Ao realizar as práticas de meditação mindfulness, práticas que na maioria das vezes têm foco atencional, o praticante vai se deparar, ora mais, ora menos, com algum ou alguns desses desafios:
Sonolência
Desafio que tende a surgir principalmente na prática de escaneamento corporal, que pode ser feita deitada. Ao deitar-se, o cérebro recebe a mensagem de que é hora de descansar, e tende a “desligar” o corpo, preparando-o para o sono, porém, independentemente de estar em uma prática na posição deitada ou sentada, o praticante pode se deparar com esse desafio.
Para amenizar a sonolência, é recomendado que não deixe para praticar em momentos de intenso cansaço, ou na hora de dormir. Além disso, ao perceber a sonolência chegando, o praticante pode abrir os olhos, ou até mesmo praticar o tempo todo com os olhos abertos.
De qualquer forma, seja qual for o desafio, será sempre uma oportunidade para a auto-observação.
Inquietude
Um desafio que anda de mãos dadas com a resistência. Se trata de uma manifestação que deixa o corpo, a mente ou ambos agitados, pode surgir nas mais variadas formas como: coceira, dores no corpo, enxurrada de pensamentos, pressa para acabar, desconforto.
Para lidar com a inquietude, o melhor a fazer é se observar. Como é você neste momento? O que é possível perceber de si mesmo quando a inquietude chega?
Expectativa ou desejo
Buscar um resultado, desejar uma determinada experiência, ansiar por repetir uma experiência passada, querer que aconteça algo vivido por outra pessoa. Esses são alguns exemplos das variadas formas que a expectativa pode surgir. O principal risco de desejar, é a frustração.
Perceber os mecanismos da mente que levam o praticante a desejar, é fundamental. Tomar consciência é o primeiro passo.
Dúvida
Neste caso, é comum surgirem pensamentos como: “acho que isso não é pra mim” “deveria estar fazendo outra coisa” “não nasci pra isso” “sou agitado demais pra meditar” “pareço estar perdendo tempo” “acho que preciso parar por um tempo” “acho que não estou fazendo certo”. E por aí vai.
A dúvida normalmente leva o praticante a questionar sua “habilidade” para meditar, e nada mais é do que mais uma das manifestações mentais que quer nos levar ao “modo fazer”. Quando paramos para apenas ser, apenas estar presente, a mente costuma dar o seu jeitinho de nos tirar de lá.
Aversão
Tem “sintomas” muito parecidos com os da inquietude, porém, de maior intensidade. A aversão também traz desconfortos físicos e mentais, e normalmente são tão intensos, que pode levar o praticante a desistir de meditar.
Seja qual for o desafio que o praticante se deparar ao longo de sua jornada meditativa, a auto-observação não julgadora, e a conexão com os valores que o levou a trilhar esse caminho, são maneiras eficientes de romper as manifestações mentais que trazem esses e outros desafios no caminho do meditador, seja ele iniciante ou com longos anos de prática meditativa.
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