Ao abordar sobre qualidade de vida, considero importante partirmos de um conceito predefinido, afinal, estamos falando de algo subjetivo, e, portanto, aberto a inúmeras definições.
Vou usar conceito da OMS (Organização Mundial da Saúde), que é:
Qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
A OMS desenvolveu um questionário para aferir a qualidade de vida dos indivíduos. Ele é composto por seis domínios: o físico, o psicológico, o do nível de independência, o das relações sociais, o do meio ambiente e o dos aspectos religiosos.
Nos primeiros cinco domínios o estado de consciência mindfulness, (que pode ser treinado pelas práticas formais e informais de atenção plena), tem papel fundamental na qualidade de vida do ser humano.
Desde 1979, a utilização dos programas baseados em mindfulness têm eficácia comprovada por evidências científicas cada vez mais numerosas, para a promoção da saúde física, mental e emocional.
Se eu fosse citar todos as áreas e aspectos da vida do ser humano que são impactados positivamente pelas práticas de mindfulness, não seria possível citá-las em apenas um texto, sendo assim, vou resumir e me focar no ponto crucial no desenvolvimento de mindfulness:
Sair do piloto automático.
No piloto automático não nos percebemos, não vivemos momento a momento.
Sair do piloto automático contribui significativamente para a regulação das emoções, e para a consciência dos estados da mente e do corpo.
Bem resumidamente, no que diz respeito ao corpo, percebemos o que ele “pede”, e deixamos de ignorar ou maltratar o corpo físico, seja na forma como nos alimentamos, na forma como praticamos atividade física, nos cuidados pessoais, ou seja, aprendemos a perceber e “ouvir” as necessidades do corpo.
No estado psicológico mindfulness, desenvolvemos a habilidade de regular nossas emoções com mais fluidez e facilidade, seja qual for a situação ou fato que a vida nos apresente.
Desenvolvemos a habilidade de nos relacionarmos de forma mais gentil e compassiva conosco e com os outros.
Somos menos reativos, e isso possibilita fazer melhores escolhas que refletem tanto no indivíduo, como no todo.
“Uma maneira de pensar nesse processo de transformação é considerar mindfulness como uma lente que recolhe as energias dispersas e reativas da mente e as concentra em uma fonte coerente de energia a serviço da vida, da resolução de problemas e da cura” – Jon Kabat Zinn
O cultivo de mindfulness tem a ver com aprender a aproveitar e focar as próprias forças e energias desperdiçadas, o que reflete significativamente na qualidade de vida como um todo.
Que tal praticar?
Pare por um minuto e preste atenção em você. Perceba seu corpo, perceba as manifestações da mente, perceba o ar que entra e sai de você. Apenas perceba. Apenas esteja presente. De forma gentil, conduza sua mente de volta a se perceber, quantas vezes forem necessárias.
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