidade de escolher líderes que realmente representem nossos valores e aspirações está em nossas mãos. Não se deixe levar apenas pelo brilho das campanhas: investigue, questione e, acima de tudo, vote com consciência. O poder de transformar nossa cidade não está nas melhores e mais efetivas práticas do Marketing, mas sim está no voto consciente de cada um de nós.
Faça sua voz ser ouvida pelo rigor na escolha bem pensada, não pela persona birrenta ou engraçada criada para uma candidatura, seja de prefeito ou de vereança. A mudança começa em cada eleitor, com cada eleitor, que não pode olhar esse momento eleitoral como um palco de vale-tudo. Escolha com sabedoria.
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Eu sou Mario Divo e você me encontra pelas mídias sociais ou, então, acesse meu site www.mariodivo.com.br.
Até nossa próxima postagem!
Mario Divo
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