A importância do Estado de Presença
Estou refletindo a respeito de como julgamos a tudo e a todos por qualquer coisa, quando as pessoas não pensam e não agem como nós.
A sensação que eu tenho é que pisamos em ovos e o quanto fuzilar alguém ou um pensamento é tão fácil. É tão fácil a ponto de destruir uma pessoa por qualquer comportamento que “acreditamos” que não seja bom e não esteja de acordo com minhas crenças estruturais, vieses coletivos inconscientes, sem nenhum cuidado com o outro, por mais que ele tenha sido infeliz no seu comportamento ou fala.
Será que condenar, avaliar, criticar o outro, ele irá mudar ou será que iremos fomentar mais violência do que já existe? Fico me perguntando se quando julgo o outro de forma implacável e ainda tenho a concordância da maioria somos bonzinhos? Ou será que refletimos no outro uma parte de nós que não consigamos nem olhar e aí fica mais fácil julgar?
Marshall com a CNV nos traz a linguagem da paz e para essa linguagem será importante estarmos em estado de presença. Mas o que é isso? É estar consciente separando a situação das interpretações, críticas, avaliações e julgamentos. É conseguir se conectar com as reações emocionais que a fala ou a atitude do outro é percebida e ainda sim ter a clareza de que o outro é apenas o estimulo e não a causa das emoções e sentimentos que desencadeiam, pois isso é responsabilidade de cada um nós.
Quando conseguimos nos manter em estado de presença, consciente, é possível nos desfazermos do medo, da insegurança, porque conseguimos nos conectar com o que realmente é essencial em nós e abrir um espaço para o outro.
Podemos com mais clareza perceber o que sentimos, como sentimos, daí estar em alerta, sair do piloto automático, sem deixar que a violência tome conta.
A violência vai muito além da física e, na maioria das vezes, não é percebida.
Para sair dessa violência será importante como disse Martin Luther King:
“… desenvolver um método que rejeite a vingança, a agressão e a retaliação e a base disso é o Amor”.
Quando conseguirmos nos conectar com a humanidade que está abaixo da superfície de uma fala ou ação, por pior que ela possa ser, poderemos abrir espaço interno para ressignificar e resgatar nossa compaixão.
Gostaria de propor uma reflexão extraída do livro da Jean Morrison, “A Linguagem da Girafa” e observar como você se sentiria se tivesse falado ou feito algo que não gostou ou ao contrário, sendo punido da forma abaixo por si mesmo ou pelo outro:
- Quero que você sofra;
- Quero que você sinta dor ou culpa;
- Acho que se você sentir dor vai aprender o que é certo e o que é errado;
- Você buscou esse problema;
- É para seu próprio bem;
- Te avisei!
- Você deveria saber melhor;
- Você deveria ter me escutado;
- Quero que você sofra o que eu sofri; daí você saber como eu me sinto.
Viver a CNV é ter a consciência de que as falas e/ou atitudes recorrentes existem e podem ser ressignificadas, pois vivemos em uma sociedade condenatória e o que podemos fazer é buscar nossa evolução para ser um melhor ser humano a cada dia.
Para exercitar a CNV, pare diariamente por uns 10 minutos, preste atenção à sua respiração, fazendo um diário de situações e ações suas e pense sobre para entender o que se passa na mente.
Por fim, uma das coisas que mais me encanta e me atrai em estudar, viver e me aprofundar na CNV é o que Marshall coloca em seu livro “Vivendo a Comunicação Não Violenta”. Não precisamos ser perfeitos e nem santos, que nem sempre somos pacientes, mas que precisamos ter clareza espiritual e isso é ter conhecimento de si próprio e de como desejamos nos conectar com o outro.
Quer saber mais sobre CNV, o estado de presença e a linguagem da girafa? Então comente aqui no artigo ou entre em contato.
Wania Moraes
http://www.waniamoraes.com.br/
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