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Nada supera a persistência!

O maior aprendizado que tive neste ano, foi o simples “nada supera a persistência” e infelizmente, há uma extrema falta de persistência e vontade de mudar dos brasileiros.

Desde o dia 02 de janeiro que meu ano começou. Já fiz tanta coisa, já produzi tanto. Já tive que me redescobrir algumas vezes, olhar para mim mesmo e me perguntar: esse é o caminho certo? Já tive férias, já fui pro Brasil, já dei palestras, já estou nos Estados Unidos de novo. Mas hoje gostaria de falar não sobre esse ano. Mas sim sobre o ano que passou. Ele, para mim, foi um dos anos mais desafiadores entre os quais eu posso me lembrar, ao mesmo tempo, um dos mais satisfatórios da minha vida. Foi o ano em que eu escrevi e publiquei meu livro, ano em que decidi abrir mão de vários prazeres a curto prazo, fazendo investimentos a longo, deixando meu país, em busca de melhores oportunidades de ensino.

Ano em que eu cheguei em um país completamente novo para mim, cujo idioma eu ainda não estava totalmente adaptado, cultura diferente, jeito de se relacionar completamente diferente, sistema de ensino diferente, avaliações diferentes, e sem o apoio de ninguém, sozinho, fui me relacionando, aprendendo, uma oportunidade de me relacionar com gente diferente de mim. O filho do pedreiro, do encanador, do jardineiro. Era uma escola pobre, nota 3/5, mas foi isso, que me ensinou lições incríveis de humildade, pés no chão, visão de mundo e mentalidade. Foi o ano também que pude servir de referência, dessa vez em outro país, quando meu livro foi estampado na capa do jornal do colégio.

Mas enquanto tudo isso acontecia, o Brasil parecia uma grande startup, mas engessada. Com vários problemas, mas com pouca vontade de pivotar e buscar resolver. Percebi que o Brasil está com um problema maior do que vemos na superfície. É um problema institucional de mentalidade. Perda de esperança e descrença generalizada, falta de patriotismo agudo. Talvez o maior aprendizado que tive nesse ano, foi o simples “nada supera a persistência” e infelizmente, vejo uma extrema falta de persistência e vontade de mudar dos brasileiros.

O brasileiro perdeu a noção do que é errado, o sensor de indignação está adulterado. Dando um parecer usual a essa minha exclamação, cito a teoria da sensualidade olfativa. Quando temos um cachorro e, depois de um tempo, não sentimos mais o seu cheiro, isso quer dizer que o seu organismo se acostumou com aquilo. Nós, brasileiros, estamos tão acostumados a viver na porcaria que qualquer coisa é melhor. Já estamos achando que está bom. “O péssimo é ruim, e o que é ruim é normal”. (Davi Lispector)

Precisamos mudar isso! E não sei bem dizer porquê, mas tenho um leve sentimento que os próximos não serão mais fáceis que isso nesse aspecto, não por pouco tempo.

Vai ser clichê eu falar que somos um povo extremamente hipócrita pedindo menos corrupção, sendo que a coisa que eu mais vi esse ano em grupos de empreendedorismo por aí é a pirataria de livros. As pessoas que teoricamente deveriam saber valorizar o trabalho, muitas vezes, árduo dos autores, simplesmente ignoram. Foi incrível ver o quanto a pirataria ainda está em moda, disfarçada de uma coisa normal entre essa nova geração de empreendedores.

E sigo ansioso para saber qual será a desse ano!

Davi Braga Author
⚙️ LIST-IT
Davi Braga fundou aos 13 anos a startup LIST-IT, que é um e-commerce de listas de materiais escolares. Quando completou 14, decidiu retornar um pouco para o mundo, onde obteve novos aprendizados, por ser um empreendedor ainda novo. Começou a fazer palestras para inspirar pessoas, principalmente jovens, a criarem seus próprios negócios. Agora com 16 anos, lançou seu primeiro livro “Empreender grande, desde pequeno”, com o objetivo alinhado ao seu propósito de ajudar jovens a desenvolverem uma atitude empreendedora. Arrumou suas malas e foi em direção a uma nova jornada de aprendizados e experiências em uma High School nos EUA.
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